Os 5 desafios das Relações Públicas na área hospitalar.
Hoje quem escreve sobre sua experiência em Relações Públicas na área hospitalar é Tatiana de Lima Santos |@tati_lsantos| Ela é pós-graduanda em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e graduada em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero em 2007. Atualmente, é analista de marketing no HCor – Hospital do Coração e já trabalhou na Pizza Hut, LVBA Comunicação, Hospital Samaritano e Wal-Mart. Recebeu prêmio da ABRP pelo PEX – Projeto Experimental desenvolvido para o HCor – Hospital do Coração.
A área hospitalar apresenta grande demanda de comunicação devido à diversidade de públicos e à complexidade do segmento. O trabalho de comunicação em hospitais é relativamente recente e isso o torna ainda mais desafiador, pois ao criar um departamento de comunicação mudamos um processo institucional. Abaixo estão listados 5 desafios das relações públicas em hospitais:
1) Convencer os funcionários de que o que era bom pode ser melhor.
O primeiro processo é convencer os funcionários de que o trabalho que foi realizado por anos e funcionou sem a comunicação, agora pode ser melhor - unificado e coordenado por uma única área.
Como os desafios não param, além da dificuldade de instalar a parte estrutural na instituição, mudando uma cultura organizacional, há o desafio de entender o negócio. Afinal, o paciente é um público interno ou externo? Como fazer com que a comunicação atinja tanto os setores administrativos que trabalham em horário comercial quanto os setores assistenciais que têm profissionais atuando 24h, de segunda a segunda? Como lidar com a imprensa no caso de internação de um paciente notório?
2) O trabalho com o público interno na mudança da cultura.
Começando pela cultura organizacional, qualquer instituição tem em sua cultura o reflexo das pessoas e dos negócios em que atuam. Ao entrar em uma organização para trabalhar a comunicação como um processo, encaramos também o desafio de mudar uma cultura já enraizada e muitas vezes inflexível. Como as mudanças sempre causam incertezas, o resultado disso pode ser uma crise interna. O funcionário, sem entender o seu papel não se sente parte integrante da empresa e sente-se desmotivado, o que acaba refletindo nos resultados.
Aí que entra o papel essencial da comunicação interna que é voltada aos funcionários com o intuito de desenvolver o sentimento de pertencimento, estimular a integração, o diálogo e a satisfação no ambiente de trabalho. O auxílio das ferramentas de comunicação como: intranet, mural, revista, newsletter, eventos e no caso do hospital que tem funcionários trabalhando 24h, o envolvimento da liderança e o incentivo da comunicação entre pares, é essencial. A concretização de tais objetivos necessita coerência e transparência entre o discurso e ação organizacionais.
3) Trabalhar com saúde na imprensa e envolver médicos como porta-voz.
E como a base dos profissionais de comunicação é formada por reputação corporativa, identidade e imagem, a assessoria de imprensa é mais uma peça deste imenso quebra cabeça. O que divulgar para a imprensa sobre hospitais que em sua maioria são vistos como lugares desagradáveis, para gente doente? A saída é trabalhar com a saúde e não com a doença, há diversas formas de se prevenir como: check-up, dicas nutricionais, psicológicas etc. E neste caso é necessário que haja o envolvimento de outro público: o médico, que muitas vezes são renomados e com agendas lotadas. Neste caso o papel da comunicação serve também para conscientizar a importância de ser porta-voz e mais do que isso, utilizar este meio a favor da imagem da Instituição além da divulgação de seu próprio nome e trabalho.
4) Ter um bom processo no caso de internação de Pacientes Notórios
A assessoria de imprensa também é envolvida no caso de internação de pacientes notórios, que são os pacientes que tem potencial para gerar qualquer tipo de interesse por parte do público. Nestes casos a agilidade dos profissionais de comunicação é fundamental para evitar boatos e o Boletim Médico passa a ser usado como uma ferramenta de comunicação entre a instituição e os jornalistas.
5) Identificação dos públicos
Quanto aos pacientes, eles são considerados um público misto. Enquanto estão internados são considerados parte da instituição e participam das atividades internas, de acordo com as ações feitas para os funcionários. Este mesmo público futuramente se torna também externo e então nos dedicamos a levar a eles informações sobre prevenção e saúde, por meio de ferramentas como: cartas, e-mails marketing, internet, revista e newsletter.
Enfim, já existem ferramentas modernas de comunicação como TV corporativa, mídias sociais e on-line, mas a realidade é que alguns lugares como os hospitais, estão só começando a entender a importância do papel da comunicação e ainda precisam da fórmula básica das RP´s.
É diante desses desafios que o profissional de comunicação encontra grandes oportunidades de desenvolvimento. Claro que exige uma dedicação intensa e paciência, mas gera muita satisfação ao alcançar os resultados esperados.
9 comentários:
Parabéns pelo texto.
Há um bom tempo conheço profissionais que já desenvolveram atividades na área hospitalar. Mas, com certeza, é uma área a ser amplamente estudada e explorada pelos profisionais.
Oi, Tatiana! Que legal saber que vc ficou no Hcor depois do PEX!!
Parabéns pelo texto. O setor de saúde como um todo (inclusive hospitais) apresenta grandes desafios para a comunicação estratégica.
Olá, Tatiana.
Parabéns pelo teu post. Também sou relações públicas e trabalho no departamento de marketing do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Por isso (por trabalhar junto à área da saúde), tenho certeza de que realizar a comunicação dentro de um hospital agrega muito aos serviços prestados por ele. Primeiro, porque, se bem feitas e planejadas, as ações de comunicação interna ajudam os funcionários a sentirem-se parte da instituição e compreenderem seus objetivos para o futuro, trabalhando para que eles sejam atingidos e incorporando os valores da empresa no dia-a-dia, que são refletidos para os clientes. Segundo, porque antes de receber treinamentos e diretrizes para executar seu trabalho, o funcionário precisa sentir-se valorizado, e num hospital, sabemos que a carga de trabalho pode ser muito pesada, devido ao tipo de serviço que se desempenha: lidar com pessoas doentes ou em fase terminal não é fácil. Por isso, as pessoas que trabalham na área da saúde precisam mais do que nunca de motivação, e esta tarefa está muito vinculada ao trabalho dos comunicadores.
Um abraço, Maria Alana.
Tatiana
Muito legal seu post, desde que entre na faculdade venha ouvindo falar da área hospitalar, mas pouco tenho lido.
É muito interessante, ainda mais pensando nos desafios que você deve ter vivido.
Muito bacana mesmo, parabéns pelo post!
Ju M Olinto
Equipe Promove's
Obrigado pelos comentários pessoal.
Legal saber Maria que está no Moinhos, um hospital referência no Estado e que já percebi tem uma ótima comunicação.
MATEUS
Excelente texto. É muito interessante notar que os serviços de relações públicas são fundamentais a qualquer empresa, não importa em qual setor da economica esta se encaixe. Além desse desafio, cabe aos profissionais de RP mostrarem que "comunicar" é mais do que aparecer na imprensa ou emplacar alguma nota positiva. Comunicar é integrar, agir, desenvolver e estimular o crescimento da sociedade e das organizações como um todo.
Abraços,
Certamente aplico muito do que aprendi com a Vivi e o comentário da Maria certamente é um complemento do texto.
Obrigada pelos comentários e origada ao Mateus pela oportunidade de poder compartilhar com vocês um pouco desta realidade.
Olá Tatiana,
Navegando na net descobri o seu post e me identifiquei muito, afinal hoje trabalho no Hospital Samaritano e já ouvi falar de você por lá!!!
Parabéns pelo conteúdo!! A área hospitalar é um grande desafio para todos nós!
Abraços,
Thais Catucci
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