sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A vez do Consumidor.

Por Cibele Silva, estudante de Relações Públicas da Metodista/SP

Poucos são aqueles que ainda duvidam que estejamos no meio de uma revolução nas mídias e de modificações profundas nas formas de produção, distribuição e comunicação mediadas por computador. Não dá mais para pensar em uma política de comunicação sem pensar na web e na interatividade das redes sociais.

Com a internet, o consumidor tomou o poder e agora as companhias não falam para ele, mas diretamente a ele, sem a necessidade de intermediários. O tratamento diretamente com o público é muito diferente daquele relacionamento com os jornalismos de uma redação. E é neste ponto que as empresas estão pecando com o consumidor.

Jairson Vitorino, sócio da E. Life informa em entrevista para a revista Negócios da Comunicação nº 33 que 70% do material colhido são de críticas ou reclamações sobre as empresas e que grande parte das empresas brasileiras ainda não definiu a melhor forma de responder a essa crescente demanda. As maiores empresas do Brasil já entraram para o segmento das mídias sociais, entretanto, são poucas as que conseguem dar um fim satisfatório, com o receio do tamanho da repercussão.

O professor de pós-graduação da Unopar, Fábio Albuquerque, aborda o assunto no artigo Retaliação e vingança de consumidores nas redes sociais, publicado no Nós da Comunicação. Fábio ocasiona o assunto como forma de retaliação do consumidor como punição as empresas. Os consumidores procurando denegrir a imagem ou causar algum dano para que a empresa pague de alguma forma o mal causado. O que proporciona a vingança do consumidor, é quando o consumidor sai dos meios on-line e leva a empresa pagar com a mesma moeda por meios reais, entrando com um processo judicial contra a empresa, buscando a justiça para se vingar.

Dentro destes princípios trago um exemplo de indignação que resultou no maior e mais temido site de críticas do Brasil, o Reclame Aqui, criado pelo arquiteto Maurício Vargas. O projeto nasceu quando Vargas foi mal atendido por uma empresa área, insatisfeito com os canais de comunicação da empresa ele resolveu bancar os custos do site para publicar sua aflição. O site cresceu e hoje registra mais de 1 milhão e 800 mil reclamações, dentre estas reclamações em quase oito anos e existência, a página virtual obteve até hoje 22 processos judiciais, todos eles tiveram causa ganha.

As empresas que não aprenderem a conviver com esses consumidores perderão clientes e receitas, sentencia Maurício Vargas para a Revista Negócios da Comunicação.

Segundo o estudo O Poder do Efeito Viral: Compreendendo sua Dinâmica, da XPlab – Experientece Lab e E-Consulting, foi definido alguns aspectos de impactos virais dos consumidores enquanto emitem suas opiniões: juízo de valores, profere críticas, reclamações, lança elogios e postula dúvidas. O estudo traz que cada post (blog ou microblog) impacta 10% do total da rede de relacionamento de forma a gerar ação, seja essa qual for. E os 90% restante também são impactados, porém não a ponto de se mobilizarem para alguma ação, somente guardam a informação e ficam mais atentos as decisões de compras ou relacionamento com a empresa.

Se um post negativo atinge uma rede de cem pessoas, em média dez pessoas tendem a se mobilizar com a notícia. Os outros 90% absorvem aquela informação reforçando a tese, aumenta o número de mobilização negativa ou positiva, aumento o efeito viral. Explica Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting, em Do outro lado do balcão - entrevista concedida para a Revista Consumidor Moderno nº 140.

As mídias sociais que os consumidores utilizam devem ser tratadas como veículos de comunicação, pois os consumidores estão colocando o valor da marca em jogo devido a retaliação para punições, aqui no Brasil ainda as empresas tem muito que amadurecer dentro deste mercado.

5 comentários:

Jorge Lima 25 de outubro de 2009 às 07:36  

Muito importante essa postagem, obrigado pelas informações... Prabéns pelo trabaho!

Teteu 25 de outubro de 2009 às 15:17  

Pra mim este é o grande lance das redes, o poder de voz aos consumidores. É verdade que muitas empresas só sentem e só dão valor quando são acionados juridicamente. Mas alguns arranhões à marca nas redes também já estão demonstrando que afetam o valor da organização.

F.P 25 de outubro de 2009 às 18:24  

Concordo com a força que se tornaram as redes sociais. O que me preocupa um pouco, e saindo um pouco do tema proposto no post é o fato das discussões e movimentações hoje em dia estarem somente no campo virtual. É como se fosse um espaço de catarse..onde o internauta se sente bem ao soltar o que pensa, e acha que aquilo resolverá...

Abraço

A Bordo da Comunicação 27 de outubro de 2009 às 09:29  

Fábio, sabe que eu não concordo com você a sua perspectiva ao que a internet pode causar pode estar sendo limitada.
O impacto está sendo muito forte para as organizações, mesmo pequenos comentários, é o que mostra o estudo do professor Fábio.

Abraços,
Cibele

Conhecimento e Informação 29 de outubro de 2009 às 18:30  

As redes sociais incrivelmente estão em alta...a tendência é que as redes se ampliem cada vez mais e as pessoas busquem alternativas satisfatórias para estarem sempre atualizadas.

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