domingo, 11 de julho de 2010

O termo agora é Relações Públicas 2.0.

segunda-feira | 12 de julho de 2010

No dia 26 de junho, participei do excelente bate-papo sobre e-commerce. O tradicional evento tem como objetivo compartilhar ideias e cases de quem é especialista no assunto. O evento acontece todos os meses em São Paulo e sempre leva convidados ilustres do mercado.

Dia 26 teve a presença de Martha Gabriel, que falou sobre Social Commerce & Mobilidade. Naquela palestra, Martha nos relatou estratégias de como as empresas devem atuar no mundo on-line, e em um dos momentos, ela falou que o relacionamento é fundamental para que as empresas se fortaleçam. Porém esse relacionamento não é para qualquer um e sim para um Relações Públicas 2.0, que tem visão de planejamento e relacionamento com o público. Ela falou que tem diferença entre o Relações Públicas comum e o RP 2.0.

A partir daquele dia, comecei a pensar no assunto e, para onde eu olhava, via exemplos de RP 2.0.

Está claro hoje que o modelo de Mass Media não funciona mais com a mesma eficiência. É preciso ir atrás do consumidor, conquistá-lo, engajá-lo, ouvir e saber a hora certa de agir. As influências das redes sociais, blogs, fóruns, comunidades participativas e conteúdo colaborativo fazem com que as empresas pensem: vou participar do mundo das mídias sociais antes que comecem a falar de mim e por mim.

Paulo Nassar distingue muito bem os dois termos, em uma entrevista concedida ao A Bordo da Comunicação em parceria com Ocappuccino:

Estamos tendo uma revolução hoje, que vem varrendo do mundo as velhas Relações Públicas, que são aquelas Relações Públicas que acham que, a partir de um mapeamento de públicos estratégicos – aquilo que a gente chama de stakeholders –, você pode controlar o mundo. Você pode, de repente, fazer com que o mundo seja uma projeção da sala de direção de Relações Públicas. Nós estamos em um mundo, agora, que as redes sociais e as tecnologias digitais quebram essa lógica. E onde que se dá a quebra dessa lógica? Onde todas as pessoas, independentemente do seu nível hierárquico, são produtoras de conteúdo.
Então, por muitos anos as empresas ditaram para a sociedade a sua forma de ver o mundo, a sua missão, a sua visão e sua identidade, e hoje você tem outras pessoas falando sobre a identidade, sobre a visão da empresa e, se não houver uma coerência entre essas visões, você vai ter o que chamamos de embates entre as empresas e as organizações. Redes sociais são fundamentais, porque é onde você tem a possibilidade de ver, dentro da visão das novas Relações Públicas, como a organização é vista pelos outros. Nós não estamos trabalhando mais só na lógica da identidade; nós estamos trabalhando na lógica da alteridade*.

Entendo que a visão de um Relações Públicas especializado para atuar no mundo 2.0 tem que ser mais ampla, não pensar em estratégias fechadas; não trabalhamos com um determinado público; uma rede social pode atingir toda uma estrutura, em diversos aspectos. É muito mais que planejar; é ter lógica, como diz Paulo Nassar.

Também é muito importante estudar temas como SEO, SEM, estratégias de relacionamento digital, como transformar o consumidor revoltado em um evangelizador de sua causa, entre outros aspectos.

Para finalizar e deixar bem claro que o mundo off e on-line devem ser comandados por pessoas que tem uma visão diferente e além do corporativo, deixo um trecho da entrevista que fiz com Gill Giardelli:
Os profissionais de Relações Públicas são os mais situados para navegar bem nessa nova era do mundo da comunicação, porque a essência de vocês chama-se relações públicas, e a internet nada mais é que um grande palco de relações. Então, temos que começar a enxergar a internet como uma fogueira onde amigos se reúnem para tocar violão. Acho que Relações Públicas é o que toca o violão, que anima as pessoas, que faz com que elas conversem, se confraternizem.
O novo perfil do profissional de RP vai ser como você que faz um belíssimo blog, mas também uma pessoa que faz conexões. Porque é um mundo que alguém tem 3 mil seguidores no Twitter, mas será que tem uma conexão forte? Eu acho que o papel do RP é avaliar quais serão as conexões fortes que serão construídas.
Eu acho que serão os agregadores de conexões.
*alteridade: qualidade do que é outro. [Aurélio]
_ _ _

11 comentários:

Eduardo Santiago 12 de julho de 2010 às 16:21  

Bem interessante...gostaria que o blog fizesse um artigo sobre a relação de RP com SEO e SEM. Parabéns pelo blog

Ocappuccino.com 12 de julho de 2010 às 16:33  

Oi Eduardo.

Assunto anotado. Vamos escrever sim em breve. Está faltando um texto sobre este assunto. Poderia ou gostaria de colaborar no texto?

Um abraço
Mateus

Cibele Silva 12 de julho de 2010 às 19:43  

Opa Eduardo!

Obrigada pelo comentário, estou lendo um livro da Martha Gabriel (grande mestre), sobre SEO e SEM, tb provavelmente farei um curso com ela na ESPM, sobre mkt digital, no qual está na grade este assunto...
Posso colocar a pauta de um dos meus próximos posts..
=]

Abraços,
@belle_rp

Fernanda Fabian 12 de julho de 2010 às 21:36  

Ótima abordagem Belle!
Algumas cadeiras que faço o povo acha que sou 'de outro mundo' quando começo a falar sobre essa nova (nem tão nova mais) visão de RP, sobre a importância de saber falar e se relacionar nas mídias sociais, e claro, monitorar e monitorar. Como se fossem palavras de ordem!
Acho que somos sim um dos (se não os mais) profissionais mais aptos a saber lidar com a marca da empresa no campo virtual. E isso vem graças a técnicas já usadas no mundo off (mapeamento de público, planejamento...)... nós já falavamos e sabiamos sobre isso. Agora tem que ser mais e mais aplicado e direcionado ao digital.

Cibele Silva 12 de julho de 2010 às 23:44  

Isso mesmo Fê, eu não sei se vc trabalha com isso, mas digo, achei complicado o planejamento em mídias sociais, ter a responsabilidade se vai ou não dar certo, digo que aina é novo, pq não tem um direcionamento exato, ainda estamos patinando, então por isso acho mais difícil, pelo menos na prática sinto isso...

Obrigada pelo comentário!

Abraços,
Belle

Taís Oliveira 14 de julho de 2010 às 03:53  

"...a essência de vocês chama-se relações públicas, e a internet nada mais é que um grande palco de relações. Então, temos que começar a enxergar a internet como uma fogueira onde amigos se reúnem para tocar violão. Acho que Relações Públicas é o que toca o violão, que anima as pessoas, que faz com que elas conversem, se confraternizem."

Quase uma poesia, rs!! Lindo!
---

Sobre a fala do Paulo Nassar, é uma aventura gostosa esse embate entre a missão, visão (e atitudes) que a empresa prega e o que o público diz sobre ela. Aí da organização que não alinhar a teoria com a prática! rs.

Ótimo texto, parabéns galera!

@tais_so
@versatilrp

Cibele Silva 14 de julho de 2010 às 10:17  

Obrigada Tais!

Realmente, quase uma poesia a fala do Gil. Fiz a entrevista por telefone, a hora que ele disse isso fiquei toda feliz, daria um abraço nele se fosse pessoalmente a entrevista...
O mesmo aconteceu com o Nassar, muito me impressiona a visão dele.
As empresas ainda estão patinando, o problema é, eles não tem sabem a teoria.

Abraços,
Belle

Danilo Egle 14 de julho de 2010 às 11:57  

Maravilhoso post!
Trabalho como editor de multimídia no portal www.d24am.com e sou formado em RP.
Aqui no grupo todos são jornalistas e sou o primeiro de Rp a trabalhar como editor no site. Basicamente, uso a força das redes sociais para divulgar o que a minah editoria faz. Foi esse resultado que fez com que a editoria ganhasse respaldo na equipe.
Gostei do post, muito oportuno!

Cibele Silva 14 de julho de 2010 às 19:05  

Fico feliz em ver os RP criando espaço.
Uma das colaboradoras do blog A Bordo, blog que administro, está trabalhando em um site de vendas... as pessoas ficam encantadas, pq ele tem uma visão estratégica com o relacionamento.

Eu tb estou trabalhando em uma empresa de mídias sociais, eles adoram a minha forma de pensar. Claro que nunca podemos esquecer que no mundo digital para as empresas o importante, além de ouvir e interagir é ter resultados e é onde entra nossa interação com o mkt.
Resultados = vendas.

Agradeço o comentário.

Abraços,
Belle

J. Estel Santiago 23 de julho de 2010 às 15:54  

Curti seu texto, Belle! Ele me fez lembrar de uma frase da magnífica Sidinéia Gomes Freitas, em um evento, dizendo que é ótimo ver como agora não só os RPs falam de relacionamento e sua importância, etc e tals.

Ela disse que RP continua sendo o que é, o mundo agora é que nos compreende melhor, e nós temos melhores ferramentas para trabalhar.

Show de bola, hein!? ^_^

Cibele Silva 23 de julho de 2010 às 19:05  

Olá Estel. Que bom que gostou!

Ela falou isso? Muito me impressiona vindo de Sidinéia Freitas. #conservadora.

Não tenho boas percepções da professora Sidinéia, mas ela falou e disse nesta frase. Até ela está vendo que estão todos conectados e todos fazem relacionamento. Só que, não basta se relacionar, tem que se engajar. Ponto importante para as empresas.

Obrigada pelo comentário.

Abraços,
Belle

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