Segmento de eventos e viagens corporativas pode superar o cenário da crise.
Por Rodrigo Cogo (texto de Marcelo Toledo), gerenciador do Mundo RP
Repensar papéis e responsabilidades foi a ordem do dia no Seminário organizado pelo Comitê de Turismo da Britcham.
O evento reuniu profissionais dos setores de hotelaria e viagens corporativas pra discutir os desafios e oportunidades na área de eventos e viagens corporativas em cenários instáveis. As palestras abordaram desde aspectos do marketing e da estratégia para combater a crise até questões técnicas do segmento de agências de turismo e de viagens corporativas, incluindo uma bela apresentação do trabalho de relações públicas promovido pela UBRAFE para divulgar as feiras brasileiras no exterior.
Em um momento de instabilidade, quando ainda não é possível determinar o alcance e a duração de uma crise financeira como a atual, não se pode ficar de mãos cruzadas esperando que as coisas melhorem por si próprias. A crise pode ser uma oportunidade para aqueles que sabem aproveitá-la, explicou Jorginho, valendo-se de um velho ditado: Enquanto uns choram, eu vendo lenços, disse o vice-presidente de desenvolvimento setorial da Associação de Marketing Promocional/Ampro, Jorginho Medauar. Ele também recomenda uma auto-análise para que cada um perceba o impacto do seu serviço, do seu produto, na vida das pessoas. Não basta gostar do que se faz, é preciso acreditar no que se faz.
A diretora executiva do capítulo brasileiro da Meeting Professionals International/MPI, Beth Wada, deu um exemplo claro do que é preciso fazer, a partir de sua longa experiência na rede hoteleira. Contrato padrão é coisa do passado. Você não pode mandar para um cliente que vai organizar um evento-relâmpago em seu hotel na próxima semana aquele contrato padrão com cláusula de cancelamento de 30 dias de antecedência. Beth recomenda que todos, neste momento, desliguem seus comandos automáticos para entender o cliente e para oferecer um efetivo atendimento personalizado, que não fique apenas nas palavras.
Na opinião da diretora executiva a palavra-chave do momento é comunicação. Não se pode mais admitir que um hotel coloque um estagiário ainda não totalmente treinado para atender ao telefone do setor de eventos. É preciso ter a noção de que o cliente que liga para o hotel e pede a área de eventos já superou uma série de obstáculos e está relativamente bem-informado, necessitando de dados precisos e objetivos para tomar sua decisão.
Beth apresentou também o esforço da entidade que representa, no sentido de conscientizar a sociedade norte-americana sobre a importância do setor de eventos. Carta aberta enviada ao presidente Barack Obama e um site bem estruturado são peças importantes para mostrar à sociedade que eventos não são o problema. São parte da solução.
ATUALIZAÇÃO
Para falar sobre o segmento de viagens corporativas, a Britcham convidou Francisco Leme e Patrícia Thomas. Ambos possuem amplo envolvimento corporativo, com atuação em diversas instituições do setor. A percepção de ambos sobre o momento atual é semelhante: é preciso investir no aperfeiçoamento dos profissionais, a fim de que as empresas possam oferecer ao cliente melhores produtos e serviços, fazendo com que os agentes de viagens passem a ser consultores, e não apenas emissores de bilhetes.
O crescimento das viagens corporativas provoca um efeito multiplicador na economia brasileira, cujo resultado foi estimado em R$ 33 bi em 2008, disse Leme. Ele ainda versou sobre a ideia de investir no profissional do setor de viagens para que ele atue como um consultor, ideia também defendida por Patrícia Thomas. Ela enfatiza que o cliente corporativo é mais exigente, está mais antenado e tem menos tempo do que o cliente que viaja por conta própria. Por esse motivo, é um cliente mais objetivo e que precisa de um consultor que lhe apresente as melhores alternativas, a melhor relação custo-benefício.
O encontro organizado pela Britcham terminou com a apresentação do presidente executivo da União Brasileira dos Promotores de Feiras/UBRAFE, Armando Campos Mello, relações-públicas da turma de 1971. Em sua palestra, mostrou o que a entidade tem feito para divulgar as feiras brasileiras e o nosso país no exterior. Um exemplo é o vídeo preparado para divulgar as feiras no Brasil. A versão 2009 está relacionada com os 50 anos da bossa nova. A do próximo ano fará uma homenagem a Heitor Villa-Lobos. Os vídeos têm narrativa em diversos idiomas e são exibidos no exterior, com a ajuda do Governo.
2 comentários:
As empresas pensam que com a crise é necessário corte de custos, contratando pessoas sem experiência e com salário menos, mas isso é errado! É nessa hora que eles precisam de pessoas bem treinadas, pois é só através da satisfação do cliente que uma empresa pode sobreviver no mercado, diante de tantas dificuldades!
Adorei o post!
Larissa - InfoPúblicas
Exatamente Larissa.
Demitir custa mais caro do que manter os empregados diminuindo a carga horária e os salários. Pois em seguida, pois a empresa necessitará se desejar sair do estado de crise, terá que recontratar funcionários e gasta-se no processo de seleção tempo e recursos financeiros e ainda mais para treinar os novos colaboradores. Logo, a 'pior' saída é a demissão e 'melhor' é a negociação com os sindicatos de funcionários para que ninguém saia prejudicado. Entre aspas porque cada empresa sabe aonde apertar o sapato.
Abraços,
Mateus d'Ocappuccino
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