Muita opção, pouca satisfação.
Por Mateus Martins, estudante de Relações Públicas da UFRGS
O livro The Paradox of Choice: why more is less (O Paradoxo da escolha: porque mais é menos), de Barry Schwartz, publicado em 2004, reflete as razões do porque nas sociedades onde há liberdade e uma variedade de opções de escolha nunca antes vistas, os indivíduos não se sentem mais felizes?
Ao contrário, o número de pessoas com transtornos de ansiedade e depressão cresce a cada dia. Segundo o autor, é a abundância de opções de escolha que há na sociedade moderna que está nos tornando cada fez mais infelizes e ansiosos.
Segundo Schwartz, quatro são as possíveis razões para a nossa insatisfação com relação ao grande número de opções:
O custo da oportunidade. Ao fazermos uma escolha baseada em um grande número de opções precisamos abrir mão de todas as outras. Escolhendo uma, você estará invariavelmente perdendo alguma vantagem que a outra opção possui. É o chamado custo de oportunidade: quanto mais alternativas você considera, maiores os custos de oportunidade de uma decisão.
Arrependimento. O ato de não escolher é, por si só, uma escolha. Portanto, não nos arrependemos somente do que escolhemos, mas também do que deixamos de escolher. Assim, um infinito número de possibilidades diminui o prazer das escolhas.
Capacidade de adaptação. E se a escolha que parecia a mais sensata até ontem, hoje nos mostra ser o pior que poderíamos ter escolhido?
O peso da comparação. Como estamos nos comparando o tempo todo com as outras pessoas, acabamos concluindo que a grama do vizinho é sempre mais verde.
O consumidor não quer gastar tanta energia na experiência da escolha. Oferer opções é essencial sim, mas em um número que não o deixe perdido - pois a múltipla oferta de produtos similares provoca uma insegurança de compra - e o canse, mas que facilite esse processo.
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