sábado, 6 de setembro de 2008

Os desafios da comunicação diante das novas tecnologias.

Por Carolina Terra, editora do blog RPalavreando

A
s tecnologias da informação e da comunicação revolucionaram todas as áreas de atividade, envolvendo economia, política, cultura e as organizações.

A
Internet altera todos os paradigmas comunicacionais à medida que coloca à disposição de qualquer pessoa com conhecimentos e recursos necessários, a possibilidade de se comunicar, de um ponto a outro qualquer, com qualquer usuário do planeta. Forma-se o que chamamos de sociedade em rede. (Dowbor, 2001:48)

Os grandes conflitos e as novas formas de dominação, segundo Dowbor 2001:49), serão porque as elites mundiais manipularão símbolos e imagens e não fábricas, como acontece hoje: (...) quem controla as representações simbólicas da riqueza é que passa a manejar o sistema, e não quem a produz (Dowbor, 2001:50).

D
owbor (2001) chama a atenção para o aspecto da mais-valia virtual em detrimento da mais-valia do assalariado, que se trata de um mecanismo de manipulação de valores, do universo cultural da humanidade. Tal clube (da mais-valia virtual) é extremamente seleto e restrito a poucas empresas que criam uma nova articulação de poder. Gastam mais de 500 bilhões de dólares em publicidade, controlam ou mantém relacionamentos com as emissoras de TV e as redes de telecomunicações.

E
sse universo das tecnologias da comunicação e da informação tornou-se o denominador comum que suporta o capitalismo virtual em processo. Dênis de Morais (Apud Dowbor, 2001:56) afirma que um novo contexto emerge envolvendo cultura-comunicação-televisão-telefonia denominado infotelecomunicações, isto é, a base agora é a informação e não mais a produção fabril.

V
ivemos na economia do conhecimento que ao mesmo tempo que democratiza a informação, aparta alguns, excluindo-os do processo de articulação e reorganização social (Dowbor, 2001:57).

F
rente a esse panorama de novas tecnologias, o desafio dos comunicadores é construir novas formas de organização da produção, do trabalho, da política, da solidariedade social, democratizando os meios de comunicação e o acesso a eles. (...) A comunicação é um fator determinante da transformação cultural em curso, e se tornou o eixo central das transformações estruturais, tanto na economia como na política (Dowbor, 2001:59). Em complemento a esse conceito, a rede se apresenta como novo paradigma organizacional e deve servir aos cidadãos como instrumento de democratização da informação e de inclusão social.

As organizações e nós, os profissionais de comunicação

B
aseando-se em Edgar Morin, pode-se inferir que a complexidade e a velocidade determinam as condutas organizacionais e em que a fragmentação dos valores e condutas pessoais coloca a organização como referência social. As organizações captam e se adaptam às mudanças. O imaginário organizacional em sua busca por lucro e imagem, deixa implícito que a empresa é a única maneira de se atingir o desenvolvimento econômico e social.

A
o analisarmos as características da empresa contemporânea, nos deparamos com uma série de conflitos. Quando se fala em empresa cidadã, temos uma enorme contradição entre a ética e a busca de uma imagem positiva junto à sociedade. Outro ponto é a busca de excelência nos processos, o que implica a constante superação e, portanto, à impossibilidade do sucesso de todos. A ética das organizações tem mais a ver com a própria sustentação da imagem da empresa do que necessariamente a um novo padrão de conduta organizacional. Contudo, aqui cabe uma imensa discussão ética. Ainda assim, vale o auxílio que tem sido dado às instituições carentes, que contam com o pouco que lhes é destinado.

O
s profissionais tornam-se instrumentos de consolidação de todas as práticas organizacionais que surgem: reengenharia, downsizing, joint-venture, qualidade total, ISOs, etc. Cada vez mais, se exigem formações, especializações, línguas, fazendo com que a vida das pessoas se volte ao trabalho.

O
s profissionais de comunicação passam a executar suas ferramentas para agendar comportamentos e práticas, por vezes efêmeras. O jornal interno, a Intranet, a Internet, as mensagens destinadas aos mais diversos públicos de contato da empresa são ferramentas que produzem os efeitos desejados por quem planejou a comunicação. E onde está a capacidade crítica de agirmos diferente?

2 comentários:

Carol Terra 8 de setembro de 2008 às 11:28  

Olá, pessoal d'OCappucino! Obrigada pela referência ao artigo. Espero que sirva para refletirmos todos sobre o papel do RP e dos profissionais de comunicação diante das novas tecnologias. Abs, Carol Terra

Ocappuccino.com 30 de agosto de 2009 às 14:30  

Nós que agradecemos pela liberação de postar o texto.

Abraços Carol, mateus.

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