quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A absurda entrevista do professor João Manuel Cardoso de Mello no site da @FACAMP.

quarta-feira | 20 de outubro de 2010

Hoje (19/10), vi um post da @bteixeira (Bruna Teixeira) no twitter onde ela reproduziu um texto que dizia: Evite cursos de segunda categoria, pouco valorizados no mercado de trabalho. Por exemplo: Turismo, Relações Públicas e Hotelaria. Pedi a ela que me enviasse o link em que o referido texto aparecia. Imediatamente, ela postou o link e já fazia um comentário sobre sua revolta com a entrevista.

Ao abrir o link da entrevista, o susto: o texto estava postado no site de uma faculdade. E, se tratava da entrevista do professor João Manuel Cardoso de Mello, fundador da FACAMP e da UNICAMP, com o título Pesquise sua vocação. O entrevistado teceu comentários sobre a escolha da profissão a seguir.

Ao ler a entrevista e ver o trecho sobre os cursos chamados de segunda categoria, imediatamente, enviei um e-mail para a Ouvidoria da Facamp falando do meu sentimento sobre a posição do entrevistado. Fiz isso, principalmente, por ser formado e dar aulas nos cursos que ele cita como exemplo de segunda categoria.

Na troca de mensagens pelo twitter, o pessoal de @ocappuccino perguntou a algumas pessoas sobre o sentimento em relação à entrevista. Eu disse que o meu era de tristeza. Tristeza, por ver um educador (com um currículo tão respeitável) declarar que esse ou aquele curso é de segunda categoria. Tristeza, por conhecer excelentes profissionais dos cursos citados formados em uma das universidades por ele fundada. Tristeza, por imaginar um jovem em dúvida sobre que área seguir e ler essa entrevista e pré-conceber uma opinião sobre esse ou aquele curso. Tristeza maior, por ser eu um professor há 15 anos e ver palavras desse estilo ditas por um educador.

Não pensem que sou fazer da censura; ao contrário, sou a favor da livre opinião. Mas, sei também que opiniões desse tipo só fazem piorar a situação da educação brasileira. Hoje, chamam cursos de segunda categoria; amanhã, o que dirão?

Esse é um pequeno desabafo! Fica aqui a reflexão!
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* * *
Nota do blog: Apenas para contextualizar. Recebemos às 23h45 uma mensagem, da Bruna Poersch, pelo Facebook dizendo mais ou menos assim: QUE ABSURDO! Relações Públicas, por favor, publiquem sua indignação também! "Dentro de cada área o que devo considerar? JM – Procure escolher profissões sólidas. Evite cursos de segunda categoria, pouco valorizados no mercado de trabalho, como, por exemplo, Turismo, Relações Públicas e Hotelaria." 00h15 postamos o primeiro tweet. As opiniões de diversos relações públicas indignados surgiram pelo Twitter, como por exemplo a do @rubensgualdieri. Às 00h58, diante do tamanho da repercussão, convidamos o professor Alexandre Costa para que escrevesse um texto para ser publicado no blog, pois a opinião dele - dentre tantos chingamentos - parecia ser a mais equilibrada e embasada. Recebemos o texto na nossa caixa de entrada às 01h47. E agora, às 02h17, estamos publicando o post. Toda esta efemeridade representa dois dos objetivos do blog: informação e discussão sobre as relações públicas. Ah, voltando um pouquinho no tempo, às 01h18 postamos a imagem que representa, ao nosso ver, a ORIGEM DO ABSURDO da #FAILCAMP (@facamp) e do Sr. João Manuel. O mais triste é perceber que a opinião do professor e fundador da faculdade não é isolada e se encontra no entendimento institucional da faculdade. Realmente triste.

18 comentários:

Taís Oliveira 20 de outubro de 2010 às 02:41  

Boa, é ótimo mostrar que os profissionais/estudantes de RP não estão durmindo no ponto! Após ler a entrevista também fiz minha queixa pra ouvidoria. É uma falta de respeito sem mensuração!

@tais_so

Juliana Menezes 20 de outubro de 2010 às 08:28  

Em primeiro lugar, a entrevista do Senhor João Manuel Cardoso de Mello é bem contraditória.

Ele inicia respondendo que o estudante deve escolher uma profissão de acordo com os seus interesses e sua vocação; que o mercado só absorve profissionais qualificados e que não existe uma determinada profissão que ganha mais dinheiro que a outra...enfim, logo depois ele classifica as profissões de "segunda categoria". Não entendi? #fail

Sinceramente, eu acho que não existe profissões de primeira ou segunda categoria. O profissional bem qualificado e que gosta do que faz encontrará boas oportunidades no mercado de trabalho.

Quem é o Sr. João Manuel para categorizar as profissões, quando temos excelentes profissionais trabalhando nestas áreas?

INDIGNADA!

Anônimo 20 de outubro de 2010 às 08:42  

E lá vamos nós outra vez!
Como dizem, "em casa de ferreiro o espeto é de pau!". Conosco não poderia ser diferente, certo? Em casa de gestor de crise, crises são uma constante.

Não precisamos voltar muito no tempo (como fez o Pedro Baldurquino na época do RP na Passione) para ver que esta visão limitada das Relações Públicas ronda o nosso mundinho!

Entendo como, no mínimo, infeliz o comentário do Professor João Manuel Cardoso de Mello. Partilho da mesma indignação e "tristeza" do Prof. Alexandre ao ver que um profissional deste tem uma visão tão limitada, obtusa.

Cabe aqui, novamente, além de fazermos este movimento válido de demonstrar nossa indignação, cobrar de ABRP e CONRERP/CONFERP que orientem e zelem pelo bom entendimento da função Relações Públicas pelo Professor João Manuel Cardoso de Mello e pela FACAMP.

Professor Alexandre, parabéns pela serenidade ao abordar, tarde da noite, este delicado assunto.

Abraços

Pedro Prochno
@prochno
http://relacoes.wordpress.com

Teresa Dias de Toledo Pitombo 20 de outubro de 2010 às 09:09  

Sobre essa situação lamento as colocações do Professor João Manuel Cardoso de Mello simplesmente ficou evidente a ignorância frente as carreiras em ascensão dentro do mercado de trabalho. E o mais interessante é que o coordenador dos cursos de comunicação é um RP e alguns outros funcionários tb. Vale, demonstrar que podemos ser considerados de segunda categoria, mas somos de 1º em respeito, ética, companheirismo e solidariedade @facamp! #RP

Daniela Mattos 20 de outubro de 2010 às 09:11  

É lamentável que ainda exista quem pense dessa forma. Por nós que optamos por essa área, que podemos encontrar dificuldades para o posicionamento no mercado, mas pior ainda para aquele que quer definir a sua profissão.

Os melhores profissionais são os que têm vocação, que são apaixonados pela profissão, pelo que fazem.

Como uma pessoa pode querer definir o que é melhor ou pior sem conhecer as atividades de uma profissão?

Como uma pessoa pode querer definir o que é melhor ou pior para outra sem conhecê-la?

Mais lamentável ainda, como disse Alexandre Costa, um educador ser capaz de tal declaração.

@danielamattos

laisrp 20 de outubro de 2010 às 09:44  

A questão é: trabalhamos com imagem mas não sabemos fazer a nossa própria imagem! Isso é um paradoxo!
Já está mais do que na hora de deixar de lado esse bla bla blá de que a profissão é nova e por isso não tem uma imagem favorável.

Chega de novelas com promoters de festas falando que são RPS! Chega de IGNORANTES como esse cara dizendo que nosso curso é de "segunda mão".

Parabéns ao Capuccino pela iniciativa de não deixar mais isso passar!

Precisamos fazer um viral e esculachar essa FACCAMp e esse cara na web, quem sabe assim eles se preocupem em ler um pouco mais antes de falar dessa ou daquela profissão.

Riziely 20 de outubro de 2010 às 10:31  

Nem acreditei qd li isso no twitter!
Mas fala sério, é mto triste ver o despespeito de certos profissionais pela nossa profissão.

Mas creio que ainda há esperança, existem mtos jovens sendo formados em RP que são excelentes profissionais. Isso tb é questão de caráter, coisa que o outro professor para nao ter.

@rizielyrp

Alexandre 20 de outubro de 2010 às 10:39  

Bom dia,

Taís, Juliana, Pedro, Teresa, Daniela e Laís obrigado pelos comentários.
Realmente a entrevista do Sr. João Manuel é ruim, contraditória e triste.
Como disse em meu texto, minha intenção não era falar desse ou daquele curso citado por ele como sendo de segunda categoria. Meu intuito foi chamar a atenção para as palavras de um educador quando fala para um público jovem e muitas vezes sem informação sobre as diversas possibilidades de carreira profissional.
Esse tipo de comentário ouvi muito quando, no ano de 1988, optei por fazer Relações Pùblicas e Turismo. Para mim, esse tipo de informação é um retrocesso para a educação brasileira.
Antes que me esqueça: no final da entrevista, ele faz questão de frisar que os cursos da referida faculdade são bons e são uma ótima opção para o vestibular que está com inscrições abertas.
Volto a repetir: não quero aqui cesnurar nenhuma opinião e nem fazer movimento algum contra a instituição. Quero apenas ressaltar que, na minha opinião, esse não é o discurso de um educador sério.
Abraços,
@alexandre_amc

Daniela Mattos 20 de outubro de 2010 às 10:49  

Gostei da idéia da Lais. Um viral para desmoralizar a facamp seria mais uma forma de alertar para o desrespeito desse professor para com os profissionais atingidos em sua entrevista.

Amanda Borges (Criaty) 20 de outubro de 2010 às 11:09  

Nenhuma profissão é descartável. Ainda sou utópica quanto a isso. O que existe são pessoas que gostam e se dedicam por algo e fazem dar certo. Um vendedor de balas pode ser bem sussecedido, quanto mais um profissional de RP.

Sou publicitária, "escrevo" pra esse esse blog de Relações Públicas há mais de um ano e tenho profundo respeito por essa profissão. Minhas melhores amigas são RPs, algumas das pessoas que eu mais admiro são RPs, e vão todas muito bem, obrigada. Não estão desvalorizadas, existe um mercado, sólido e em expansão.

Já ouvi frases que também me desencorajaram a seguir fazendo propaganda, até mesmo de RPs, então chego a conclusão que não existe profissão ruim, existem maus profissionais.

Como esse professor, que vai seguir multiplicando maus profissionais. O que é muito triste de se constatar...

E mais uma vez, O Cappuccino dá uma dentríssima. Ótimo texto, como sempre! :)

Ocappuccino.com 20 de outubro de 2010 às 11:25  

O viral está acontecendo agora, real time, no twitter.

Mateus
@ocappuccino

Fábio Fernandes 20 de outubro de 2010 às 12:14  

Bom Dia. Sou formando em Relações Públicas e também um grande defensor desta profissão e deste processo que são as relações públicas, este que esta intrinsecamente em nosso cotidiano. As relações públicas como área acadêmica e como campo profissional, é uma área que possui grande destaque para quem conhece a realidade empresarial e seja culturalmente desenvolvido, sem falar no conhecimento e nas informações que possuem. Esta afirmação pode ser até classificada como um truísmo, mas se faz necessária ser lembrada.
Quanto à afirmação deste professor, é realmente frustrante, mas não para nós, relações públicas ou simpatizantes, mas sim para toda a comunidade acadêmica, principalmente para os profissionais e alunos desta Universidade. Considero sua afirmação um ato retroativo para a educação em nosso país, como já fora afirmado por colegas em posts anteriores, e que realmente merecem repercussão e destaque.
Fica aqui um questionamento para quem acredita ter a capacidade de julgar isso ou aquilo melhor ou pior, promissor ou secundário: A partir de quais fatos, pesquisas, estudos e analise detalhada deste objeto, o mesmo possa ser considerado desta maneira?
Como acredito não haver uma resposta para isso, nossa classe de profissionais, continuará a acreditar e defender sua profissão e área de estudos, por esta ser legitimada por grandes estudos e pesquisas em âmbito nacional e mundial. Caso haja manifestação, aguardo resposta.

Um bom dia a Todos.

Fábio Fernandes
Acadêmico de Relações Públicas – UNICRUZ
Rio Grande do Sul.

Adriana Sousa 20 de outubro de 2010 às 13:28  

Excelente a reação. Nenhum conhecimento é de segunda classe.Sempre vale a pena estudar, escolher o que te apaixona e dará condições de se tornar uma pessoa realizada no futuro. Educação é algo muito importante para ser considerada dessa maneira por um profissional que, infelizmente, demonstrou grande dose de preconceito.

Esmeralda Moura 20 de outubro de 2010 às 15:12  

É possível que agora este senhor reconheça a importância da profissão Relações Públicas. Como diz a expressão: "Se não pelo amor, pela dor". Ele escolheu a segunda opção. Inexoravelmente ele deverá buscar o apoio de um RP para reverter sua situação. Ironias do destino. Em tempo, afirmo que não existe profissão de segunda categoria, mas profissional de segunda categoria.

Esmeralda Moura.
Professora de Relações Públicas.
Esurp/PE

Bruna Teixeira 20 de outubro de 2010 às 22:54  

O pior de tudo é saber que, infelizmente, ainda existem muitas pessoas por ai que pensam como o professor João Manuel Cardoso de Mello, ou seja, não têm noção do que seja Relações Públicas.

Entretanto, o mais revoltante é ver um educador, como bem disse o professor Alexandre Costa no post, afirmando tamanha besteira.

Quantos estudantes que estão terminando o colégio e ainda não sabem o que cursar na faculdade lerão aquela entrevista pensando que estão sendo bem "orientados", afinal, o cara foi/é diretor, assessor, fundador, educador...

Uma situação triste e revoltante!

Parabéns pelo post professor Alexandre.

@bteixeira

Cinara Moura 21 de outubro de 2010 às 00:17  

Durante todo o dia, tive vários (e ambíguos) sentimentos a esse fato - da entrevista à repercussão que ela teve.
Agora, mais calma vou tenta me posicionar.
Respeito e acho louvável o posicionamento do Prof. Alexandre. Não pelo corporativismo em torno das Relações Públicas, pois acho isso raso e penso que a desvalorização, sobretudo simbólica da profissão, ocorra justamente porque a prática é superficial, sem embasamento e conversa pouco com outras áreas que deviam subsidiar-nos, como a sociologia e a antropologia, por exemplo. Mas Ok, não generalizo, porque há ótimos profissionais - apesar de minoria.
O que realmente me assustou nao foi o fato de ele ter se referido pejorativamente às Relações Públicas, pois acredito mesmo que cada um pode ter o seu juízo a respeito da profissão. No entanto, o posicionamento preconceituoso e estereotipado vem de um educador, uma pessoa que construiu sua carreira e forma profissionais pra pensar um novo mundo, uma forma de olhar as coisas banais com sensibilidade e menos indiferença. E isso me assusta no contato com vários docentes - incluo aí outras áreas, além da comunicação. Pessoas sem paixão, sem tesão, sem gosto em passar uma mensagem que é tão rica e nobre. O lado bom é que há espaço para quem quer fazer, mobilizar e transformar através da educação. Como alguém que ama pesquisa e tem forte tendência à docência, prefiro ainda acreditar que há educadores como nosso amado Rubem Alves, que diz "educar é ensinar a olhar". Sim, educar é ensinar a olhar e, mais que isso, respeitar.

Alexandre 21 de outubro de 2010 às 00:28  

Pessoal,

Volto aqui para agradecer a todos por suas manifestações em relação ao texto. Em especial, à Cinara que captou a essência do escrito.
Abraços,
@alexandre_amc

Anônimo 30 de maio de 2013 às 15:03  

Ola pessoal, estou quase tres anos depois aparecendo por aqui, sera que algum dia serei lida?

O meu ideal é o desabafo e estou tentando me manifestar de todas as formas possíveis!

Esse cara aí, cuja declaração é no mínimo incoerente, posso afirmar que nao passa de um POBRE VELHO RICO.

Sou aluna dessa instituicao de ensino FACAMP e após seis anos e meio dentro dessa prisão, posso dividir com voces: essa entrevista é uma das mais " de boas " após todas as maracutaias que sobrevivi la dentro.

Nao existe seriedade, eu nao quero de forma alguma generalizar, pois tive alguns poucos e bons professores, mas a direção da faculdade é uma ditadura.

Tive uma reuniao com a esposa, Prof. Liana, eu sou ALUNA e sai da sala chorando e HUMILHADA.

Eu bem queria bater de frente, mas o ninho não sao cobras e sim anacondas, corro o risco de sofrer um acidente de carro sem freio hahahahaha ou nunca receber meu diploma, mas posso assegurar-lhes que no depender da velha e boa PROPAGANDA BOCA A BOCA, ninguem jamais pisara na FACAMP.

Faculdade que se intitula de excelencia, mas a real é que ficamos por quatro anos das 8 as 17 dentro de uma faculdade que cobra quase 3 mil reais PARA NENHUM RETORNO, o mínimo esperado por uma faculdade apenas. Ou seja, nao valeu nem um misero real ter estudado e me formado por la, pois o mercado de trabalho esta pouco se importando com essas frases prontas desse IDIOTA BABACA JMCDM.

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