sexta-feira, 5 de março de 2010

Convergência dos novos saberes de leitura para um novo modelo de relacionamento online/offline.

Por Danilo Marinho, estudante de Relações Públicas da Escola superior de Relações Públicas de Pernambuco, autor do blog Clube do RP de Pernambuco e colaborador do blog A bordo

Faz algum tempo que venho me perguntando se, com todo esse aparato tecnológico os livros ainda terão espaços nas prateleiras dos leitores. Estima-se que em 2018 os livros digitais desbancarão as versões impressas dos livros. Nada mais nada menos que a Feira Internacional do Livro de Frankfurt fez essa projeção.

Em países como o Brasil em que a cultura da leitura ainda parece ser um grande paradoxo, acompanhamos o surgimento de ferramentas que possibilitam o acesso de obras literárias completas com apenas um clique. O crescimento do consumo dessas ferramentas como e-books em 2009 aumentou substancialmente. Se no início do ano o consumo era de 13%, em maio esse número elevou para 35% e, no meio do ano, 48% foi o índice registrado. Dados apresentados na 1ª Feira de Arte e Tecnologia do Recife pela Google.

Isso pode ser considerado como reflexo da própria evolução dos acontecimentos, um grande Devir Tecnológico. Ao passo que o novo cenário aponta para um modelo print on demand, as oportunidades digitais potencializam os novos padrões de relacionamento entre mercado e consumidor. Se no modelo tradicional, a edição de um livro representa um alto custo para as editoras, como produção e um grande complexo de logística, na web esses custos são reduzidos a quase zero, ainda permitindo a edição em vários formatos. (pdf, jpg, entre outros).

A produção de conteúdo no formato tradicional, em canal de larga escala, tem um custo acima do que a crise econômica em que estamos passando nos permite. As mídias digitais já possibilitam a transmissão e consumo de dados simultaneamente. O papel passou a ser, a partir daí, uma mídia associada, ou seja, ele será apenas uma referência que fará link com os dados compartilhados na rede. Já está em testes uma fibra ótica capaz de processar 14mil horas de informação em 1 segundo e 2 mil horas de imagem (vídeo) por segundo. Isso representa com nitidez a dimensão do que estamos vivendo em termos de tecnologia.

Alguns eventos desenham bem esses novos modelos de relacionamento interativo entre o homem e a tecnologia. Pois, nos meios digitais, toda a transmissão é memorável, e isso pode ser um importante aliado, quando aplicado estrategicamente. Dessa forma, se torna relevante o acompanhamento e constante mutação no desenvolvimento de produtos e serviços.

E mpresas como a Livraria Cultura, já adotaram o relacionamento on-line, como postura e oferece em seu portal, obras exclusivamente para compra via rede. Algumas editoras como a Editora Singular, já se especializaram em lançar obras disponíveis apenas na web. E ainda, algumas dessas empresas também já possuem tecnologia em que, o comprador escolhendo a obra na versão digitalizada, poderá optar pela versão impressa feita na hora. (como caldo de cana!!).

4 comentários:

Stéphane Dias 7 de março de 2010 às 21:56  

Realmente, a tecnologia está evoluindo em uma rapidez muito maior que nossa adaptação a ela. Os novos suportes, entretanto, não parecem engolir-se. Claro que não me refiro a meios concorrentes, onde há um aperfeiçoamento do mesmo (ou muito semelhante)produto, como os MPs. Falo do livro em relação ao e-book, por exemplo. Os aparelhos de DVD não engoliram o cinema, nem a internet o fez com a TV, mesmo que tenham afetado sua utilização. O livro é um meio não-ecológico e parece que as pessoas estão buscando outras alternativas, mas, como o vinil, terá seu lugar na estante.

Alina Souza 12 de março de 2010 às 12:30  

Ainda sou adepta do livro de papel! Não sei o que será de mim com essa suposto "fim"! Adoro cheiro de livro!
E mais, livros trazem histórias, lembranças, quanto mais tempo estiverem na prateleira, mais emocionante fica "tocar" neles. Concordo que esta é uma nova tendência (e-books), que devemos nos adapatar a ela, porém, ... Nesse sentido ainda me mantenho conservadora! Uma verdadeira "primitiva"!

Alexandre 14 de março de 2010 às 00:12  

Danilo,
Parabéns pelo texto.
Abraços.

Anônimo 16 de março de 2010 às 14:46  

Ah... ja pensou uma loja aonde voce pega o que quer e nao paga? ADOREI!! Sei um site que envia amostras e brindes gratis de varios produtos mas loja eh TUDO!

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