sábado, 19 de junho de 2010

Cala Boca Galvão faz a Globo se virar nos 30”.

sábado | 19 de junho de 2010

Título infame esse acima, mas ele exemplifica bem o episódio ocorrido com a emissora na última semana. Uma piada velha afinal quem nunca falou mal do Galvão Bueno que atire a primeira pedra, ou deixe o primeiro comentário , mas que tomou proporções internacionais na semana que passou, sendo comentado até mesmo nos tradicionais The New York Times, La Repubblica e El Pais.

Se você é um workholick e/ou estudante em tempo integral e está mais perdido que cego em tiroteio nesse assunto ou perdeu o momento célebre em que a Globo resolveu mudar a tática, segue a matéria passada no Central da Copa (@centraldacopa) na madrugada dessa quarta-feira.


Todos estamos cansados de saber que a Rede Globo fazia vista grossa quando se tratavam das piadinhas e reclamações do narrador esportivo mais amado e odiado do país. Até mesmo na copa do mundo as faixas que exibiam um caloroso Cala Boca, Galvão em meio a torcida, eram cuidadosamente evitadas na sua transmissão. Até onde essa atitude pode ser perigosa pra uma empresa, principalmente em tempos em que a as redes sociais estão ganhando força? E, principalmente, no que a internet pode contribuir na construção e desconstrução de marcas? Essas perguntas estão longe de ser respondidas (ainda mais por mim, reles estudante de publicidade), mas tem gente que pode dar um norte bem bacana quando se fala de web e gerenciamento de crise, e eu pedi ajuda a duas delas, Luli Radfahrer e Marcia Ceschini.

Quando se trata de internet, temos aí vinte e poucos anos de estrada, é um meio relativamente novo, mas com esse tempo de convivência já poderíamos estar mais familiarizados com a rede, entretanto muitas vezes caímos no conto do vigário e esse caso nos mostrou que isso não é um problema que se restringe ao público nacional. Aqui no Brasil um blog de credibilidade duvidosa chegou a publicar que a Globo teria entrado com uma ação contra o Twitter para retirar o trending topic referente a Galvão Bueno. A notícia, juntamente a indignação, se espalharam e, no fim, tudo se tratava de um bug do twitter.

O que eu acreditava ser apenas ingenuidade ingenuidade minha foi colocado sob outra ótica pelo @radfahrer:

Há também muita preguiça e pragmatismo na web, que está cada vez mais popular. Precisamos parar de vê-la como uma grande biblioteca e passar a enxergá-la pelo que realmente é: uma réplica do mundo lá fora, em que se fala de tudo e só os verdadeiramente ingênuos tomam pelo valor de face o que lhes é dito.
@marciaceschini completa: a velocidade e o interesse em divulgar os fatos, faz com que os usuários não pensem muito para fazer um post ou publicar um tweet.

Essa afobação virtual coloca em cheque, muitas vezes, a reputação de empresas, e aí a história começa a ficar perigosa. Se não bem administrada, marcas podem perder consumidores. No caso em questão a história é apenas uma brincadeira quase mais antiga que o próprio Galvão Bueno , que tomou proporções gigantescas e gerou, nas palavras da Marcia, uma torre de Babel midiática (adorei a expressão), mas e no caso de uma pisada na bola grave? A demora em que a emissora se pronunciou poderia ser fatal. Deve-se levar em consideração, claro, a imagem que o público tem dessa marca e o tamanho do erro cometido (ou supostamente cometido), como foi bem lembrado pelo Luli: CALA BOCA GALVAO não é uma represália a um comentarista pedófilo, xenófobo ou homofóbico. É uma reação divertida a um locutor de quem todo mundo gosta de reclamar. A Globo deve ter se divertido com a história e o Galvão Bueno deve estar rindo a caminho do banco.

A velocidade que a web nos proporciona faz com que tudo, em poucos segundos ou caracteres, se torne público. Não dá para brincar em serviço (usando mais um trocadilho), as empresas parecem ter tomado consciência disso, há cada vez mais vagas de social media no mercado, porém tudo tem que ser feito com cautela para não parecer uma ação forçada (como a reação da globo, que agora quer abordar o CALA BOCA GALVAO em toda sua grade de programação). O negócio é investir em mapeamento de rede digital e não somente em alguém que dá bom dia aos seus seguidores.

Um case, nada a ver com assunto, que aconteceu comigo há poucas semanas mostra bem como deve ser feito um mapeamento digital: comprei algumas fotos no Dreamstime (um site de stock photo), na hora de pagar me dei por conta que aparecia o valor em reais, e a frase em português aceitamos os cartões de crédito principais de Portugal, porém ao lado da frase a bandeira que aparecia era a do Brasil. Tirei um print e upei no twitpic. No dia seguinte tinha uma mensagem da Dreamstime nos meus replies, dizendo que agradecia por eu ter percebido o erro e que estavam o arrumando, isso sem eu ter mencionado o twitter do Dreamstime, até porque nem sabia que eles o tinham. ELES REALMENTE ARRUMARAM. Esse tipo de atitude surpreende o consumidor e faz com que a impressão negativa caia por terra, passei admirar a força de comunicação virtual da empresa e certamente continuarei comprando fotos com eles, não que fosse parar por um erro, digamos assim, geográfico, mas agora o faço com uma certa admiração e gosto. Está na hora das empresas se darem por conta disso.

Por fim, gostaria de agradecer muito a disposição do Luli e da Marcia, que apesar do tempo apertado foram extremamente atenciosos. E que a discução continue nos comentários.

Nota: Essa será a capa da @veja desta semana > http://twitpic.com/1y6ucv.
_ _ _

11 comentários:

Maíra 19 de junho de 2010 às 14:31  

Ocappuccino sempre com suas postagens esclarecedoras e muito bem feitas!
Uma ressalva: Ayrton Senna morrendo de rir? Seria esta mais uma das pérolas do Galvão?

Beijos,

Maíra (@rp_maira)

Ocappuccino.com 19 de junho de 2010 às 14:35  

Oi Maíra. Ele fala isso neste vídeo. Licença poética do Galvão e é por essas e outras que o povo clama para que ele cale a boca.

MATEUS

Amanda Borges (Criaty) 19 de junho de 2010 às 14:54  
Este comentário foi removido pelo autor.
Amanda Borges (Criaty) 19 de junho de 2010 às 14:58  

Acho que já nos acostumamos com o Galvão e suas pérolas, e no fim a TV não seria a mesma sem ele... Hahaha! ;)

Amanda Borges (Criaty) 19 de junho de 2010 às 15:13  

Detalhe: Hoje pela manhã no twitter (aonde mais seria) a capa da veja desse mês circulava... E adivinhei o carro chefe da edição, qual é? http://veja.abril.com.br/230610/capa.html

Só podia. É Galvão Bueno está em alta!

Alanna Costa 19 de junho de 2010 às 15:29  

Muito bom post adorei.

Marcia Ceschini 19 de junho de 2010 às 19:03  

Nossa Maíra, que responsa hein.. vc me colocou junto com Luli???
O post realmente ficou muito bom. Foi bem costurado por vc.

Assim como Luli, eu vi o Cala a Boca Galvão como uma brincadeira, uma provocação divertida, pq no fundo todo mundo assiste e ouve Galvão.

A lição é que as marcas e empresas devem acompanhar bem de perto as mídias sociais. A capa da Veja só reforça isso.

Como disse no twitter: e ainda tem gente que duvida das mídias sociais.

beijos

Ricardo Campos 19 de junho de 2010 às 23:52  

Olá Maíra,

Gostei muito do post, mas realmente o clamor do twitter colocou a Globo em uma situação inusitada forçando uma saída que ao meu ver tinha tudo para dar certo, não fosse o tom forçado utilizado na matéria da Central na Copa.

A matéria dá a entender que o #calabocagalvao chegou ao TT após os gringos serem ludibriados com as brincadeiras dos brasileiros, mas todos sabem que ele chegou no ápice com a participação de brasileiros indignados com transmissão na abertura da copa.

Penso que eles perderam a chance de serem transparentes. Muita gente que está fora da rede pode ter engolido, mas para quem acompanhou não pegou bem.

O problema com a audiência é que ainda não temos outras opções, que sejam boas realmente. Na própria Globo eu prefiro o Cléber Machado e o Luiz Roberto. O Rogério Corrêa também tem se destacado.

Bom, mas gosto não se discute né...tem gente que gosta do Galvão, mas parece que no Twitter não tem história de pássaro que o salve.

Ricardo Campos 19 de junho de 2010 às 23:56  

Ops...Ótimo post Amanda.
Errei foi o nome da autora. Sorry.

Marcia Ceschini 20 de junho de 2010 às 02:01  

Epaaa,

Ricardo eu tbm errei.. #fail para nós dois.

Desculpe, Amanda.

Amanda Borges (Criaty) 20 de junho de 2010 às 02:03  

Hahahaa! Acontece :P

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