quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Último suspiro de 2009.

Por Equipe Ocappuccino.com

Mais do que desejar um Feliz Natal ou um Próspero Ano Novo esta é uma mensagem de agradecimento a todos que acompanharam e participaram do blog Ocappuccino.com em 2009. Este ano foi muito intenso e de muita dedicação e iremos colher nossos frutos em 2010, pois uma grande novidade acontecerá para o blog em 2010.

Um fato legal é perceber o quantos os blogs que seguimos são levados a sério. Basta acompanhar os últimos posts neste final de dezembro para ver as mensagens que surgem, por exemplo: Faremos recesso ou O blog fará uma parada e volta em janeiro. E nós também somos deste time, por isso damos uma pausa hoje e voltamos em 6 de janeiro. Paramos por dois motivos: 1. Precisamos descansar e 2. Ninguém irá ler coisa alguma em blog algum neste meio tempo.

E como não poderia faltar: Feliz Natal e Próspero Ano Novo são os votos da Equipe d'Ocappuccino.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Valor Estratégico da Comunicação e Mídias Sociais.

Por Joanna Romero, estudante de Relações Públicas da PUCRS e Mateus Martins, estudante de Relações Públicas da UFRGS

A Comunicação Corporativa de novembro, edição especial da Valor Setorial, está demais. Dois temas foram tratados com um carinho especial: mídias sociais e o valor estratégico da comunicação corporativa.

Na página 10, a matéria O Estrategista do Valor da Empresa trata justamente destes dois temas. Abrindo parênteses. Uma vez eu (Mateus) aprendi num treinamento de vendas de uma empresa que trabalhei (a empresa vendia espaços publicitários em catálogos) uma frase que jamais esqueci: Temos que falar com o decisor, com aquele que assina o cheque. Será que a comunicação está começando a assinar os cheques nas empresas?

Bom, o resumo desta matéria é o seguinte. Alguns anos atrás, o sonho dos profissionais de comunicação era que a empresa reconhecesse o valor dessa área e que a alinhasse com a estratégia da mesma. Com o passar do tempo, as organizações amadureceram e esse objetivo já foi atingido. Não é mais necessário explicar o que é ou para quê serve um setor de comunicação. Hoje o sonho já é outro: ter a comunicação como uma das áreas-chave da empresa, ou seja, fazer com que tenhamos poder nas discussões e tomadas de decisões da empresa.

VALOR ESTRATÉGICO DA COMUNICAÇÃO

Atualmente isso acontece em algumas empresas. Mas em poucas empresas. Segundo dados de uma pesquisa – que ilustra o texto da matéria – realizada pelo Instituto de Pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Databerje), apenas 10% das organizações afirmam estar nesse estágio. Nessas, um profissional de comunicação ocupa um cargo de vice-presidente ou diretor e tem poder de voz quando se discutem os rumos da organização.

Dentre tantos casos ilustrados na revista, um exemplo é o de Paulo Pompilio, diretor de imprensa e relações públicas do Pão de Açúcar. Paulo participou de um grupo extremamente seleto que discutiu e decidiu pela compra do Ponto Frio. Quanto mais no negócio a comunicação corporativa estiver, mais chances ela tem de agregar valor, afirmou na revista.

MÍDIAS SOCIAIS

E neste curto espaço de tempo de transformações. Da comunicação começando a ser reconhecida pelo seu valor estratégico de influenciar na tomada de decisão e de planejamento do negócio, surge uma revolução que está mudando as regras do jogo. Do texto da mesma matéria, O Estrategista do Valor da Empresa : ...acabou a era da informação unilateral, do discurso chapa branca, do marketing bonitinho. Pois é, parece que acabou mesmo. Inclusive, alguns dados que circulam pela internet apontam que apenas 10% do que é falado da marca nas mídias sociais é chapa branca, ou seja, quem produz conteúdo agora é o consumidor, satisfeito ou não.

Neste sentido também não existe mais comunicação interna ou público interno. O funcionário hoje é cliente, é acionista, é produtor de conteúdo, é influenciador de compra. Ele não quer mais ler o mural interno. Ele quer saber o que a crise mundial pode afetar na empresa e o que a diretoria vai fazer para reverter a situação. E se possível ainda faz um blog para escrever sobre isso.

ELES QUEREM RESULTADOS E NÃO PROMESSAS

Outro exemplo de comunicação incorporado ao valor estratégico da empresa é a Vale. Lá a comunicação foi definida pelo presidente como um instrumento fundamental para a companhia conseguir implementar seu planejamento. E neste processo Fernando Thompson, diretor de comunicação e sustentabilidade, sabe que o desafio é fazer uma gestão eficiente. Gestão eficiente de comunicação é estabelecer e cumprir métricas.

Em geral nossos chefes são engenheiros, economistas ou advogados. Nòs, comunicadores... temos métricas diferentes, discursos diferentes... mas nossos chefes não entendem isso. Já dá pra perceber que esté é um dos calcanhares de aquiles da comunicação. Muitas vezes vendemos promessas, mas os presidentes querem resultados. Nós pensamos nos inventimentos e eles projetam o retorno.

Sergio Valente, presidente da DM9DDB, falou uma frase muito interessante na sua pelestra durante a Semana ARP de Propaganda 2009 em Porto Alegre, que pode e deve também ser válida para as relaçôes públicas: ...eu sei tudo de ebitida, estudem ebitida, estudem economia, estudem, porque o seu negócio é um alavancador de economia, seu negócio não é arte, seu negócio não é só deixar a coisa bonita, porque gente que deixa a coisa bonita, gente que deixa anúncio bonito tem uma porrada, gente que faz banner legal tem uma porrada...

Ou seja, trazendo pro nosso lado. Gente que faz festa de final de ano da firma tem uma porrada, gente que manda release pra imprensa tem uma porrada, gente que faz aniversariantes do mês tem uma porrada, gente que faz mural interno tem uma porrada. Mas este não é o nosso negócio. Nosso negócio é, como Sergio Valente falou à respeito da propaganda, alavancar economias. É influenciar no negócio da empresa. Um dia todos teremos coragem de dizer isso para nossos chefes e eles entenderão.

MÍDIAS SOCIAIS E VALOR ESTRATÉGICO DA COMUNICAÇÃO

Este texto reforça a reflexão sobre dois aspectos que são cruciais hoje para o desenvolvimento do estudo e da profissão da comunicação e das relações públicas. 1. Ter a comunicação como estratégica à frente dos processos das discussões e tomadas de decisões. 2. Gerenciar a marca neste campo indecifrável que é as redes sociais, no qual qualquer um que diga 'Isto vai funcionar' ou está mentindo ou é louco.

O que fazer para aumentar os 10% apontados na pesquisa da Databerje? É complexo, é uma mudança de posicionamento, de percepção e isso tudo é cultura, e leva tempo. Se a Vale, que tem 64 anos, só definiu a comunicação como estratégia em 2001! O que fazer para entender um pouco mais sobre o comportamento nas redes sociais? Isso é um processo empírico, de tentativa e erro. Se nem Biz Stone sabe como rentabilizar o twitter! Podemos tentar responder, mas frases prontas não responderão estas duas perguntas. E você o que acha?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Não é assim uma Brastemp.

Por Amanda Barrin, estudante de Publicidade e Propaganda da PUCRS


Não é de hoje que se sabe que a voz do povo é a voz de Deus, e que quando algum bordão cai na boca do povo tende a perdurar por muitos anos. Reunindo material para minha monografia comprei o Livro Campanhas Inesquecíveis – Propaganda que fez história no Brasil, lançado pela Meio e Mensagem, em comemoração aos 27 anos da revista. O livro rebusca comerciais televisivos desde a década de 60 á década de 90, totalizando 84 cases (de dar água na boca de tão bons).

Mas e hoje? É possível fazer uma campanha tão inesquecível quanto essas? Com a quantidade informação que a geração Y recebe, fica complicado fixar uma campanha por muito tempo. A democratização do computador faz com que passemos muito mais tempo sentado a sua frente e esqueçamos um pouco dos meios de massa, ou quando estamos a frente da TV, o efeito zapping se faz presente, a não ser que você seja um apaixonado pela propaganda como eu, sai trocando de canal desesperadamente quando o programa faz um intervalo.

Outro detalhe, estamos em uma época de transição, a geração Y, geração X e babyboomers convivem, são consumidoras dos mesmos produtos, mas já chegam a ele de forma diferente. A previsão é que a em 2015 os investimentos publicitários em internet superem o jornal e se torne segundo colocado no ranking. Seria a briga direta ente a telinhae a web. O fato é que, com o público dividido, a missão de fazer uma campanha que se torne imortal é quase como tentar agradar gregos e troianos. Estamos na era dos nichos, da personificação, da customização. Por isso a web tem crescido tanto e ferramentas como o Twitter, que aproxima o produto do consumidor, tem se tornado a nova força da internet.

Cada vez mais se estreitam os laços entre consumidor e marca, um exemplo disso é o Drimio, que foi lançado esse ano (veja o post sobre o lançamento aqui no blog). Uma rede social somente para a relação com as empresas e tem por finalidade captar sensações e associações de marca. Cada vez mais deixamos o coletivo e nos tornamos individuais. E a próxima geração, nossos filhos, será pior. Faith PopCorn já falava, anos atrás, em encasulamento, e nós estamos provando que não é só tendência. Dependemos da internet para tudo.

Esses acontecimentos fazem com que as campanhas inesquecíveis fiquem só na lembrança de quem as vivenciou, elas tomarão Doril por um tempo até que a geração Y se torne predominante e sumirão novamente quando a geração z, w, k o qualquer que seja o seu nome, começar a crescer. Ate lá terei que me acostumar com o fato de que a publicidade não vai ser assim, uma Brastemp.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Poder dos consumidores digitais.

Por Cibele Silva, estudante de Relações Públicas da Metodista

Existem empresas que ainda não deram conta que os consumidores 2.0 estão crescendo. Eles vêm para ditar as regras do jogo on-line.

É o que diz o Al Pacino em uma adaptação realizada do filme Um domingo qualquer.

Tornar sites e estratégias digitais mais eficientes é um desafio e tanto. O consumidor 2.0 tem crescido ano após ano no Brasil. E os números são evidentes quando se trata do e-comerce. Segundo a revista ProXXima nº 13, edição de outubro, traz os seguintes dados, em julho deste ano 25,2 milhões de pessoas navegaram em sites de comércio eletrônico na internet brasileira. Esse número representa 11,8% comparado com os 22,5 milhões do mês anterior. Desse total, 69,1% entraram em sites de compras.

No ponto de vista de Mauro Segura em seu texto publicada na revista ESPM volume 16, edição nº5 de 2009, o que está causando toda essa revolução é a tecnologia da informação, pois está impondo transformações radicais, mudando a forma como as organizações se comunicam e se relacionam com os seus públicos, passando de coadjuvantes a protagonistas. É o que o Al Pacino deixa claro no vídeo.

Trago um exemplo que aconteceu comigo segunda-feira. Estava na loja da Vivo esperando para trocar meu celular. Enquanto esperava twittei a seguinte frase – Estou em uma loja da #vivo esperando faz quase 1h, isso que quero trocar o celular. Imagina se fosse outra coisa. #Desrespeito. Em minutos recebi um RT de um fake chamado @anatelfail. O Fake tem poucos seguidores acredito ainda não causar tanto impacto para a marca. Porém a Vivo me segue no twitter e eu recebi uma DM, solicitando desculpas pelo atendimento e que eles estão fazendo melhorias no atendimento no final do ano.

Talvez eu tenha sido uma consumidora entre milhões que reclama, mas a resposta da empresa já demonstra que o primeiro passo já está sendo tomado para agradar os consumidores. As empresas ainda estão tateando o ambiente das redes sociais e como agradar? Eis a pergunta que não quer calar.

Babs Rangaiah dirige a comunicação e o planejamento digital da Unilever e tenta entender até hoje, como agradar o consumir. Em entrevista concedida a revista ProXXIma, ainda na edição nº 13, Rangaiah diz que o Brasil é o segundo país que recebe mais verba da empresa para ações digitais. A chave do negócio para ele é chamar o consumidor para acessar o site da empresa com campanhas, prêmios. É o que se tem visto muito no twitter e a Unilever não está medindo esforços com isso no Brasil.

Na revista da ESPM nº 5 descrita acima, saiu que a Folha de São Paulo fez uma pesquisa para a realização do prêmio Top of Mind, nesta pesquisa eles detectaram que o primeiro resultado encontrado por mecanismos de busca nem sempre é o site da empresa, e sim, blogs e mídias instantâneas com reclamações da empresa. É preciso ficar de olho no movimento dos consumidores, migrar e se relacionar com o público onde quer que eles estejam.

Não adianta ter um site bem construído se, ao usar um buscador como o Google, o consumidor encontra entre os dez primeiros resultados um testemunhal negativo e não resolvido. O poder do consumidor está aquém do que as organizações possam imaginar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

VEJA Meus Livros - Rede social literária.

Por Betânia Castoldi, estudante de Relações Públicas da PUCRS

No próximo sábado, será lançado a rede social literária VEJA Meus Livros a versão-teste Beta já estava no ar fazia algumas semanas. Será o primeiro aplicativo desenvolvido para sites de relacionamento no Brasil.

Começará funcionando no Orkut, com 27 milhões de brasileiros cadastrados, e em breve deverá ser estendido também ao Facebook. Em vez de levar as pessoas a formar, do zero, uma nova rede social, seu objetivo é aproveitar as teias de amizade já construídas e transformar os livros num dos focos da conversa on-line.

O que é?


Veja Meus Livros é um serviço gratuito que permite que você crie e organize sua própria biblioteca virtual na internet: com essa ferramenta eletrônica, é possível ordenar suas obras favoritas e também títulos que você está lendo ou que pretende ler.

Você vai opinar sobre os livros escolhidos e avaliar cada um deles. Sua biblioteca pessoal pode ser compartilhada com amigos e demais usuários de VEJA Meus Livros – estimulando a troca de idéias, opiniões e conhecimento.

É possível ainda acompanhar as resenhas publicadas em VEJA, além das dicas de leitura dos editores da revista. Essas resenhas e comentários serão postados não só no Orkut, como também no Twitter, interligando as duas redes.

O aplicativo conta ainda com uma parceria com a Livraria Cultura – o usuário que se interessar por determinada obra poderá comprá-la on-line. Os comentários e resenhas de colegas leitores são um apoio para quem deseja escolher um livro.

Como fazer parte?

É
fácil criar sua biblioteca virtual em Veja Meus Livros. Basta possuir um perfil no Orkut e seguir os passos descritos abaixo:
1. na página Início de seu perfil, clique no link adicionar apps, na coluna da esquerda
2. procure o ícone VEJA Meus Livros e dê um click sobre ele
3. clique no link Adicionar aplicativo, na coluna da direita
4. após a instalação do aplicativo, você já pode formar sua biblioteca

Como funciona?

A rede social de leitores que VEJA está lançando no Orkut será divida em:

Rankings – Termômetro da comunidade e das suas opiniões: mostra os livros mais comentados, os mais desejados – e informa a avaliação média de cada título.

Biblioteca pessoal – Nessa seção, cada leitor organiza seus livros em diferentes categorias, como “á li ou quero ler. É onde podem ser postados os comentários e resenhas sobre cada obra.

Os mais vendidos – Traz a lista dos Best-sellers publicada a cada semana na revista.

É um aplicativo bem útil para os amantes dos livros, embora sejam poucas as pessoas aqui no Brasil que cultivam o hábito da leitura. O aplicativo na sua versão beta já possui quase 5 mil usuários, e é uma boa fonte de informações e troca de conhecimento, podendo servir inclusive para aumentar o número de leitores assíduos e obras lidas. Eu já adicionei o aplicativo no meu perfil do Orkut e acredito que essas diferentes formas de interatividade entre os diferentes públicos seja um dos ingredientes da fórmula de sucesso do Orkut, que ainda não perdeu a sua popularidade aqui no Brasil.

Impacto das redes sociais

Hoje ainda eu estava pesquisando sobre o impacto das redes sociais nas pessoas e um dado me chamou a atenção: Um em cada oito casamentos nos Estados Unidos em 2008 partiu de uma relação iniciada nas redes sociais - segundo a consultoria McKinsey. Seguindo por essa linha de pensamento, a rede social dinamarquesa Beautiful People, seleciona seus usuários pelos atributos físicos. Muito criticado pelos seus valores fúteis, o site tem o objetivo de promover encontros apenas de pessoas bonitas e atraentes, deixando de fora usuários desprovidos de beleza exterior. Esta segmentação de público só tende a aumentar nas redes sociais, permitindo que grupos de pessoas com mesmo perfil e com interesses em comum, possam estar interagindo em espaços que realmente entendam suas reais necessidades.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Os 5 desafios das Relações Públicas na área hospitalar.

Hoje quem escreve sobre sua experiência em Relações Públicas na área hospitalar é Tatiana de Lima Santos |@tati_lsantos| Ela é pós-graduanda em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e graduada em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero em 2007. Atualmente, é analista de marketing no HCor – Hospital do Coração e já trabalhou na Pizza Hut, LVBA Comunicação, Hospital Samaritano e Wal-Mart. Recebeu prêmio da ABRP pelo PEX – Projeto Experimental desenvolvido para o HCor – Hospital do Coração.

A área hospitalar apresenta grande demanda de comunicação devido à diversidade de públicos e à complexidade do segmento. O trabalho de comunicação em hospitais é relativamente recente e isso o torna ainda mais desafiador, pois ao criar um departamento de comunicação mudamos um processo institucional. Abaixo estão listados 5 desafios das relações públicas em hospitais:

1) Convencer os funcionários de que o que era bom pode ser melhor.
O primeiro processo é convencer os funcionários de que o trabalho que foi realizado por anos e funcionou sem a comunicação, agora pode ser melhor - unificado e coordenado por uma única área.

Como os desafios não param, além da dificuldade de instalar a parte estrutural na instituição, mudando uma cultura organizacional, há o desafio de entender o negócio. Afinal, o paciente é um público interno ou externo? Como fazer com que a comunicação atinja tanto os setores administrativos que trabalham em horário comercial quanto os setores assistenciais que têm profissionais atuando 24h, de segunda a segunda? Como lidar com a imprensa no caso de internação de um paciente notório?

2) O trabalho com o público interno na mudança da cultura.
Começando pela cultura organizacional, qualquer instituição tem em sua cultura o reflexo das pessoas e dos negócios em que atuam. Ao entrar em uma organização para trabalhar a comunicação como um processo, encaramos também o desafio de mudar uma cultura já enraizada e muitas vezes inflexível. Como as mudanças sempre causam incertezas, o resultado disso pode ser uma crise interna. O funcionário, sem entender o seu papel não se sente parte integrante da empresa e sente-se desmotivado, o que acaba refletindo nos resultados.

Aí que entra o papel essencial da comunicação interna que é voltada aos funcionários com o intuito de desenvolver o sentimento de pertencimento, estimular a integração, o diálogo e a satisfação no ambiente de trabalho. O auxílio das ferramentas de comunicação como: intranet, mural, revista, newsletter, eventos e no caso do hospital que tem funcionários trabalhando 24h, o envolvimento da liderança e o incentivo da comunicação entre pares, é essencial. A concretização de tais objetivos necessita coerência e transparência entre o discurso e ação organizacionais.

3) Trabalhar com saúde na imprensa e envolver médicos como porta-voz.
E como a base dos profissionais de comunicação é formada por reputação corporativa, identidade e imagem, a assessoria de imprensa é mais uma peça deste imenso quebra cabeça. O que divulgar para a imprensa sobre hospitais que em sua maioria são vistos como lugares desagradáveis, para gente doente? A saída é trabalhar com a saúde e não com a doença, há diversas formas de se prevenir como: check-up, dicas nutricionais, psicológicas etc. E neste caso é necessário que haja o envolvimento de outro público: o médico, que muitas vezes são renomados e com agendas lotadas. Neste caso o papel da comunicação serve também para conscientizar a importância de ser porta-voz e mais do que isso, utilizar este meio a favor da imagem da Instituição além da divulgação de seu próprio nome e trabalho.

4) Ter um bom processo no caso de internação de Pacientes Notórios
A assessoria de imprensa também é envolvida no caso de internação de pacientes notórios, que são os pacientes que tem potencial para gerar qualquer tipo de interesse por parte do público. Nestes casos a agilidade dos profissionais de comunicação é fundamental para evitar boatos e o Boletim Médico passa a ser usado como uma ferramenta de comunicação entre a instituição e os jornalistas.

5) Identificação dos públicos
Quanto aos pacientes, eles são considerados um público misto. Enquanto estão internados são considerados parte da instituição e participam das atividades internas, de acordo com as ações feitas para os funcionários. Este mesmo público futuramente se torna também externo e então nos dedicamos a levar a eles informações sobre prevenção e saúde, por meio de ferramentas como: cartas, e-mails marketing, internet, revista e newsletter.

Enfim, já existem ferramentas modernas de comunicação como TV corporativa, mídias sociais e on-line, mas a realidade é que alguns lugares como os hospitais, estão só começando a entender a importância do papel da comunicação e ainda precisam da fórmula básica das RP´s.

É diante desses desafios que o profissional de comunicação encontra grandes oportunidades de desenvolvimento. Claro que exige uma dedicação intensa e paciência, mas gera muita satisfação ao alcançar os resultados esperados.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

As Relações Públicas na esfera governamental.

Por Bruna Franco, estudante de Relações Públicas da UFG

No 4º período de RP aqui da UFG, nós temos a matéria de Planejamento de Relações Públicas e para término e avaliação dos resultados alcançados ao longo do semestre, precisamos, claro, fazer um planejamento de RP para alguma organização. Dentre seis grupos, quatro escolheram empresas privadas, um o terceiro setor e outro grupo, o meu grupo, trabalhar com um órgão público.

Não que seja mais fácil fazer um plano de comunicação para empresas privadas, porém há uma maior disponibilidade de informações e bibliografia sobre elas, como Comunicação Empresarial de A a Z, de Francisco Viana. Também encontramos muitos cases em sites especializados de RP, como o Portal RP, e na maioria de seus arquivos, são de empresas privadas. Em muitos cursos de Relações Públicas espalhados pelo país, o foco é basicamente a empresa privada e, portanto, há essa certa dificuldade em trabalhar com instituições governamentais ou não-governamentais. Isso é o que percebi em sala de aula, em conversas com alunos de outras universidades e até na leitura de alguns TCC. Será que este enfoque está sendo abordado no processo de mudança de ensino do curso proposto pelo MEC?

Mas aplicar um roteiro de planejamento a um órgão público é um pouco mais complicado, já que alguns requisitos utilizados na empresa privada não cabem à esfera pública. Até mesmo por conta de questões históricas, as Relações Públicas só foram difundidas no ambiente público na época da ditadura, com a criação da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), que cumpria a função informativa e a comunicação deixada pelos meios que foram censurados. Portanto, algo consideravelmente recente.

E claro, o desinteresse percebido em algumas repartições públicas, tanto para prestar assistência a quem deseja informações sobre o órgão, quanto ter a iniciativa de saber como funcionam os outros departamentos: a história deste órgão, por que ele existe... A instituição estudada, pelo meu grupo nessa disciplina de Planejamento de Relações Públicas, constitui uma esfera governamental, para ser mais clara, uma secretaria de Estado, cujas funções se baseiam na educação e fomento à pesquisa, trabalhando com públicos diferentes. Nâo é muito difícil adivinhar, mas por questões éticas não posso revelar o nome.

A primeira dificuldade por mim observada: os funcionários me disseram que não havia um histórico, nem sabiam quando o órgão fora criado. Mas pesquisando na internet, descobri que havia um breve histórico da organização, coisa que ninguém lá dentro sabia, nem mesmo o pessoal da Comunicação. Segunda: alguns projetos e meios utilizados para organizar um departamento de comunicação e/ou divulgação da instituição são inviáveis na esfera pública, ou por falta de verba para investir nisso, ou por se tratar de questões não previstas em lei, constituindo então, ação ilegal.

Embora não tenha muitas teorias sobre a construção em órgãos públicos, podemos acompanhar alguns casos de sucesso de profissionais que contribuem, no exercício da comunicação, para o desenvolvimento de órgãos eficientes. Um exemplo é o caso postado pelo Mauro Segura em seu blog A Quinta Onda » Um exemplo de uso do twitter na Administração Pública, que conta que a Secretária da Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, fez um twitter para se comunicar com os professores. A Secretária tinha um e-mail muito difícil de ser memorizado, o que dificultava a interação. Com o uso do twitter, a Secretaria começou a receber 450 e-mails por dia e seu intuito é resolver os problemas e estar mais próxima dos professores da rede pública.

O exemplo da Cláudia deixa claro que a comunicação pública, com um pouco de vontade e com algumas quebras de barreiras burocráticas, pode ser planejada e trabalhada assim como uma empresa privada que procura a proximidade do relacionamento com seus públicos, para beneficiar a interação e manter os públicos bem informados.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

My Starbucks Idea e a Construção Colaborativa de Marca.

Por Mariana Oliveira, estudante de Relações Públicas da UFRGS



A Starbucks, ciente de que seus consumidores têm ótimas ideias sobre a empresa – simples ou revolucionárias –, deseja ouvi-las, para que as ações do futuro sejam construídas conjuntamente. Com este objetivo, em março de 2008 foi lançada a plataforma interativa My Starbucks Idea.

Neste ambiente virtual, os consumidores criam seus perfis e podem interagir tanto com a marca quanto com outros consumidores: todos estão convidados a compartilhar seus pitacos sobre a Starbucks, que são divididos em temas como Produtos, Experiências (ambientação das lojas, facilidades) e Envolvimento (ações de responsabilidade social/ambiental). As sugestões podem ser votadas e comentadas pelos próprios usuários e, depois de rankeadas por votação popular, são analisadas pela equipe Starbucks. As ideias consideradas relevantes (e possíveis!) são implementadas e publicadas no blog Ideas in Action (Idéias em Ação), inserido na plataforma. O blog é a “prestação de contas”, a prova de que as sugestões podem, sim, ser colocadas em prática, fazendo com que o consumidor se torne peça-chave no processo de construção da marca.

No seu primeiro ano, a My Starbucks Idea recebeu 75 mil sugestões, além de milhares de votos e comentários. E as discussões não se limitam a discutir sabores de café, facilidades em pagamentos, pedidos de wi-fi nas lojas: algumas são realmente surpreendentes. O melhor exemplo é a campanha de incentivo à cidadania If You Vote, Starbucks Buys Your Coffee (Se você votar, a Starbucks paga seu café), que nasceu de uma sugestão da rede. Durante as eleições presidenciais dos EUA, um usuário sugeriu que a empresa doasse um café Starbucks para cada eleitor que comprovasse seu voto, já que este não é obrigatório no país. Logo que essa sugestão foi postada, espalhou-se rapidamente e ficou entre as mais populares da rede, o que chamou a atenção da empresa. A Starbucks adotou a ideia como estratégia de campanha publicitária, inclusive com veiculação de comerciais no Saturday Night Live.




O grande trunfo da plataforma virtual da Starbucks é a possibilidade de obter uma fonte inesgotável de feedback espontâneo, ao mesmo tempo em que faz o consumidor se sentir parte valorativa do processo. Neste caso, o consumidor tende a não se sentir “explorado” pela marca – afinal, os comentários são livres –, e desfruta da possibilidade de ter suas sugestões atendidas. E a Starbucks, além das preciosas dicas de quem mais entende dos produtos (os clientes!), reforça seu comprometimento com o seu público mais fiel.

Entretanto, deve-se considerar que a My Starbucks Idea não atingiria tal sucesso caso não estivesse amparada por um posicionamento estratégico de comunicação da Starbucks com seus públicos, anterior a esta ação específica. Os consumidores, no decorrer da história da empresa, foram contemplados com diversas ações de relacionamento, despertando seu envolvimento com a lovemark.

Sentimento este que é reforçado através de projetos como a My Starbucks Idea, que transforma seus consumidores em verdadeiros embaixadores e a coloca entre as marcas mais influentes e inovadoras da atualidade.


PS: Esta é uma das reflexões do trabalho A geração de conteúdo pelo consumidor como vantagem competitiva de marca, apresentado por Profª. Dra. Helenice Carvalho, Mariana Oliveira e Cinara Moura, no X Seminário Internacional de Comunicação da PUCRS.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Eu enxergo o que você sente.

sexta-feira | 4 de dezembro de 2009

Feedback é definido como uma via de mão-dupla. Um mecanismo de retorno, de resposta obtida a partir de uma ação. Feed = alimentar + back = voltar. Ainda é uma troca de interações, de pontos de vista, que podem ser interpretadas de uma forma positiva ou negativa. Dá pra lembrar ainda das aulas de Introdução à Sociologia no início do curso. Maturana, pela década de 70, cunhou o termo autopoiesi na biologia, que era a capacidade dos seres vivos de produzirem a si próprios. Depois Luhmann, nos anos 80, levou esta definição para as ciências sociais, com todo o conceito de retroalimentação dos processos nos sistemas, é a teoria dos sistema.

A teoria dos sistema diz o seguinte: é preciso enxergar o envolvimento do todo e não de cada elemento separado no processo. Na prática é + ou - assim: nós conseguimos entender o funcionamento de um carro ao perceber as peças montadas e o carro pronto, mas se observássemos só as peças separadas, talvez não compreenderíamos que se trata de um carro. Este exemplo também vale para as organizações. Mas de todo este papo chato, o que interessa da teoria dos sistemas é o conceito de retroalimentação, porque retroalimentação é feedback e feedback é relações públicas.

Na boa, pra mim feedeback é a definição em uma palavra de relações públicas. Hoje não se resume tudo em 140 caracteres? Pois eu resumo tudo em 8 caracteres. F E E D B A C K. Uma palavra. 8 caracteres. Mas não estou falando do feedback de enviar cartão de feliz aniversário para os clientes. Eu falo de saber que o cliente vai virar papai, e mais que é de uma menina. Ou que o filho da cliente passou no vestibular, e mais que é para medicina. Ou, saber que o cliente adora Stephenie Meyer e o Crepúsculo está em promoção na livraria.

É simples, é o clichê da música, é o Eu enxergo o que você sente. (Vocês vão entender tudo quando ouvirem a música) RPs precisam promover diariamente esta retroalimentação. RPs precisam diariamente de feedbacks verdadeiros. Não precisam de pesquisa de opinião, não precisam de caixa de sugestões ao lado do cafezinho, não precisam enviar e-mail agradecendo a participação na palestra. Não basta saber a data de aniversário do cliente e também não basta enviar cartão de Natal. Não acreditem em livros de auto-ajuda corporativos, acreditem no que a senhora atriz do clipe fala aos 3min19: relacionamento é uma arte. E promovam esta arte.

Saber receber e entender feedbacks é essencial. É um auto-aprendizado que vale a pena. Para quem consegue aproveitá-los, são uma ótima fonte de correção e renovação. E podem acreditar, ver a mesma situação por um ponto de vista novo faz uma grande diferença.

E cá entre nós, existe exemplo melhor de feedback do que o exercício diário de uma relação a dois?

Feedback
Nenhum de Nós
Composição: Martha Medeiros

Eu enxergo o que você sente
Mas você responde com a boca: não
Sua boca diz que não
Mas quando não diz nada
Me beija sim
Depois do beijo olho de novo em seus olhos
E vejo sim
Seus olhos dizem sim

Você retira a mão do meu rosto
Me pede perdão: não
Me beija de novo como quem suplica
O silêncio que diz sim
Te abraço então, agora é o teu corpo
Que diz não
Teu corpo diz que não

Você pede que eu volte
E nessas idas e vindas
O amor enfraquece
Até o fim
Enfraquece até o fim
_ _ _

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

#DiadoRP: + do que um dia, um sentimento.

Por Equipe Ocappuccino.com

Nossa homenagem ao #DiadoRP não é em forma de texto. Os esforços, nos blogs e no twitter, hoje, são para valorizar o papel estratégico das Relações Públicas no cenário organizacional. Então o que é mais estratégico do que um trabalho de stop motion? Stop. Parado. Podemos relacionar o parado ao próprio pensamento estratégico do Relações Públicas. É parando o mundo que conseguimos observar, pesquisar e planejar. Motion. Movimento. Podemos simbolizar o movimento ao start mecânico do processo de executar, coordenar, acompanhar, avaliar. Mas não se esqueçam, este trabalho metódico de fotograma por fotograma, de quadro a quadro - como a atividade de RP - não é estanque. O Stop motion - como uma modalidade de animação - representa o RP como ser multitarefas, mas focado; um ser estratégico, mas tático, um ser opinião pública, mas plural, um ser empresa, mas cliente. RP é aquele profissional que percebe o movimento da empresa e, mais, sabe que todo movimento se origina de um quadro parado.

Para produzir este stop motion de homenagem foram tiradas aproximadamente 1000 fotos em 4 horas e foram editatas 250 fotos em 3 dias. Fora isso, o trabalho de roteirização e produção. E fora isso, a quantia em dinheiro que investimos. E sabem o motivo de fazer tudo isso? Um sentimento: Relações Públicas. Sabemos que as Relações Públicas não cabem em um dia, ou em uma tag (#DiadoRP), ou em um vídeo, e muito menos em 140 caracteres. Mas não podemos esquecer que conseguimos medir aquilo que sentimos apenas pela maneira com que demonstramos o sentimento. E essa é nossa sincera e orgulhosa homenagem ao #DiadoRP e às #RelacoesPublicas.

Ah, no 1min19seg prestamos uma homenagem também a alguns blogs que conseguimos indentificar o logotipo e conseguimos imprimir, são eles: Comunicação ETC do @leobraganca, MundoRP do @rprodrigo, Horizonte RP também do @baldurquino, Abordo também da @belle_rp, Ciranda RP da @fabibegnini, A Quinta Onda do @maurosegura e RPalavreando da @carolterra. Àqueles que possuem blogs e esquecemos, pedimos desculpa.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ser ou não ser... RP?

Por Andressa Carrasqueira, estudante de Relações Públicas da UERJ

Se você está como eu ou como nosso amigo Mano (que postou o texto Monografando sexta-feira), desesperado para entregar sua monografia, a um dedinho de pegar seu canudo e sair correndo por aí dizendo que se formou em RP, então, meu camarada, você está prestes a ser reconhecido pelo Ministério da Educação como Relações Públicas. Bom né? Pois é... Mas se você está esperando que vai arrumar um bom emprego de Relações Públicas... Senta e descansa.

O que ocorre hoje é que o mercado de RP é completamente indefinido. Eu, por exemplo, sou Analista de Marketing, apesar de fazer muita coisa que é RP. Tenho certeza de que muitos graduandos em RP que estão lendo este post também trabalham com Publicidade, Comunicação Interna, Assessoria de Imprensa, Marketing, Relações Institucionais, Jornalismo etc, mas não trabalham com RP. Aliás, não existe muito bem definido nas empresas, grandes ou pequenas, a função de Relações Públicas. E isso mostra o quanto é difícil para nós nos colocarmos neste mercado tão competitivo.

Ah, mas a faculdade de RP é generalista. Quem faz RP pode trabalhar em qualquer área da comunicação. Pode, pode sim. E é isso que eu sempre disse nas entrevistas. Mas o profissional de RP só não consegue é trabalhar com RP. Aliás, você mesmo nem sabe o que é RP quando entra na faculdade (salvo algumas exceções).

O que estou querendo dizer aqui é: Precisamos virar RPs! Isso quer dizer que a gente tem que se apresentar como formado em Relações Públicas, e não em Comunicação Social, como muita gente faz por aí. E se preparar pra perder cinco minutos explicando pra quem perguntou o que é RP. Como no movimento que iniciou, via @fabioalbukerk, quinta-feira no twitter, #DesafioRP: Defina Relações Públicas em até 140 caracteres. Muitas definições do que representa a atuação estratégica das RRPP nas organizações foram expressadas, como por exemplo a da @NatytaFranco: RP é a arte de trabalhar a imagem da org. p/ todos seus stakeholders posicionando a marca de forma estratégica.

Então, se não mudarmos a forma como o mercado brasileiro enxerga os profissionais de Relações Públicas estaremos fadados a sermos substituídos por profissionais de outras áreas da comunicação. Se não conquistarmos nosso espaço, nunca conseguiremos ocupar a posição estratégica que o profissional de RP tem (ou deveria ter, segundo nossos professores) em uma empresa. E aí fica beeem difícil Ser RP.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Monografando.

Por Massimino Delazeri, estudante de Relações Públicas da UFRGS

Depois de algumas semanas afastado do blog, trabalhando na minha monografia, estou de volta para falar sobre ela...

Quem já passou por essa etapa da graduação sabe muito bem do que estou falando. E quem ainda não passou pode se preparar para algumas noites mal dormidas e, dependendo da pesquisa, bastante trabalho.

No meu trabalho busquei identificar o processo de construção de um blog corporativo. No início a minha ideia era selecionar alguns blogs e fazer uma pesquisa de caráter mais quantitativo, através da observação direta, identificar características em comum na estrutura e no relacionamento com os usuários.

Mas, ao discutir sobre a pesquisa com o meu orientador Alex Primo, ele me aconselhou a utilizar a metodologia de pesquisa exploratória no formato de estudo de caso. Essa metodologia consiste em identificar um objeto de estudo e a partir de diversas fontes coletar informações e fazer uma descrição detalhada do objeto de estudo.

Para pesquisar escolhi o Claro Blog, blog corporativo voltado para o público externo - desenvolvido pela operadora de telefonia móvel Claro. Escolhi o Claro Blog como objeto de estudo por ser o blog corporativo de uma empresa com um enorme número de clientes diretos, e por recentemente ter conquistado um prêmio na área de relacionamento com o cliente – Prêmio ABT – na categoria Soluções Tecnológicas, que reconhece as práticas de relacionamento com o uso da tecnologia.

Coletei muitas informações interessantes que mais adiante transformarei em post para partilhar aqui no blog.

Por ora, aproveito o espaço para agradecer a toda equipe do Claro Blog que muito gentilmente colaborou com a minha pesquisa. Ainda estou acertando os últimos detalhes da monografia, a data de entrega é dia 7 de dez. e a banca já está marcada para o dia 15 de dez. Torçam por mim!

Tem mais algum formando por ai? Mais alguém passando por essa experiência de pesquisador? Peço que colabore aqui conosco contanto um pouco sobre a sua monografia.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Modernização e ampliação de cenários: o RP nos meios digitais.

quarta-feira | 25 de novembro de 2009

A mais nova da equipe Ocappuccino.com é a Fernanda Fabian, a Fê. É estudante de RP; aspirante a analista de comunicação; um planejamento de marketing ambulante. Aquela que deseja o saber da internet, ou curiosa por ela, como queira: é louca por novidades na web - e fora dela. É fascinada em redes sociais, blogs e sites. Aliás, fascinada em comunicação. Em um mundinho só seu, repleto de livros, anotações, links, músicas novas e os clássicos do rock n' roll (e da Cachorro Grande), ela viaja por mundinhos alheios e constrói inúmeras relações entre eles. Incessante, interessante e simpaticamente apaixonante.
A temática é bem abrangente e de ampla discussão: como perceber um cenário em constante mudança, em que precisamos compreender o que o consumidor de fato quer; atender as necessidades da política das empresas; identificar os reflexos de um simples comentário na rede, ao tempo em que verifica-se as necessidades de comunicação da organização; tratar com públicos totalmente variados (interno, externo...); criar e gerenciar um relacionamento com a mídia e com a comunidade; fortalecer ações on line e off line, e, pensar em como desenvolve-las a curto e longo prazo; estar sempre atualizado sobre assuntos que vão desde a política, marketing à comportamento na novela das 20h.

O RP de hoje precisa ser muito mais do que aprendemos em sala de aula, ele precisa ser totalmente flexível a mudanças e aos reflexos do mercado. E esse é um dos privilégios de relações públicas: não possuir um único foco e uma única forma de trabalho. É preciso saber ouvir e experimentar novas ferramentas, novos meios, novas informações. Principalmente para não correr o risco de o seu cliente falar em algo que você desconhece e acabar passando por desinformado.

Um dos caminhos mais acessíveis para isso tudo é a internet, mais especificamente as redes sociais. No dia 4 de setembro deste ano, o portal Mundo do Marketing publicou um levantamento realizado, que mostrou que as redes sociais são responsáveis por 62% do tráfego na internet brasileira.

Outra pesquisa de grande relevância e que vem ao encontro deste post, foi a divulgada pelo Valor Econômico no dia 6 de novembro. Foi feita com 1.277 internautas que escrevem com frequência nas redes, entre blogueiros e twitteiros brasileiros, e apontou que as redes mais acessadas por essas pessoas são o Twitter (68%), Orkut (63,1%), YouTube (28,7%), Blogger e Blogspot (25,9%). Ainda conforme o estudo, 90,1% dos usuários entrevistados usam a internet para pesquisar sobre produtos e serviços antes da compra; 79,3% fazem compras em sites e 42,9% recomendam o produtos e serviços nas redes sociais. As críticas são inseridas em todas as redes. No Twitter, 27,8% dos internautas criticaram marcas; o percentual de consumidores reclamantes foi menor nos blogs (15,1%), no Orkut (15%) e no YouTube (6,9%).

Essa é só uma dentre tantas outras pesquisas que comprovam que as redes sociais não são um simples modismo, mas sim uma forte tendências (alias, está sendo) para a comunicação. Nenhuma novidade até aqui para muitos não é? Mas quantos de nós está executando, de fato, na prática essas discussões? Ouve-se muitos cases de sucesso, praticados, muitas vezes por publicitários e marqueteiros, e os RPs? Sei que existem vários que utilizam dessa pratica, mas poucos créditos são refletidos às Relações Públicas. Um exemplo real foi o realizado pela Rede Globo e pela agência LiveAD, e foi premiado no Festival de Cannes: Mil Casmurros. Como muito bem apresentado aqui no blog anteriormente.

As mídias sociais são um canal infinito de possibilidades, e isso você descobre explorando elas. Não há um passo a passo ou guia definitivo, a criatividade é a sua maior, e melhor, ferramenta neste caso. Explorar novos caminhos, criar novos focos, interagir e planejar de forma efetiva e, principalmente, pesquisar sobre os públicos em questão e sobre as redes em que está sendo inserido o conteúdo são as melhores formas de ser obter uma aproximação com esta que é mais uma opção para os RP’s, as redes sociais.
_ _ _

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

As Novas Waves da Google.

Por Amanda Barrin, estudante de Publicidade e Propaganda da PUCRS

Quando comecei a idealizar esse post pensei em falar sobre as possibilidades do Google Wave, poder integrar em uma só ferramenta todos aplicativos da Google. Entretanto são tantas novidades acontecendo com a toda poderosa da internet que alguns projetos merecem sem comentados até para que fiquemos por dentro do que a mais poderosa da internet nos promete.

Eis um videozinho (ative a legenda em português) sobre a história da Google e fatos marcantes nesse 11 anos.


WAVE
A nova ferramenta promete ser a mais poderosa da empresa, mas atualmente o Wave é tão complicado que nem da vontade de descobrir inúmeras possibilidades uma vez que ela é um misto de e-mail, rede de relacionamentos e buscador. Em tempos que a velocidade e a praticidade são fundamentais para se disseminar informação, o Wave vem na contramão, pelo menos é o que se percebe em sua versão preview. Até por ser uma versão crua, suas funcionalidades são muito complicadas. O projeto é como um diamante bruto a ser lapidado, será muito mais atrativo quando for mais simples.

Fora os contratempos, a proposta do Google Wave é incrívelmente útil, essa ideia de all-in-one é bastante atrativa, uma vez que hoje o nosso tempo é precioso e gastamos boa parte desse tempo gerenciando nossos eus virtuais, sejam eles no Orkut, My Space, Twitter, Facebook e genéricos. Por exemplo, Pode ser criar uma enquete com auxilio do maps, para se localizar. Imagine, todo mundo marcando no mapa onde estará, torna-se muito mais fácil encontrar as pessoas e encontrar caminhos, tudo na mesma wave. Resumindo, a palavra integração diz muito sobre o que o Wave pretende ser.

NOVO ORKUT
Impulsionada pelo crescimento do Facebook no Brasil, a Google lançou o novo Orkut, que nada mais é que o Orkut antigo com um novo layout, e algumas, poucas, novas funcionalidades. Retomaram o sistema de convites, gerando um grande buzz. Criaram um usuário personagem para ser a ponte entre a Google e os usuários da rede de relacionamentos, Danilo Miedi. Esse personagem é o responsável pela disseminação das novidades e dos convites. A estratégia de comunicação deu certo, era aparecer o grande “O”do Orkut no perfil, simbolizando que estavam usando a nova versão, que choviam pedidos de convite. Uma coisa que me incomodou bastante, um erro de comunicação imperdoável e inexplicável de uma empresa do porte da Google, que deixou muitos usuários descontentes, foi que na imprensa foi divulgado que o “O” apareceria nos perfis de quem tivesse convites para distribuir, que não foi verdade, o símbolo aparecia em todos os perfis que estava utilizando a ferramenta com nova roupagem. Gerou mal estar entre usuários que por muitas vezes passaram por mentirosos diante de seu amigos. Uma falha de comunicação dessas gera um grande comentário negativo, que nunca é bom já que no comportamento organizacional o falem mal, mas falem de mim não cabe.

Nada original o novo Orkut deixou de ser simples e ficou muito desorganizado. Como foi divulgado, tudo está na pagina inicial, difícil é descobrir onde. O aplicativo de fotos e vídeos tiveram significativa melhora, com mais agilidade, menos bugs e mais organização. A barra de status do usuário pode ser comentada, como no Facebook, aliás o Orkut virou uma cópia do Facebook.

CHROME OS
Os pilheiros de planão já estão dizendo que o OS da Google é a grande batalha com a a Microsoft, mas o que eles não esperavam é que essa não é a intensão da Google, pelo menos por enquanto. O Sistema Operacional da Google na verdade é um grande navegador de internet. Implantado somente em netbooks, o Chrome OS não permite a instalação de programas, sendo que a proposta é que se use programas online. E antes que se pergunte e o que farei quando não tiver conexão disponível a Google garante que os aplicativos disponibilizarão versões offline. A Google deixou claro que não vê o netbook como único computador do usuário, dizendo que esses usuários geralmente tem uma maquina mais poderosa em casa. Outro ponto forte sobre o OS é a segurança, a Google garante que o Chrome tem uma forte segurança até contra ele mesmo, não permitindo que se infiltrem no sistema. Agora é esperar pra ver. Aí um videozinho explicando melhor o OS, a legenda está em espanhol, mas vale a pena assistir.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Os dois lados das redes sociais.

Por Cibele Silva, estudante de Relações Públicas da Metodista/SP e Mateus Martins, estudante de Relações Públicas da UFRGS

A Web 2.0 contemporiza-se da primeira geração da internet pela dinâmica das interfaces das páginas que são praticamente estáticas da Web 1.0, onde o internauta tem um grau maior de interatividade e colaboração para o desenvolvimento de conteúdo.

Dentro deste contexto o desafio das organizações está além da capacidade de fazer a comunicação como sempre se fez, deve-se ainda, ser capaz de atuar de forma efetiva e estratégica no relacionamento com as redes sociais e ambientes colaborativos.

No atual cenário de interatividade e colaboração das redes sociais, os consumidores e usuários de conhecimento sentem-se cada vez mais à vontade para opinar e discutir sobre mídias, produtos e serviços.

Tim O´Reilly, grande estudioso da internet, em seu livro Open Source Paradigm Shift (2004), afirma que o valor competitivo das empresas nesta nova era da internet residirá na habilidade de entender como os usuários adicionam valor às informações e serviços que elas oferecem, e que elas deverão encorajá-los a fazer, realizando um relacionamento e montando credibilidade sobre a propaganda na rede.

Confirmando a importância das redes sociais para as empresas, a pesquisa Nielsen: Trust In Advertising Oct07, sobre a credibilidade da propaganda tradicional realizada em 47 países, aponta que 78% dos entrevistados acreditavam mais em recomendações de outros consumidores do que em propagandas tradicionais, e que 61% confiavam em recomendações postadas em comunidades online. Em contrapartida, apenas 14% disseram acreditar em propagandas tradicionais, a famosa chapa branca. No Brasil, segundo percentuais disponíveis no site To Be Guarani a internet é o terceiro maior veículo em extensão de alcance no Brasil, e 90% dos consumidores procuram sugestões de pessoas conhecidas, enquanto 70% confiam em opiniões expressas online.

Nesse domínio, falar de estratégia e de relacionamento entre públicos traz à tona a importância das relações públicas para esse cenário, principalmente no tocante à questão de criação de comunicação de via de mão dupla. Se a campanha não for bem desenvolvida pode causar danos, como a campanha publicitária, da Skol, para o concurso cultural Redondo é rir da vida. A princípio era para instigar o público a produzir e enviar vídeos, mas como podemos perceber abaixo na apresentação do Rafinha Bastos e na repercussão nos comentários do vídeo no youtube, a iniciativa não foi tão engraçada assim:

Grande estratégia da Skol: chamar o público para participar de uma campanha, com personagens como Rafinha Bastos e Danilo Gentili, ícones do humor e da alegria, não acham? Mas eles não contavam com o poder de produção, transformação e viralização das redes socais e Ronald Rios subverteu a brincadeira e – ao criar uma paródia do vídeo promocional – fez o público rir e pensar que a campanha da cerveja não era tão engraçada assim. Leiam o excelente artigo, A SKOL NÃO SABE RIR DA VIDA, postado no PLOG | O blog do Patrício Jr. Pois brincar com algo como uma droga com potencial causador de dependência não é tão simples. Assistam:

Mesmo uma campanha supostamente bem planejada pode causar repercussões inimagináveis no público. Vejam só o exemplo da Skol: 1. a ideia: provocar o público a gravar vídeos com história engraçadas 2. a ativação: como garotos propagandas dois grandes do stand-up comedy 3. o mote: você é o ator, você faz o palco e você escreve o texto 4. o objetivo: virilizar a campanha 5. a contrapartida: os 10 vídeos escolhidos fazem parte de um comercial da marca e aparecem no site.

Com um belo planejamento como este, o que deu errado? Como evitar alguns incidentes como este? É possível mensurar ou tangibilizar as reações dos públicos sobre as campanhas? Como você, leitor, faria – e faz – isso antes de planejar e aprovar uma ação? Talvez a ideia fosse tão boa que não tentaram destruí-la, não tentaram questioná-la. Claro que é lógico associar cerveja, festa, diversão, mas Ronald Rios mostrou que existe também o outro lado.

Ah, no site Redondo é rir da vida dá pra ver os vídeos ganhadores do concurso e pelo menos, se não gostar, tocar tomates neles.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As Relações Públicas no Esporte

Hoje convidamos @Brenomoreira para nos contar um pouco sobre seu
foco como Relações Públicas: o esporte. Breno tem 26 anos, é Relações
Públicas e Administrador (habilitação em Promoção de Eventos,
Esportes e Lazer). Suas experiências no esporte: ACE – Marketing
Esportivo. Clientes: América FC, Pitágoras/Minas, Bonsucesso/MOC,
Festival de Esportes/Mercantil, lei de incentivo ao esporte e eventos
esportivos. Clube Atlético Mineiro (Marketing).


Em alta, o esporte tem despertado o interesse de muitos profissionais e isso também se deve à realização da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016. Nosso país passará, até o fim destes anos, por muitas provas de fogo, mas é preciso pensar no presente, nas oportunidades e nas mais variadas formas de comunicação relacionadas ao esporte.

Futebol é a paixão nacional, porém em termos de gestão, notamos que está a um passo atrás de algumas modalidades do chamado esporte especializado. Um dos possíveis motivos para tal amadorismo pode ser identificado pela paixão excessiva, que deve ser dosada para deixar de ser prejudicial e tornar-se produtiva.

O esporte é emoção. Isso torna o trabalho prazeroso, e é ai que se encaixa o profissional de Relações Públicas. Nos clubes esportivos exercemos um papel fundamental no planejamento estratégico. Todavia não podemos viver esse clima contagiante e agir desordenadamente. Devemos conhecer de perto o negócio, os públicos, os pontos fortes e fracos, as ações estratégicas e etc. Este processo funciona como qualquer outro e todo sistema de comunicação contribui para o constante crescimento das instituições, bem como para a sua marca.

Podemos destacar alguns pontos que podem ser trabalhados por profissionais de RRPP direta ou indiretamente: relacionamento com o torcedor (CRM) e stakeholders, operações e ações para os jogos, ativação de patrocínios, comunicação interna e institucional, ações de responsabilidade social, resguardar a identidade e padronizar toda comunicação visual, coordenar eventos, realizar pesquisas (quantitativas e qualitativas), desenvolver projetos e trabalhar em sinergia com os departamentos Comercial e Assessoria de imprensa, além de ter participação em administração de crises, implantação ou continuidade da qualidade total e recursos humanos. O profissional atualizado, atento às inovações, cenários e tendências, certamente irá se destacar, pois tudo o que circunda o esporte pode ser visto como oportunidade. A indústria do entretenimento pode ser um bom exemplo para o desenvolvimento contínuo do esporte.

Creio que, na maioria dos casos, os profissionais da comunicação estão inseridos nas assessorias de imprensa e nos departamentos de marketing, onde os torcedores já estão sendo tratados como consumidores, e com enorme potencial perante a um momento que exige uma gestão profissional dos clubes e da indústria do esporte.

O planejamento estratégico deverá considerar a diversidade do público ligado ao clube, respeitado os diferentes perfis, com suas características e peculiaridades. Além disso, a imagem e identidade da marca deverão ser trabalhadas através de ações e eventos bem sintonizados e dimensionados.

Enfim, temos que estar antenados para levar aos stakeholders um pouco da emoção das partidas por meio das experiências, sensações, sentimentos, pensamentos e identificação com o clube.

As áreas de comunicação, no contexto esportivo, são um campo fértil para a criatividade, onde é preciso ousar e inovar com riscos calculados. Os profissionais de Relações Públicas têm sido audaciosos ao longo dos anos e peças-chave na luta pela sobrevivência corporativa, criando assim, novas oportunidades de trabalho. O desafio está em aproveitar os eventos que estão acontecendo, os que estão por vir e as portas que se abrirão pós Copa e Olimpíadas. Para isso, é preciso qualificar-se e trabalhar para deixar o legado de bons frutos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Encante e seja encantado.

Por Betânia Castoldi, estudante de Relações Públicas da PUCRS

No dia 20 de outubro assisti a palestra Como a Renner cresceu de 8 para 118 lojas de José Gallo, presidente das Lojas Renner. A palestra que ocorreu na ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, era justamente para contar como as Lojas Renner cresceram tanto, de 8 lojas em 1992 para 118 em 2009. E qual estado não tem Lojas Renner? São poucos e para se ter uma idéia a empresa, que é gaúcha, já conta com 35 filiais em São Paulo e apenas 15 no RS. Essa história recente de sucesso se deve à Política de Encantamento.

Antes de falar da trajetória de crescimento da corporação, Gallo nos mostrou alguns números interessantes da rede que conta hoje com 10.500 colaboradores: é a 2° maior rede de loja de departamentos de vestuário (atrás da C&A), 94% das lojas são em shopping e já foram feitos 14,5 milhões de cartão de crédito da loja, nos quais 40% estão ativos. Falou também das principais concorrentes, C&A e a Riachuelo, mas frisou que sua maior concorrente ainda é a rede informal do varejo que trabalha sem nota.

ENCANTAMENTO
Segundo o CEO da Renner, o Encantamento das Lojas Renner funciona na linha entre as Expectativas e a Satisfação dos clientes. A implantação da Política de Encantamento começou a partir da construção de uma visão: Encantar a todos é a nossa realização. Esta é a visão, mas Gallo sabe que não funcionaria somente como um quadro na parede e para que ela fosse vivida internamente era preciso saturar a empresa com a voz do cliente, envolver e motivar a todos, delegar autoridade total aos funcionários (confiar nas pessoas) e reconhecer os heróis através de prêmios e destaques.

José Gallo nos ensina alguns passos trabalhados internamente para criar o encantamento: Empatia com o Cliente: Coloque-se no seu lugar. Presteza: A disposição de ajudar clientes, resolver problemas, fornecer serviços. Segurança: O conhecimento e a cortesia dos funcionários e sua capacidade em transmitir segurança e confiança. Confiabilidade: A capacidade de fornecer o que foi prometido, de forma segura e precisa.

O sentido do trabalho da Renner é: Quem encanta é encantado. E seguindo nessa cultura diferenciada de encantamento eles utilizam uma linguagem corajosa, surpreendente e única, construindo uma empresa não só em cima de preços, mas baseada no relacionamento com as pessoas e principalmente focada na mulher, pois é ela que compra para o marido, namorado, filhos, etc. Isso fica bem visível ao observarmos a sua proposição de valor: Ser a loja cúmplice da mulher moderna, com moda em diversos estilos, com qualidade, a preços competitivos, em ambientes práticos e agradáveis. E Gallo completou dizendo que espera que as mulheres ao entrarem em qualquer uma das lojas sintam-se em um verdadeiro spa urbano, onde elas serão encantadas e esquecerão de suas preocupações.

COMUNICAÇÃO E REPOSICIONAMENTO
Conforme o slogan da loja Você tem seu estilo, a Renner tem todos, a loja apresenta suas roupas e acessórios baseados em diferentes estilos de vida: Casual, jovem, neo tradicional, sensual e contemporâneo. E os negócios da empresa são todos voltados ao tempo que esse público tem disponível, ou seja, eles procuram sempre reduzir o tempo de espera nas filas, posicionar os produtos de forma que fiquem atraentes e sejam facilmente encontrados. Mas o ponto mais forte , ou seja, a marca registrada das Lojas Renner é o encantamento desses clientes através do atendimento. O CEO da Renner acredita muito que a comunicação é mais eficiente quando feita boca a boca por clientes encantados. A rede faz essa medição através do Encantômetro, que em 2008 registrou 96% de clientes encantados e satisfeitos, dentre 18,2 milhões de opiniões.

Gallo diz que a maior riqueza da Renner são as pessoas que geram histórias de encantamento, e que já são 110 mil histórias todas publicadas em um livro. Peça chave neste processo é o atendimento do colaborador, que é avaliado através do Cliente oculto, e a partir daí surgem os destaques do mês, além de outras campanhas motivacionais como prevenção de perdas, PPR, etc. A comunicação interna acontece através de Jornal interno – Planeta Renner, Canal Renner – vídeos mensais, Pesquisa de clima interno e Café da manhã com o presidente – onde alguns colaboradores são escolhidos.

Entrando mais no universo da comunicação, José Gallo nos contou sobre o processo de reposicionamento da loja, que é voltada para o cliente. Devemos entender o cliente e suas expectativas, e o entendimento das expectativas dos clientes passam por 4 pontos: sua experiência anterior como cliente, seu círculo de relacionamentos, a concorrência e o que a publicidade diz às pessoas. Na verdade se torna necessário exceder as expectativas dos clientes rotineiramente. E para isso é preciso identificar o cliente, conhecê-lo profundamente, e assim descobrir o que ele deseja e ser o melhor a fazer e/ou oferecer o que ele deseja. Gallo utiliza uma frase de Charles Lazarus, presidente da Toys’r Us, para resumir: Você tem que escutar os clientes e então agir com base no que disseram.

VAREJO E NOVOS CONSUMIDORES
Gallo finaliza deixando uma dica: O varejo é um mercado extremamente dinâmico em que você fica perto do consumidor. Existe uma carência de profissionais executivos para o varejo e para quem gosta de movimento e de gente essa área é brilhante, fonte de grandes oportunidades.

Particularmente adoro o varejo, tenho contato com esse meio através do meu estágio e pretendo ser uma executiva dessa área, pois gosto muito de lidar com diferentes públicos e tentar decifrá-los. Esses dias li uma reportagem do Jornal O Sul que me chamou a atenção, sobre o crescimento das classes D e E, que estão ganhando espaço no consumo. A reportagem diz que a classe C está perdendo sua atratividade, enquanto camadas inferiores são cobiçadas pela indústria e comércio no Norte e Nordeste do País. Os pobres do Norte e Nordeste estão consumindo mais que os ricos do Sudeste, e isso se deve principalmente à inflação em baixa e ao aumento real do salário-mínimo. Empresas antenadas, como a Camp – sucos em pó e prontos e a Perfetti Van Melle – bala Mentos, já detectaram o potencial deste novo mercado e já produzem produtos sob medida para as classes D e E, em embalagens menores e consequentemente mais baratas. A diretora da empresa de pesquisas LatinPanel, Christine Pereira, cita cinco produtos que ainda tem pouca presença na mesa dessas classes: creme de leite, leite condensado, maionese, molho de tomate e amaciante de roupas.

Essa reportagem afirma cada vez mais a dinâmica do varejo, como citou Gallo, e a necessidade das empresas enxergarem essas constantes mudanças e se adequarem aos seus públicos. Este assunto já vem sendo falado pelos especialistas em consumo e inclusive foi citado aqui no Ocappuccino com um post sobre o 22° Set Universitário da PUCRS. Apesar da reportagem afirmar que a classe C estar perdendo sua atratividade, a Renner ainda aposta neste público e não é por acaso, pois o crescimento da classe C, que aumentou de 27% para 40% entre os anos de 2006 e 2008, também é refletido pelo seu poder de compra. Embora a Renner seja focada nos públicos A- e B, esta nova classe C, que possui 71,3 milhões de pessoas com renda entre R$912 e R$2.470 e representa 27% do consumo, já é trabalhada em suas campanhas.

Abaixo veja os slides da apresentação Como a Renner cresceu de 8 para 118 lojas de José Gallo, presidente das Lojas Renner:

Related Posts with Thumbnails

RPs blogs e blogueiros

Outros blogs e blogueiros

  © Ocappuccino.com :: Desde junho de 2008 - Porto Alegre - RS - Brasil | contato@ocappuccino.com | @ocappuccino |

Home