A Cauda Longa: da massa para o nicho.
Por Maria Alana, formada em Relações Públicas pela UFRGS
O termo A Cauda Longa (do inglês The Long Tail) foi expresso pela primeira vez em 2004, em um artigo publicado na revista Wired por Chris Anderson (editor-chefe da revista). O termo é bastante utilizado na Estatística para identificar distribuições de dados da Curva de Pareto ou Curva ABC, onde o volume de dados é classificado de forma decrescente (a famosa regra do 80%/20%).
BAIXA PROCURA = LUCRO. COMO ASSIM?
Quem poderia pensar, há alguns anos, que produtos com baixíssima procura poderiam impulsionar as vendas de uma empresa? Bem, com a ideia de estoque fisíco realmente é inviável, mas um processo semelhante ao Just in Time e a utilização de ferramentas como a Internet para divulgação e venda foram a grande sacada para fazer com que empresários pudessem ampliar sua oferta e a representação no mercado.
A OPÇÃO DE EXPERIMENTAR
Em épocas não tão distantes, anos 90, isto seria inviável talvez por ser o início da popularização dos computadores - que ainda é lenta, principalmente em países subdesenvolvidos - e pela dificuldade de acesso à Internet de parte da população. No entanto, hoje é cada vez maior a consciência de que não estamos mais limitados a comprar somente o que as lojas nos oferecem ou escutar apenas os grandes hits tocados pelas rádios (ótimo exemplo citado por Chris Anderson, no livro A Cauda Longa). Temos a opção de experimentar e adquirir produtos muito diferenciados; álbuns de artistas independentes, pouco conhecidos e ainda assim muito bons. Foi-nos aberta a possibilidade de diversificação de gosto, graças a este acesso ilimitado a produtos que representam a cauda e não a cabeça da Curva.
A LÓGICA DAS PARTES
Na lógica do empresário, é economicamente inviável manter em estoque, quanto mais nas prateleiras, produtos com baixa procura. Por exemplo: um CD de artista pouco conhecido representa espaço na prateleira, ocupando o lugar de outro que poderia ser vendido facilmente, enquanto que no iTunes suas músicas só ocupam alguns megabytes no banco de dados e podem tornar-se mais conhecidas.
PEQUENOS NICHOS
Se analisarmos do ponto de vista do consumidor, perceberemos o quão nos tornamos reféns da mídia massiva (principalmente da TV e do rádio) já que só tínhamos acesso ao que chegava até nós através dela, e, muitas vezes por causa disso limitamos nosso gosto àquilo que era (e ainda é) repetidamente transmitido. É aí que a teoria da Cauda Longa e a Internet unem seus potenciais: sem necessitar de espaço físico e vendedores, foi possível investir em pequenos nichos, formados por aqueles produtos com baixa porcentagem de vendas. Porém, juntos, estes pequenos percentuais formam uma boa parte dos lucros - em alguns casos chegam até a superar as vendas dos produtos considerados tops, hits, da moda etc.
INTERATIVIDADE
A Internet é uma das forças da Cauda Longa, já que proporcionou à indústria a ampliação da oferta e aos consumidores a ilimitação das opções de escolha. Sem contar na interatividade: cada internauta pode expressar sua opinião em blogs, sites de compras, Orkut, Facebook, Twitter e por aí vai uma lista de Mídias Sociais, avaliando um produto ou serviço e ajudando a manter os padrões de qualidade do que é vendido na Web.
ONDE SAÍMOS GANHANDO?
Tentando facilitar a análise dos pontos positivos mencionados neste post, fiz duas listas resumidas para compararmos os benefícios para o consumidor e para o empresário.
- Benefícios para quem compra:
- mais alternativas de escolha
- acesso a uma maior variedade de produtos
- diferentes possibilidades de expressar preferências e personalidades
- redução dos preços
- comodidade (comprar no local e na hora que quiser)
- Benefícios para quem vende:
- possibilidade de aumentar o lucro
- geração de novos mercados
- diversificação dos públicos-alvo
- potencialização da marca
- redução de custos (com funcionários, aluguel, impostos) e consequente possibilidade de oferecer mais descontos
8 comentários:
Muito bom o texto Maria. Estou lendo o livro. Aliás, eu tenho ele para download, quem quiser é só mandar e-maail pedindo > contato@ocappuccino.com
MATEUS
Valeu, Mateus! Espero ter colaborado com a discussão sobre esta tendência. :-)
Oi Maria!
Parabéns pelo seu texto! Achei muito legal seu ponto de vista sobre nosso direito de EXPERIMENTAR! Nós também pensamos assim. :) E por defender isso, criamos o Tryoop! (WWW.TRYOOP.COM)
Um site para aqueles que como nós - gostam de experimentar produtos, emitir opinião sobre eles e principalmente fazer escolhas que realmente gostamos. Tudo isso, sem sair de casa.
Estamos na "reta" final para o lançamento, o site já está aberto para cadastro e já já vai ao ar com os primeiros produtinhos para nós. Consumidores inteligentes! ;)
Parabens pelo blog! Um beijo,
Aline
ótimo texto. Ultimamente muitos professores têm indicado este livro. Confesso que ainda não o li,mas estou na fila para lê-lo, já que um amigo comprou..hehehe.. E adorei a idéia deste site Tryoop... Vou correr pra lá agora e me cadastrar!
Abraços
Fabio Procópio
Aline,
Muito legal a iniciativa de vocês. Com certeza, estão acompanhando uma tendência já apontada por Chris Anderson num livro publicado recentemente chamado Free. Parabéns!!!
Abraço, Maria Alana!
Fábio,
Vale muuuiiito a pena tu ler este livro. Nele, encontrarás exemplos que poderão ampliar a tua visão de mercado. Se preferir, manda um e-mail para contato@ocappuccino.com e solicita a versão para download. Assim tu acaba de ler antes do teu amigo. Hehehe.
Abraço!
Que legal este novo serviço da Tryoop. Nada mais é do que fomentar o consumerismo, uma nova noção de consumidor dos dias de hoje.
MATEUS
Mateus / Maria Alana / Fábio!
Obrigada pela força! :) O Tryoop foi criado com muito carinho para todos nós. Que bom q gostaram!
Sigam as news no twitter, @tryoop
Beijos,
Equipe Tryoop!
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