Big Merchandising Brasil.
Por Amanda Barrin, estudante de Publicidade e Propaganda da PUCRS
Estamos acostumados, há algum tempo, com inserções de marcas nos programas brasileiros, desde novelas a programas esportivos, não deixando de passar pelo famoso formato de variedades, aquele, que interrompe a matéria da fofoca quentíssima para um recadinhho do anunciante. Muitas vezes essa ferramenta torna-se motivo de estranhamento e chacota, portanto deve ser usada com cuidado para não irritar o público-alvo. Um dos problemas ocasionados por esse tipo de inserção, é que por mais que seja bem feito o merchandising vai parecer, para algumas pessoas, forçado e sem necessidade. Principalmente quando é utilizado em novelas, onde quebra a história de maneira, ainda, estranha. Nos filmes, principalmente holiwoodianos, essa formula já encontrou o equilíbrio necessário, tanto que as vezes nem nos damos por conta da invasão merchandisiana que o filme que estamos assistindo tem.
Big Merchandising Brasil
Das diversas formas em que se apresenta no Brasil, sem dúvidas, a de mais sucesso são os merchans, carinhosamente chamados, do Big Brother Brasil. Em dez anos de programa as ações de merchandisign atingiram valores astronômicos, amadureceram e se tornaram as mais
criativas e naturais formas da ferramenta publicitária. Eles se inserem no jogo em forma de provas ou de mimos para os participantes o que gera buzz e simpatia dos telespectadores.
Sabemos que os números do BBB são altos, é, sem dúvida, o programa com maior audiência da televisão brasileira, título que até poucos anos atrás era da novela das 8 (que todos sabemos que não é as 20h e sim as 21h), é o crème de la crème dos anunciantes.
Elegi duas ações que transcenderam o limite do programa, que foram comentados na rede. Isso é sim um puxão de orelha a muitos de nós comunicadores. Nós que não assistimos o programa por sermos elitizados e cultos de mais para perder nosso tempo. Big Brother é uma aula completa de comunicação. Eu só entendi isso depois de ouvir da boca de um professor, uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, que não assistir Big Brother era desperdício da possibilidade de se ver como se faz, verdadeiramente, um bom merchandising.
MINUANO – Funk do Esponjão
EU OEDIO FUNK, mas esse jingle não sai da minha cabeça. Eu trabalhei o carnaval inteiro (ossos do ofício) e não pulei, dancei ou saí nenhum dia, mas ainda assim ouvi o funk do esponjão todos os dias e não foi na TV. Cansei de sair na rua e escutar isso nos carros das pessoas que estavam a caminho das festas. O fato que o merchandising da Minuano foi de extrema qualidade, deixou de ser jingle e virou música. Para quem não assiste o programa, uma leve descrição: Prova do Líder. Quando soava a sirene, a música começava. Os participantes, vestidos de esponja gigante, tinham que dançar enquanto água com sabão caia neles. Detalhe básico: Atrás deles havia pratos gigantes.
SUPER BONDER – Super Cola
Ok, eu tinha achado o máximo o merchandising da marca no Big Brother 9, onde os participantes foram colados de cabeça pra baixo, mas essa prova do líder, a última da décima edição, superou todas as possibilidades. UM CARRO foi içado a dez metros de altura com apenas 10 gotas da super cola. Foi surreal. Tudo feito na frente das pessoas. Nossa. E não era um carro popular não, era um carro SUV. Quando vi juro que não acreditei, em questão de segundos meu Twitter foi inundando de reações como a minha. Só vendo mesmo para acreditar.
Por fim, esses dois vídeos mostram bem a qualidade dos merchandising do reality show, mas o YouTube está inundado de vários outros exemplos. Nem preciso dizer que em janeiro tem BBB 11, e que possivelmente os merchandising irão superar de longe os desse ano. Espero que daqui há alguns anos eu possa dizer: Tá vendo aquele 'merchandising' do BBB, eu que fiz.