segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Cauda Longa: da massa para o nicho.

Por Maria Alana, formada em Relações Públicas pela UFRGS

O termo A Cauda Longa (do inglês The Long Tail) foi expresso pela primeira vez em 2004, em um artigo publicado na revista Wired por Chris Anderson (editor-chefe da revista). O termo é bastante utilizado na Estatística para identificar distribuições de dados da Curva de Pareto ou Curva ABC, onde o volume de dados é classificado de forma decrescente (a famosa regra do 80%/20%).

BAIXA PROCURA = LUCRO. COMO ASSIM?
Quem poderia pensar, há alguns anos, que produtos com baixíssima procura poderiam impulsionar as vendas de uma empresa? Bem, com a ideia de estoque fisíco realmente é inviável, mas um processo semelhante ao Just in Time e a utilização de ferramentas como a Internet para divulgação e venda foram a grande sacada para fazer com que empresários pudessem ampliar sua oferta e a representação no mercado.

A OPÇÃO DE EXPERIMENTAR

Em épocas não tão distantes, anos 90, isto seria inviável talvez por ser o início da popularização dos computadores - que ainda é lenta, principalmente em países subdesenvolvidos - e pela dificuldade de acesso à Internet de parte da população. No entanto, hoje é cada vez maior a consciência de que não estamos mais limitados a comprar somente o que as lojas nos oferecem ou escutar apenas os grandes hits tocados pelas rádios (ótimo exemplo citado por Chris Anderson, no livro A Cauda Longa). Temos a opção de experimentar e adquirir produtos muito diferenciados; álbuns de artistas independentes, pouco conhecidos e ainda assim muito bons. Foi-nos aberta a possibilidade de diversificação de gosto, graças a este acesso ilimitado a produtos que representam a cauda e não a cabeça da Curva.

A LÓGICA DAS PARTES
Na lógica do empresário, é economicamente inviável manter em estoque, quanto mais nas prateleiras, produtos com baixa procura. Por exemplo: um CD de artista pouco conhecido representa espaço na prateleira, ocupando o lugar de outro que poderia ser vendido facilmente, enquanto que no iTunes suas músicas só ocupam alguns megabytes no banco de dados e podem tornar-se mais conhecidas.

PEQUENOS NICHOS

Se analisarmos do ponto de vista do consumidor, perceberemos o quão nos tornamos reféns da mídia massiva (principalmente da TV e do rádio) já que só tínhamos acesso ao que chegava até nós através dela, e, muitas vezes por causa disso limitamos nosso gosto àquilo que era (e ainda é) repetidamente transmitido. É aí que a teoria da Cauda Longa e a Internet unem seus potenciais: sem necessitar de espaço físico e vendedores, foi possível investir em pequenos nichos, formados por aqueles produtos com baixa porcentagem de vendas. Porém, juntos, estes pequenos percentuais formam uma boa parte dos lucros - em alguns casos chegam até a superar as vendas dos produtos considerados tops, hits, da moda etc.

INTERATIVIDADE
A Internet é uma das forças da Cauda Longa, já que proporcionou à indústria a ampliação da oferta e aos consumidores a ilimitação das opções de escolha. Sem contar na interatividade: cada internauta pode expressar sua opinião em blogs, sites de compras, Orkut, Facebook, Twitter e por aí vai uma lista de Mídias Sociais, avaliando um produto ou serviço e ajudando a manter os padrões de qualidade do que é vendido na Web.

ONDE SAÍMOS GANHANDO?
Tentando facilitar a análise dos pontos positivos mencionados neste post, fiz duas listas resumidas para compararmos os benefícios para o consumidor e para o empresário.

  • Benefícios para quem compra:
  1. mais alternativas de escolha
  2. acesso a uma maior variedade de produtos
  3. diferentes possibilidades de expressar preferências e personalidades
  4. redução dos preços
  5. comodidade (comprar no local e na hora que quiser)
  • Benefícios para quem vende:
  1. possibilidade de aumentar o lucro
  2. geração de novos mercados
  3. diversificação dos públicos-alvo
  4. potencialização da marca
  5. redução de custos (com funcionários, aluguel, impostos) e consequente possibilidade de oferecer mais descontos
E você, conhece mais vantagens ou desvantagens? Conhece algum mercado em que a Teoria da Cauda Longa se encaixa?

8 comentários:

Ocappuccino.com 19 de abril de 2010 às 21:58  

Muito bom o texto Maria. Estou lendo o livro. Aliás, eu tenho ele para download, quem quiser é só mandar e-maail pedindo > contato@ocappuccino.com

MATEUS

Maria Alana 19 de abril de 2010 às 22:11  

Valeu, Mateus! Espero ter colaborado com a discussão sobre esta tendência. :-)

Aline 20 de abril de 2010 às 14:40  

Oi Maria!

Parabéns pelo seu texto! Achei muito legal seu ponto de vista sobre nosso direito de EXPERIMENTAR! Nós também pensamos assim. :) E por defender isso, criamos o Tryoop! (WWW.TRYOOP.COM)

Um site para aqueles que como nós - gostam de experimentar produtos, emitir opinião sobre eles e principalmente fazer escolhas que realmente gostamos. Tudo isso, sem sair de casa.

Estamos na "reta" final para o lançamento, o site já está aberto para cadastro e já já vai ao ar com os primeiros produtinhos para nós. Consumidores inteligentes! ;)

Parabens pelo blog! Um beijo,

Aline

Fabio Procopio 20 de abril de 2010 às 18:34  

ótimo texto. Ultimamente muitos professores têm indicado este livro. Confesso que ainda não o li,mas estou na fila para lê-lo, já que um amigo comprou..hehehe.. E adorei a idéia deste site Tryoop... Vou correr pra lá agora e me cadastrar!
Abraços

Fabio Procópio

Maria Alana 21 de abril de 2010 às 00:10  

Aline,

Muito legal a iniciativa de vocês. Com certeza, estão acompanhando uma tendência já apontada por Chris Anderson num livro publicado recentemente chamado Free. Parabéns!!!

Abraço, Maria Alana!

Maria Alana 21 de abril de 2010 às 00:14  

Fábio,

Vale muuuiiito a pena tu ler este livro. Nele, encontrarás exemplos que poderão ampliar a tua visão de mercado. Se preferir, manda um e-mail para contato@ocappuccino.com e solicita a versão para download. Assim tu acaba de ler antes do teu amigo. Hehehe.

Abraço!

Ocappuccino.com 21 de abril de 2010 às 00:38  

Que legal este novo serviço da Tryoop. Nada mais é do que fomentar o consumerismo, uma nova noção de consumidor dos dias de hoje.

MATEUS

TRYOOP 22 de abril de 2010 às 12:21  

Mateus / Maria Alana / Fábio!

Obrigada pela força! :) O Tryoop foi criado com muito carinho para todos nós. Que bom q gostaram!

Sigam as news no twitter, @tryoop

Beijos,

Equipe Tryoop!

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