quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Por dentro do SET Universitário.

Por Betânia Castoldi, estudante de Relações Públicas da PUCRS

Nesses 3 dias do 22° SET Universitário acompanhei algumas palestras e oficinas bem interessantes e vou deixar aqui um breve relato de cada uma delas:

28/09
Assisti o RBS Debates, que trouxe o diretor de núcleo da Rede Globo Jayme Monjardim, no ar com a novela Viver a Vida. Jayme, João Daniel Tikhomiroff, premiado diretor de filmes publicitários e cineasta, e o professor da Famecos Fabiano de Souza, juntaram-se para debater o tema Linguagem x Públicos: Como produzir para as massas. Jayme Monjardim afirmou várias vezes que As novelas são iguais há 40 anos, a diferença é o impacto tecnológico. Mas que não basta só isso, se torna necessário encontrar um autor talentoso que produza uma história na qual as pessoas se identifiquem. João Daniel Tikhomiroff fez coro ao diretor da Rede Globo em relação à necessidade de ouvir o público. As pesquisas são hoje uma parte importante no desenvolvimento das novelas e do conteúdo em geral. O diretor da novela global alertou sobre o cuidado de colocar uma novela no ar, pois segundo Jayme as novelas podem manipular 100% a opinião pública, podem mudar o rumo do país, pois é um veículo de comunicação violento, por isso as chamadas no final da novela com pessoas reais falando de suas superações, isso traz mais verdade à trama. Já finalizando, Monjardim fala sobre o público das novelas: Todos os públicos são exigentes (cinema, televisão, etc), não acho que existam diferentes públicos, mas histórias diferentes para todos eles.

29/09
Acompanhei, às 17h , a oficina Relações Pùblicas na Gestão Empresarial – uma abordagem prática, ministrada pelo relações públicas formado na Famecos e sócio-diretor da Agência Palco, Rodrigo G. Figueiredo. Desde o início ele nos lembrou que gestão nada mais é do que pensar, e nós então seremos pensadores da comunicação. De uma maneira bem informal, Figueiredo nos mostrou como é a realidade do mercado, as exigências e como as empresas de comunicação devem atender suas necessidades. Falou também que o RRPP é o gestor estratégico de uma empresa. E que para isso o profissional precisa estar constantemente estudando o mercado, a si mesmo, as pessoas, ao ambiente em eterna mudança, enfim, estudando as relações que existem no mundo. E deixou um conselho: Seja humilde. Ame quem te critica. Mesmo que sejam críticas erradas, o importante é o feedback! Críticas fazem você crescer, elogios aumentam seu ego e lhe dão a ilusão de achar que és melhor que alguém. Todos somos amadores sempre, não há tempo de sermos profissionais. Citando o exemplo de que o Titanic foi construído por profissionais e afundou, e a Arca de Noé que foi construída por amadores trouxe vida ao mundo.

À noite, mais precisamente às 20h, teve início a palestra Web 2.0 nas mídias sociais, com o diretor da Dialeto Social Media, Bruno Alves. A palestra do diretor para novos negócios da Dialeto, empresa especializada em assessoria de comunicação e marketing em redes sociais, demonstrou que comunicar nos próximos dez anos será tarefa para especialistas, já que a concorrência está crescendo. E ele afirmou que esses especialistas são os RRPP’s, apesar de não ter nenhum RP na sua empresa. As novas mídias como Orkut, Flickr, Twitter, Facebook, blogs e vlogs permitem que a segmentação de públicos cresça vertiginosamente e, por isso, comunicar no século XXI é muito mais complexo do que parece. Essas ferramentas passam a ter um papel importante na monitoração dessas redes sociais, e ele afirmou que a grande sacada é verificar as opiniões dos públicos em questão e de imediato esclarecer e defender os interesses da empresa, evitando que um comentário se transforme em uma grande crise. Bruno Alves citou e ilustrou vários cases, de sucesso e fracasso, ao público presente, como por exemplo o vídeo paródia da Dafra com Wagner Moura. É necessário saber se expressar nos diversos canais, ter uma abordagem diferenciada, falar diretamente com o dono do canal a ser utilizado e, acima de tudo saber, negociar. A comunicação deve ser franca, direta e verdadeira, e de 1 pra 1. E nós do Ocapuccino.com estávamos lá fazendo a cobertura completa do evento, ao vivo, através do Twitter.

30/09
Hoje, último dia do SET, conferi às 9h a palestra Classes C, D e E: 15 tendências de um mercado de R$ 760 bilhões, na verdade foram 10 tendências apresentadas e não era uma palestra voltada para profissionais de RRPP, mas nos trouxe dados bem interessantes e relevantes sobre este segmento de público, que deverá ser o foco das grandes empresas se elas desejarem dominar o mercado, ministrada pelo publicitário e sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles. A palestra mostrou que devemos adequar a linguagem das propagandas à esse tipo de público, sem utilizar termos estrangeiros, o mais simples e clara possível, pois segundo pesquisas, 90% da população brasileira têm renda familiar de até 10 salários mínimos, e a previsão é de que o poder de compra das classes C e D aumentará em 60% nos próximos anos. Na sua apresentação apareceu uma frase que fala por si só: O futuro é das marcas que ensinam, as que construíram uma relação de parceria com estes consumidores serão mais valorizadas. O consumo é de massa, mas o relacionamento não pode ser impessoal. Sobre as 10 tendências de consumo para o público das classes C, D e E, resumindo, devemos dialogar e interpretar esse público baseados na estética, na cultura da sua região, na religião e na família para obtermos êxito na comunicação, pois segundo Renato, comunicação não é o que você fala, é o que seu interlocutor entende.

À tarde participei da oficina Marketing a flor da pele – oficina dos sentidos, ministrada pela Profa. Rosane Palacci Santos – professora, pesquisadora, publicitária e psicóloga; doutora em Comunicação. Pudemos avaliar os nossos 5 sentidos (visão, cheiro, tato, paladar e som), através de mini-ilhas montadas no laboratório, com essências, músicas, vídeos, bombons, objetos e texturas para tocar, experimentamos as sensações que cada estímulo nos causava. Depois dessa dinâmica a professora Rosane nos reafirmou a importância de utilizar alguns, ou melhor, todos esse sentidos para uma melhor fixação da marca. Existe muita informação sem estímulo e muitas marcas sem destaque, por isso ter um som, um cheiro que lembre a marca é um diferencial.

Após esses três dias de evento, de contatos e aprendizado a pergunta que não quer calar: Qual é a cara do público? Na verdade o público não tem cara, ou melhor tem muitas caras, cada público tem muitas identificaçoes (no sentido de identidade) e não cabe a nós RPs conceituar ou classificar e sim identificar seu comportamento, suas atitudes, suas expectativas, seus anseios para poder entender e poder dialogar. E cada um de nós, com nossas crenças e individualidades, ajuda a formar a cara jovem, descontraída e antenada que participou do SET Universitário da Famecos.

3 comentários:

Teteu 1 de outubro de 2009 às 21:08  

Belo texto, os melhores que li sobre o #set2009 (sou só um pouco suspeito para falar) hehehehe

Posso falar apenas da palestra 'Web 2.0 nas mídias sociais'. Nenhuma novidade mas todos os temas abordados são essencias hoje e quando ele falou que 'mkt nas redes sociais é para rp' já valeu a palestra toda.

Conhecimento e Informação 2 de outubro de 2009 às 19:39  

Adoro essas oficinas que oferecem uma variedade de temas. Para fazer networking nem se fala....rsrsrs

Um grande abraço.

A Bordo da Comunicação 3 de outubro de 2009 às 19:57  

Adorei a cobertura, que bom que vocês fizeram.

Eu acompanhei no twitter de vocês a palestra do André, também não vi maiores novidades do que ele falou.

Agora achei muito interessante a afirmação do Jayme "As novelas são iguais há 40 anos, a diferença é o impacto tecnológico" - muito verdade. A palestra deve ter sido muito boa.

Abraços,
Cibele

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