quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O que os fenômenos da internet podem ensinar a nós comunicólogos?

quinta-feira | 12 de agosto de 2010

Eles são engraçados, muitas vezes bregas e até de gosto duvidoso, mas caem nas graças da audiência cada vez mais interativa. Será que os fenômenos da internet tem algo a nos ensinar?

Em tempos de comunicação participativa, algo realmente chama a atenção: Enquanto vemos empresas lutando na selva digital para conquistar a fidelidade de seus consumidores cada vez mais conectados, vemos por outro lado os populares fenômenos da internet, que se tornam populares, se reinventam a cada moda e viralizam do jeito que qualquer marca gostaria.

Aposto que você já ouviu falar da Ximbica, da Stefhany e seu Crossfox, do Valmir e Josy com seus clipes performáticos, ou da diva made in México Leona, a assassina vingativa. Você pode até não gostar deles, mas não contestar sua fama no ambiente online.

Todos estes fenômenos conquistaram milhões de fãs que debatem, mandam mensagens, cantam as músicas e os tiram do mundo digital, os levando para televisões, boates, jornais se tornando presente no dia a dia de seus consumidores. O sonho de consumo de qualquer marca e, por isso, afirmo temos muito o que aprender com eles.

Lógico que não estou sugerindo realizar nenhuma produção caseira cheia de signos ocultos, piadas constrangedoras, ou sátiras de clipes famosos para as empresas que nos contratam, o caminho também não é este! Mas esses fenômenos nos apresentam as mais reveladoras das verdades sobre o mundo digital – Internet é feita por pessoas, que vêem na rede a oportunidade de divulgar e propagar todo o conteúdo produzido por elas, seja ele bruto ou não

Por isso, ao invés de pensarmos em campanhas que imponham o nosso produto ao consumidor, ou que o obriguem a falar bem da causa que defendemos para ganhar algo ou ter acesso a alguma coisa, porque não pensarmos em estimulá-los a interagirem com o nosso produto?

Já se foi à época onde o consumidor era passivo e esperava sentadinho pelo conteúdo elaborado para atingi-lo e mais um milhão de pessoas. Hoje ele quer participar, quer ter o controle, quer mais do que receber uma mensagem, quer ser a mensagem e ainda escolher que tipo de comunicação irá receber, quando isso irá acontecer e para quem irá repassar. Você agora tem noção do tamanho do desafio?

Então, a primeira regra para quem quer se aventurar no mundo digital é que você terá que compartilhar o comando com os seus consumidores, ouvi-los, interagir com eles e mais do que isso, estimulá-los a serem a mensagem, a conversarem com sua marca, a trocarem, a alimentarem esse organismo vivo que será o seu branding.

Por isso, esqueça as fórmulas prontas e as estratégias engessadas e pense em modelo dinâmicos, ágeis, que coloquem o usuário no comando, que lhe dê a possibilidade de consumir, de compreender, de interagir e de compartilhar. E o mais importante: Lhe proporcione uma experiência, estimule o mesmo a ser a mensagem e aí você formará uma base que debaterá seu produto, sua missão, e compreenderá seu produto e é isso no final das contas que fará você vencer nessa selva digital.
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2 comentários:

Rodrigo Almeida 12 de agosto de 2010 às 11:14  

Marcelo no blog Versátil RP eles postaram um texto intitulado "Marketing viral, contágio moral?" em se propõe a análise desta contrução de conteúdo e sua viralização na web. Hoje li um artigo sobre naopublicidade que me deixou bastante inquieto. No artigo afirma-se que já é primitivo o maketing 1x1 e as estratégias que até ontem eram usadas e tidas como mais modernas. Hoje o que há de melhor é essa publicidade nano que na verdade já é feita por muitos mas que alguém em algum lugar resolveu nomear e receber os créditos de criador.
A viralização na web é algo fantástico mas continuo acreditando que muitas produções não toscas e só se preenchem de sucesso devido ao biaxissimo nível necessário de criticidade.
Palmas para quem faz um viral e vira celebridade além web, mas o movimento é tão cruel que depois de visto ninguém quer ver novamente.
15 minutos de fama estão virando 15 segundos.

Parabéns pelo texto.

Um abraço

Rodrigo Almeida

Karina Brandford 12 de agosto de 2010 às 11:23  

Artigo muito bom!
O Marcelo é uma ótima fonte para esse assunto.
Com certeza a pauta estará sempre em constante crescimento e precisaremos de especialistas para fazer conclusões dignas.
Adorei!

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