quarta-feira, 31 de março de 2010

Big Merchandising Brasil.

Por Amanda Barrin, estudante de Publicidade e Propaganda da PUCRS

Estamos acostumados, há algum tempo, com inserções de marcas nos programas brasileiros, desde novelas a programas esportivos, não deixando de passar pelo famoso formato de variedades, aquele, que interrompe a matéria da fofoca quentíssima para um recadinhho do anunciante. Muitas vezes essa ferramenta torna-se motivo de estranhamento e chacota, portanto deve ser usada com cuidado para não irritar o público-alvo. Um dos problemas ocasionados por esse tipo de inserção, é que por mais que seja bem feito o merchandising vai parecer, para algumas pessoas, forçado e sem necessidade. Principalmente quando é utilizado em novelas, onde quebra a história de maneira, ainda, estranha. Nos filmes, principalmente holiwoodianos, essa formula já encontrou o equilíbrio necessário, tanto que as vezes nem nos damos por conta da invasão merchandisiana que o filme que estamos assistindo tem.



Big Merchandising Brasil

Das diversas formas em que se apresenta no Brasil, sem dúvidas, a de mais sucesso são os merchans, carinhosamente chamados, do Big Brother Brasil. Em dez anos de programa as ações de merchandisign atingiram valores astronômicos, amadureceram e se tornaram as mais
criativas e naturais formas da ferramenta publicitária. Eles se inserem no jogo em forma de provas ou de mimos para os participantes o que gera buzz e simpatia dos telespectadores.

Sabemos que os números do BBB são altos, é, sem dúvida, o programa com maior audiência da televisão brasileira, título que até poucos anos atrás era da novela das 8 (que todos sabemos que não é as 20h e sim as 21h), é o crème de la crème dos anunciantes.

Elegi duas ações que transcenderam o limite do programa, que foram comentados na rede. Isso é sim um puxão de orelha a muitos de nós comunicadores. Nós que não assistimos o programa por sermos elitizados e cultos de mais para perder nosso tempo. Big Brother é uma aula completa de comunicação. Eu só entendi isso depois de ouvir da boca de um professor, uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, que não assistir Big Brother era desperdício da possibilidade de se ver como se faz, verdadeiramente, um bom merchandising.

MINUANO – Funk do Esponjão
EU OEDIO FUNK, mas esse jingle não sai da minha cabeça. Eu trabalhei o carnaval inteiro (ossos do ofício) e não pulei, dancei ou saí nenhum dia, mas ainda assim ouvi o funk do esponjão todos os dias e não foi na TV. Cansei de sair na rua e escutar isso nos carros das pessoas que estavam a caminho das festas. O fato que o merchandising da Minuano foi de extrema qualidade, deixou de ser jingle e virou música. Para quem não assiste o programa, uma leve descrição: Prova do Líder. Quando soava a sirene, a música começava. Os participantes, vestidos de esponja gigante, tinham que dançar enquanto água com sabão caia neles. Detalhe básico: Atrás deles havia pratos gigantes.



SUPER BONDER – Super Cola
Ok, eu tinha achado o máximo o merchandising da marca no Big Brother 9, onde os participantes foram colados de cabeça pra baixo, mas essa prova do líder, a última da décima edição, superou todas as possibilidades. UM CARRO foi içado a dez metros de altura com apenas 10 gotas da super cola. Foi surreal. Tudo feito na frente das pessoas. Nossa. E não era um carro popular não, era um carro SUV. Quando vi juro que não acreditei, em questão de segundos meu Twitter foi inundando de reações como a minha. Só vendo mesmo para acreditar.


P
or fim, esses dois vídeos mostram bem a qualidade dos merchandising do reality show, mas o YouTube está inundado de vários outros exemplos. Nem preciso dizer que em janeiro tem BBB 11, e que possivelmente os merchandising irão superar de longe os desse ano. Espero que daqui há alguns anos eu possa dizer: Tá vendo aquele 'merchandising' do BBB, eu que fiz.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Perfil Maria Aparecida Ferrari.

Por Cibele Silva, estudande de Relações Públicas da Metodista/SP

Ocappuccino continua com o objetivo de aproximar a universidade e o mercado, a teoria e a prática e por isso hoje, no Perfil, apresentamos Maria Aparecida Ferrari. Professora Doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo e socióloga pela mesma instituição. É especialista na área de relações públicas e cultura. Ganhou o prêmio Opinião Pública em 2002 promovido pelo Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas SP/PR – CONRERP SP/PR. Em agosto de 2009 lançou o livro 'Relações Públicas: teoria, contexto e relacionamentos', juntamente com James E. Grunig e Fábio França, pela editora Difusão, São Paulo. Conheça um pouco mais sobre o currículo da MAF.

Ocappuccino: A primeira formação da senhora foi Ciências Sociais na USP, o que levou a senhora a cursar Relações Públicas?

Maria Aparecida Ferrari: Eu fui trabalhar como estagiária no Museu do telefone, que pertencia a Telesp. O museu era administrado pelo departamento de Relações Públicas da Teles. Foi aí que eu conheci essa atividade! Além disso, o diretor da área era uma pessoa extremamente culta e com uma visão de mundo maravilhosa e foi por isso que eu decidi estudar RP.

Ocappuccino: Como a experiência com o estágio, durante a graduação de Relações Públicas, a ajudou no momento de inserir-se no mercado de trabalho?

MAF: O estágio foi o momento em que eu pude ver na prática o que eu aprendia na teoria, na universidade. Proporcionou-me uma visão de mundo real e, também mostrou que a vida nas organizações é bastante complexa e que nós temos que saber identificar os centros de poder e autoridade para saber por que certas ações ocorrem de determinada maneira. Eu fiz estágio na ADS e depois na GMB. Foram duas experiências bem diferentes, mas que complementaram a minha formação. Acho que o estágio é essencial para a formação do aluno.

Ocappuccino: Como a senhora descobriu que gostaria seguir a profissão no ambiente acadêmico?

MAF: Em 1987 eu fui convidada pela professora Margarida Kunsch para substituí-la no curso de RP da Metodista e aí comecei a gostar de lecionar porque eu conseguia fazer a “ponte” entre a minha prática diária na empresa e as teorias da academia. Também sempre foi muito criativa e consegui desenvolver muitos projetos inovadores, sempre com o intuito de divulgar a nossa profissão e mostrar a sociedade o que são as Relações Públicas.

Ocappuccino: Antes de se tornar professora reconhecida pelo excelente serviço prestado, a senhora trabalhou como Relações Públicas no setor público, privado ou terceiro setor?

MAF: Sim, eu trabalhei 10 anos na Diretoria de Comunicação Social do SENAI-SP. Foi a etapa em que eu consegui amadurecer na profissão. Depois, quando morei em Santiago do Chile, eu também trabalhei em uma agência de comunicação e desenvolvi vários projetos com empresas, governo e autoridades políticas.

Ocappuccino: Conte-nos um pouco de sua trajetória de sucesso, como começou a escrever livros e como chegou à coordenadora do curso de Relações Públicas na Universidade Metodista de São Paulo.

MAF: Na minha volta ao Brasil, depois de morar cinco anos no Chile, eu fui aprovada para fazer o Doutorado. A partir daí, 1996, eu passei a me dedicar somente a academia. Trabalhava na Metodista e na USP eu substituía alguns professores. A vida acadêmica exige que o docente pesquise, desenvolva projetos, escreva, participe de eventos científicos e congressos. Desta forma, a produção científica começa a se definir e os artigos em periódicos da área, os capítulos em livros começam a fazer parte do nosso dia-a-dia. Quando terminei o meu Doutorado, fui convidada pela professora Dra. Graça Caldas, então diretora da FAJORP (Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas) da Metodista, para assumir a coordenação do curso. No dia 1º. De setembro de 2000 assumi a coordenação e me dediquei de corpo e alma a fazer do curso de RP da Metodista o melhor do Brasil. E acho que consegui!

Ocappuccino: Pode me falar um pouco sobre a experiência de escrever o livro Relações Públicas, teoria, contexto e relacionamento, publicado em parceria com James Grunig e o Fábio França e sobreo que trata o livro? (PARTICIPE DA PROMOÇÃO QUE IRÁ SORTEAR UM EXEMPLAR DESTE LIVRO NO FINAL DESTA ENTREVISTA)

MAF: Ah! Realmente foi um luxo poder contar com o prof. James Grunig e com o prof. Fábio França. A experiência de poder trabalhar em conjunto com esses dois profissionais e amigos, com certeza é inesquecível! O que mais me chama atenção no prof. James Grunig é a sua simplicidade, sua humildade e seu espírito de colaboração. Ele aceitou de imediato o meu convite e para a área de Relações Públicas o nosso livro é algo novo e com muitas informações inéditas. Com o Fábio, nós sempre trabalhamos juntos e então a química é mais trasnquila, pois temos as mesmas visões sobre a atividade de Relações Públicas. Desta forma, somamos o que nós três tínhamos de melhor nos nossos textos e fizemos a obra!

Ocappuccino: Como percebe a valorização da profissão no Brasil?

MAF: Eu percebo que as organizações sentem que necessitam de uma comunicação diferenciada, que não é nem a mercadológica e nem a midiática. Então é Relações Públicas! Elas precisam de um trabalho corporativo e institucional para comunicar aos seus diferentes stakeholders o que ela é, o que ela pretende fazer, quais são seus objetivos e como ela quer cumprir com sua responsabilidade pública. Desta forma, eu tenho entrevistado muitos diretores de comunicação e nas grandes empresas isso já está claro. Nos falta trabalhar com as médias e pequenas empresas que, por ter menos recursos financeiros, muitas vezes acaba restringindo o trabalho de comunicação à assessoria de imprensa que, na minha opinião, é totalmente equivocado!

Ocappuccino: Qual é sua relação com as mídias sociais? Já utilizou alguma destas ferramentas » blog, twitter, orkut, facebook, youtube?

MAF: Um pouco. Gostaria de usar mais, mas falta o tempo! Acho que as redes sociais são um excelente canal, mas devemos tomar cuidado com o exagero de exposição pública. Cabe a nós, profissionais de RP, orientar as empresas sobre o uso das redes sociais e alertar sobre os abusos e a falta de controle que se pode chegar a ter dependendo do assunto e da dimensão da repercussão.

Ocappuccino: Quais os benefícios que a senhora vê no uso das mídias sociais para as empresas?

MAF: As mídias sociais vieram para ficar! Isso significa que elas estão aí para usarmos com cuidado,
com critério e com controle. Tudo que é feito sem planejamento vai fugir de nosso controle. Desta forma o uso das mídias sociais trouxe uma disseminação da informação, seja de uma pessoa ou de uma organização. Cabe a nós gerenciarmos e tentarmos controlar a exposição da empresa.

Ocappuccino: Qual é a dica que deixa para os que querem cursar Relações Públicas?

MAF: Não existe receita, mas sim existem competências que são básicas para quem deseja ser um profissional ético e capaz e ter sucesso profissional na área de RP. O aluno, durante os quatro anos do curso, deve preparar-se para:

a) ter domínio da língua portuguesa; b) ter fluência em pelo menos dois idiomas estrangeiros; c) conhecer informática e dominar os programas; d) estar atualizado com os temas políticos, econômicos e culturais que ocorrem no mundo; e) ser criativo e saber trabalhar em equipe; f) ter capacidade de ouvir e compreender o outro para depois proceder a um tipo de julgamento; g) ter visão estratégica de processos, h) sólida formação ética.

Na área específica em que atuamos, o profissional deve ser um analista de cenários, ou seja, deve estar atento a tudo o que ocorre dentro e fora da organização e analisar as possibilidades da empresa e propor estratégias de comunicação para melhorar os relacionamentos corporativos. A seguir, após pesquisar o cenário organizacional, o profissional deve classificar e ordenar os públicos estratégicos da empresa e propor e implementar programas e instrumentos de comunicação que consolidem a identidade organizacional, além de reforçar o relacionamento com seus públicos.

Eu, em nome de toda equipe d'Ocappuccino, agradeço,
a disponibilidade da Professora Doutora Maria Aparecida
Ferrari, porque sei o quanto o tempo dela é ocupadíssimo,
mas mesmo assim, sempre atenciosa em atender a todos
sempre com a mesma atenção e também sempre disposta
a compartilhar seus conhecimentos.

PROMOÇÃO

Quer ganhar um exemplar do livro Relações Públicas: teoria, contexto e relacionamentos, escrito pela Maria Aparecida Ferrari juntamente com James E. Grunig e Fábio França?

Para facilitar a vida de quem vai participar e afim de ganhar o livro disponibilizamos três canais:

1. dar RT pelo twitter @ocappuccino (basta dar RT)

2. aqui nos comentários desta entrevista (basta comentar anunciando que quer participar)

3. pelo e-mail promocao@ocappuccino.com (basta enviar e-mail anunciando que quer participar)

As respostas serão aceitas até quinta-feira (01/04/2010) às 23h59min.

O livro será sorteado na sexta-feira (02/04/2010), atráves do site Randon.org e o resultado será postado aqui.

Participe e boa sorte!

sábado, 27 de março de 2010

MMN: certo ou errado, eis a questão!

Por Betânia Castoldi, estudante de Relações Públicas da PUCRS

Marketing multinível (MMN), ou ainda nosso velho conhecido marketing de rede, é um sistema de marketing caracterizado pela formação de uma rede de contatos através da indicação de novos associados. Segundo especialistas do ramo, a internet representa o caminho mais eficiente para a criação de um bom networking. Além da ampliação da rede de contatos dos distribuidores, a internet seria responsável por agregar inovações no processo de comunicação e relacionamento entre empresas, distribuidores e consumidores. Contudo, se o MMN já carece as vezes de confiabilidade, imaginem num ambiente virtual?

Exemplo esquemático do marketing multinível.

A TIA NA PRAIA
É cada vez maior a aceitação desta estratégia por grandes empresas como Gillete, Xerox, Chrysler, Coca-Cola, Ford, Motorola, entre outras, que a partir de uma comunicação eficaz direcionada para suas seletas redes de relacionamento, alcançam maior êxito nos negócios. Aliás, lembra daquela tia nos anos noventa que nas férias na praia só queria vender os produtos Amway pra família e te convencer a ser uma perna (era assim que eles chamavam os novos vendedores) da rede? Isso é MMN. Na teoria o plano era perfeito, redes de contato + motivação = sucesso. Mas o sistema de marketing multinível ainda está sujeito a muitos questionamentos em relação à sua eficácia, tais como a saturação do mercado e a falta credibilidade de algumas empresas.

A CONFUSÃO
Algumas pessoas confundem o MMN com o esquema em pirâmide e com o esquema em matriz, que na vedade são dois golpes não-sustentáveis. Confira as diferenças.

A OFERTA TENTADORA
Trago esse assunto n’Ocappuccino pois recebi um e-mail hoje bastante duvidoso de um tal Engenheiro José Carlos, porém atraente, a começar pelo título Ministério da Justiça apresenta, imóvel em 30 anos sem juros, sem Serasa. Mas pelo sim, pelo não, resolvi abri-lo e me deparei com uma oferta tentadora. Leia a oferta tentadora.

É A MINHA CHANCE
Eu logo pensei: essa é minha oportunidade de sair de casa antes de me formar, mas fiquei com a pulga atrás da orelha em clicar para atestar a veracidade do e-mail e fui procurar na rede mais informações sobre a tentadora proposta da AFTB – Associação Frutos da Terra do Brasil.

O DÉFICIT HABITACIONAL
Mas você deve estar se perguntando o que esse e-mail tem a ver com marketing multinível? Pois no site da OSCIP, fundada em 2007 e com mais de 20 mil associados no país, além dos benefícios de se tornar um associado, você encontra o Programa de Geração de Renda, onde o associado ao divulgar o programa para sua rede de relacionamentos além de poder receber sua carta de crédito antes dos 36 meses (que seria o tempo de carência onde você só paga a taxa associativa), ainda recebe dinheiro na sua conta por suas indicações. E pasmem, se você for um expert do marketing de rede poderá ter seu imóvel em apenas 6 meses! O objetivo da associação, segundo o presidente da AFTB – Carlos Alberto Rotermund é combater o déficit habitacional em 20 anos. (Otimista ele né?!)

EU, A CÉTICA
Tão fácil, e tão difícil de acreditar, que comecei uma busca incessante por informações no nosso conhecido amigo Google. Olhei alguns sites (eles te dão um site com o nome que você quiser para divulgar o negócios entre outras ferramentas), entrei em alguns fóruns e encontrei opiniões diversas, umas dizendo que é impossível uma OSCIP financiar todos esses imóveis sem juros para tanta gente, e outras defendendo com unhas e dentes o projeto, inclusive oferecendo palestras sobre como adquirir sua casa própria através do SAC da AFTB (eles ganham bônus por isso).

ENTÃO, É SOLUÇÃO OU GOLPE?
Diante de tantos depoimentos, contra e a favor, a pergunta que não quer calar: Será o marketing multinível da AFTB a solução para os problemas de moradia no país ou será o maior golpe do esquema da pirâmide do século XXI? O que se sabe é que já existem alguns contemplados por mérito (bonificação por indicações), e os primeiros que aderiram ao programa em 2007, e esperam o fechamento dos 2 anos e meio para enfim comprarem suas casas ou apartamentos. E você leitor o que acha: sonho ou pesadelo?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Marketing Político: pão e circo não são mais o foco!

Por Maria Alana, formada em Relações Publicas pela UFRGS

Estão se aproximando as eleições e mais uma vez assistimos a uma série de estratégias de Marketing sendo utilizadas para alavancar as intenções de voto. Não importa o partido, a categoria na qual concorre, hoje, todo político que se preze tem que ter na equipe de assessores bons marketeiros, se deseja vencer uma eleição.

Já passou a época em que o eleitor se orientava pelos ideais do partido. Há décadas, o mundo é dominado pela propaganda individual dos candidatos, lançados como produtos, construindo uma imagem espetacularizada e mais guiada por estética e fama do que pelas boas ideias. Infelizmente, em alguns casos o partido acaba se apoiando na imagem do candidato. Quanta fragilidade!

Você já analisou seu candidato antes de votar?

Jânio Quadros e seu slogan: Varrer a corrupção!

Já parou para analisar bem sua escolha de voto alguma vez? Foi atrás de informações sobre as trajetórias dos candidatos, pesquisou para saber se as promessas que fizeram em eleições anteriores foram cumpridas, quais as ideologias dos partidos etc.? Provavelmente, não! E, lamentavelmente, isso ocorre com quase todos nós. Afinal, quem precisa gastar tempo com isso se basta seguirmos o que as pesquisas mostram?

Segundo o site Portal do Marketing, nossa decisão de voto é influenciada por três componentes distintos: ideológico, político e eleitoral.

"O voto político é firmado de forma direta, numa relação pessoal entre candidato e eleitor. Em cidades pequenas esse fator é grande e chega a 80% da motivação dos votos.

O voto ideológico influencia apenas uma pequena parcela dos eleitores. O discurso de esquerda, de direita, do socialismo ou liberalismo afeta pouco mais de 5% do eleitorado, atingindo o máximo de 10% no mercado nacional.

O voto eleitoral representa o esforço concentrado de conquista do eleitor, é o campo de atuação do marketing político [sic]. Sua influência cresce com o tamanho do universo eleitoral. Chega a atingir até 70% das decisões de voto.

Essas definições são de um texto publicado em 2002, mas que já mostrava como somos altamente influenciados pelas estratégias de Marketing Político.

A Política é um espetáculo!

Em 2008, o teacher Obama, amparado por uma talentosa equipe de estrategistas em Comunicação, ensinou que, apesar de o espetáculo não ser dispensável, já não é tão necessário como antes. Graças à Internet, se o candidato não dispõe de muitos recursos para montar grandes comícios e seu próprio palco onde subirão atores Globais e cantores sertanejos - adaptei para o Brasil - que lhe darão apoio, ainda pode fazer um ótimo trabalho de divulgação na Web.

Obama investiu pesado na comunicação com os diversos públicos que compunham seu eleitorado. Ele, realmente, se diferenciou dos concorrentes, inovando no foco de sua campanha, que era baseado não só na imagem do candidato, mas na comunicação via web. O resultado? Grande arrecadação de fundos e uma das maiores famas da história presidencial conquistada por um político pouco conhecido antes das eleições.

Os marketeiros de Obama inovaram na maneira de se comunicar com os diferentes segmentos de eleitores, a ponto de trabalharem com todas as mídias sociais que você conhece e criarem um site com informações direcionadas para cada público: Womem, Students, Jewish Americans, Environmentalists, Obama Pride (para o público GLS), African Americans, Asian Americans & Pacific Islanders, Americans Abroad, Kids, Latinos, Veterans & Military Families, Sportsmen, Small Business, Seniors, Rural Americans, Republicans, People of Faith, Labor, Generation Obama (GO), Americans with Disabilities, Arab Americans, European & Mediterranean American e First Americans.

As últimas eleições norte-americanas mostraram que a utilização das ferramentas da Web 2.0 (como Facebook, Twitter, YouTube, Flickr etc.) em campanhas eleitorais é uma tendência que só vem a melhorar a comunicação entre candidato e eleitor, já que facilita o acesso a informações e estimula o debate através de fóruns de discussão ou mesmo Tweets. Os marketeiros da política, por sua vez, se esbaldam nestas facilidades, desfrutando de toda a popularidade das mídias sociais para fazer o que quiserem com a imagem de seus clientes.

Claro que, se Obama tentasse se eleger em um país como o Brasil, onde grande parte da população ainda não tem acesso à Internet - para falar a verdade, nem ao ensino de qualidade - é bem provável que suas táticas não fizessem tanto sucesso. Apesar dos nossos candidatos terem estes recursos ao seu dispor, ainda dependem muito de showmícios e mídias massivas, o que acaba influenciando na formação das alianças partidárias. Este é o caso, por exemplo, do PT e do PMDB - apesar de serem rivais em várias cidades e estados, uniram-se para apoiar a candidatura de Dilma Rousseff à presidência.

O tempo da propaganda eleitoral gratuita é determinado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e aumenta conforme a quantidade de representantes que o partido tem no país. Por isso, quanto mais deputados federais e senadores um partido tiver, maior será o período de exposição a que ele tem direito, seja na TV ou no rádio. Além de influenciar na união de partidos concorrentes, a desigualdade de tempo acaba dificultando a ascenção de partidos menores. Só para termos uma noção do que essas alianças significam, segundo José Dirceu (PT - SP) em entrevista à Rede Brasil Atual, PMDB e PT juntos podem eleger mais de 200 deputados, mais de 35 senadores e, aproximadamente, 15 governadores, o que representaria 39% da Câmara, 42% do Senado e metade dos executivos das unidades da federação. Agora, imagine todo este poder concentrado nas mãos de apenas dois partidos, até onde vai a democracia em casos como este?

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sabedoria popular - post em rede. [parte 1]

Passei minha infância ouvindo ditados populares. Quem é caipira sabe o reflexo que isso tem na vida da gente. Um apego danado a estas frases feitas que tão bem resumem a sabedoria do povo. Os gurus do marketing que me perdoem, mas acho que elas são imbatíveis e na maioria das vezes ajudam mais que os tantos manuais da vida empresarial que existem por aí.

Outro dia recebi, via email, uma consulta a respeito da pesquisa em comunicação corporativa. Foi quando resolvi misturar alhos com bugalhos e selecionar alguns ditados para esclarecer minha opinião.

1. O pior surdo é o que não quer ouvir.

Desde que trabalho com pesquisa, há 7 anos, tenho freqüentemente encontrado profissionais de comunicação que pouco ou nunca realizam pesquisas. Me inquieta imaginar que muitas das decisões de comunicação nas empresas são baseadas em percepção e não em dados.

Os profissionais da comunicação corporativa estão menos familiarizados com as técnicas de pesquisa que seus colegas do marketing. Estes geralmente realizam sondagens para avaliar quaisquer mudanças no produto ou serviço da empresa.

No entanto, a pesquisa corporativa deveria ser prática comum. Pois o que pode ser mais importante para uma empresa que sua própria imagem junto aos diversos públicos?

* este material foi escrito pela relações públicas Suzel Figueiredo, pesquisadora pós-graduada em Pesquisa de Mercado, Mídia e Opinião/ESPM-SP e mestranda em Ciências da Comunicação/ECA-USP. Ela é diretora da Ideafix Estudos Institucionais e coordenadora do Instituto Aberje de Pesquisas. Contatos pelo suzel.figueiredo@ideafix.com.br.

** esta é uma postagem em rede, então, pra continuar sua leitura, leia a segunda parte no blog Gecorp.

quarta-feira, 17 de março de 2010

10 Relatórios e Tendências em Comunicação e Social Media que você precisa conhecer.

Por Mariana Oliveira, estudante de Relações Públicas da UFRGS

Todo mundo sabe que para trabalhar com comunicação é necessário estar sempre bem informado. É claro que não dá pra saber tudo que está acontecendo em todo o mundo (overload!), mas independentemente da área que trabalhamos, tendo como matéria-prima a informação e o conhecimento, é preciso saber onde encontrar alguns dados, estatísticas e tendências. Relatórios e pesquisas facilitam nossa análise de mercado, ampliam nossos horizontes e auxiliam no planejamento de futuras ações.

Ainda que muitos destes estudos sejam pagos, vez ou outra encontro um relatório interessante disponível em PDF na web. Pensando nisso, compartilho alguns com os leitores de OCappuccino. Alguns exigem apenas um cadastro simples de e-mail. Divirta-se! (se você não lê em inglês, pausa dramática: comece a pelo menos exercitar essa leitura pra ontem. Infelizmente, a maioria dos reports que guia os rumos da comunicação ainda está disponível apenas em inglês.)

1. Swix - Social Media Marketing at the Largest Brands in the World.

2. BrandFinance - Global 500, um estudo sobre as 500 marcas mais valiosas do mundo.

3. BrandRepublic Whitepaper Library - a biblioteca do Brand Republic reúne artigos sobre muitos temas atuais e importantes, de B2B a Viral Marketing.

4. Pew Research Center - Números, fatos e tendências modelando o mundo. Este centro de pesquisas oferece diversos relatórios interessantes, como o State of the News Media 2010 e o Millenials: A Portrait of Generation Next.

5. EConsultancy - E-mail Marketing, Social Media, SEO, publicidade online... aqui tem de tudo.

6. Nieman Reports - Harvard - Jornalismo e Social Media.

7. Pop Cap Social Media Gaming Research - Relações entre jogos e mídias sociais.

8. Social Media Biz - Busca em tempo real e descoberta da social web.

9. State of Community Management 2010 - Relatório sobre criação, reconhecimento e gerenciamento de comunidades organizacionais.

10. Emarketer - Pesquisas e gráficos sobre marketing, social media, mobile marketing, consumidores, e por aí vai.

Óbvio que ainda não li tudo listado aí em cima, então conto com a opinião de vocês nos comentários para nos indicarmos os melhores (e mais sugestões, claro, vamos compartilhar!). Prevejo que este post vai ter parte 2...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Veja, isto é inconcebível.

segunda-feira | 15 de março de 2010

Este post é originário das leituras das férias e estava guardando ansioso para publicar. Começo com essas imagens. A mesma frase da Patrícia Poeta (falando de casamento e de roupa íntima) em duas revistas de grande circulação, num espaço de duas semanas. Saiu na Veja, na página 74, dia 9 de dezembro de 2009 e na IstoÉ, na página 30, dia 23 de dezembro de 2009. O que será isso? Cópia? Competência da assessoria de imprensa da apresentadora? Falta de conteúdo, afinal era época natalina, para preencher a página na revista? Falta de qualidade dos editores? Não quero traçar aqui nenhuma crítica à linha editorial de cada revista, só quero me ater a este fato e ilustrar que o que aconteceu neste caso pode acontecer com muitas empresas que disputam o mesmo mercado. Este post inclusive poderia entrar na série miopia mercadológica do Em terra de cego, quem tem um olho é rei! Fica a dica de leitura.

Mas vamos em frente, será que devemos saber mesmo o que a empresa concorrente fez há duas semanas atrás? A resposta parece óbvia: é claro! Mas não está tão claro neste caso e é justamente essa a questão que coloco em dúvida! As empresas estão atentas aos movimentos das concorrentes e do mercado? Do que adianta inventar a roda uma semana depois da concorrente? Num momento em que se fala muito em open inovation, as vezes vale mais estar no MSN ou numa mesa de bar do que ficar trancado numa biblioteca com milhares de livros técnicos escrevendo patentes.

Não estou dizendo que abandonar a pesquisa é o melhor caminho, mas quero deixar claro que as capacidades de trocar conhecimentos e compartilhar experiências, hoje, significam muito mais avanço do que na época da empresa-fortaleza e das muralhas protecionistas do close inonovation. Este caso exemplifica bem. Será que se a editoria da IstoÉ tivesse lido a mesma nota que saiu na Veja há duas semanas atrás teria publicado na revista? Então não adianta entrar na redação, elaborar a página de sua editoria – olhando somente para o próprio umbigo – e não saber o que saiu nas concorrentes.

Como já escrevi aqui no blog: tudo que se transforma, se transforma para o seu oposto. Então closed innovation é bem o oposto do que é open innovation. Antes as empresas se bastavam e hoje o jogo mudou. Com essa escala de consumo global é bom saber também porque uma revista independente ou porque um jornal de negócios tem propostas gráficas mais atraentes do que a minha. Não falo do conteúdo editorial, mas do visual que atrai e interessa ao leitor. Não tem como fugir, hoje temos acesso a tudo e com esse acesso criamos interesse e ficamos mais críticos e mais seletivos. Então, na verdade não adianta nada mesmo inventar a roda uma semana depois da concorrente! Do que adianta publicar o mesmo conteúdo duas semanas depois da concorrente? Com a facilidade de publicação, com tantos mecanismos de busca e com a instantaneidade da informação, pensar, criar ou agir agora ou daqui a 1 minuto faz muita diferença! 1 minuto faz muita diferença nesta era de verdades efêmeras, imaginem então duas semanas.

Não dá para qualquer empresa ficar trancada em suas muralhas, bloqueando o fluxo de informações com o mercado e fomentando o famoso jogo do soma zero: eu não ganho, mas tu também não ganha. Também não quero dizer também que as editoras Três e Abril devem trabalhar em redes de cooperação, como prevê o open innovation. Na verdade usei os termos open innovation e closed innovation apenas para retratar que hoje qualquer empresa precisa estar em constante troca e aprendizado principalmente com os concorrentes. Mais do que isso, hoje não dá para atuar sem tirar o olho do concorrente, um no peixe e outro no gato (mercado). Por isso, a IstoÉ tinha o dever de saber tudo que saiu na Veja no mínimo nas últimas 4 edições. É um processo simples de benchmarking. E na verdade tudo isso tem muito mais a ver com benchmarking do que com open ou closed innovation. Para ilustrar cito um trecho do livro Marketing na Era do Nexo:

"A idéia por trás do benchmarking é de que ninguém é melhor em tudo. Então, copiar modelos de outras empresas significa economizar tempo e trabalho. Por definição, as cópias nunca podem ser exatamente iguais. Sempre devem haver ajustes, adaptações e aprimoramentos, o que garante a evolução da idéia original.

Lendo este trecho da até para pensar que a IstoÉ copiou esta nota da Veja, aí eu retiro tudo que escrevi até agora e reitero que isso sim é o limite extremo do benchmarking: a cópia. Mas acho que não copiou, pelas diferenças no texto e na foto e até pela diferença no gênero do substantivo lingeire (o lingerie versus a lingerie). Também dá para imaginar que algumas empresas copiam as outras e nós que não somos bobos sabemos que isso acontece muito. Mas num mercado pasteurizado, onde concorrentes oferecem produtos e serviços semelhantes, quem perde é o próprio fornecedor, porque quando está tudo igual o consumidor pode 1. barganhar o preço ou 2. procurar uma oferta alternativa que satisfaça suas necessidades.

Como falei no início do post, este exemplo serve para isso mesmo, para ver até que ponto as empresas estão atentas às outras ou estão interessadas apenas do balcão da loja para dentro. O caso dessas revistas retrata que uma grande empresa como a IstoÉ não está atenta ao que a concorrente oferece. É legal começar a pensar nisso, mas o que me intriga mesmo é saber se lingerie é um substantitvo masculino e feminino, fiquei em dúvida.
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sexta-feira, 12 de março de 2010

Se formou? E agora?

Por Andressa Carrasqueira, formada em Relações Públicas pela UERJ

Querido leitor, se você, como eu, acabou de se formar, e nenhuma revolução em sua vida aconteceu, não se desespere. Geralmente as opções deste período são:

"a) ser efetivado no estágio; b) conseguir um emprego de assistente/analista júnior; c) se inscrever em todos os processos de trainee da face da terra; ou d) se tem uma família bem de grana, ficar desempregado até achar alguma parada.

Claro que existem outras opções como herdar uma fortuna de uma tia distante, ganhar na mega-sena, abrir a própria empresa com uns amigos achando que vai ficar rico no primeiro ano (e por que não?)... Mas, na maioria dos casos, as pessoas ficam entre as quatro primeiras.

E aí você começa a ficar meio desmotivado, certo? Porque os salários de júnior às vezes são uma mixaria... Porque às vezes, depois de efetivado, você continua sendo tratado como estagiário... Porque os processos de trainee requerem que você ganhe fluência em mais dois idiomas e tenha vivência internacional nos próximos três meses... Porque a agência/site/escritório/qualquer coisa que você abriu com os seus camaradas está dando prejuízo... E por uma série de outros fatores do baixo astral que atingem o recém formado.

Mas, como eu disse, não se desespere. Muitas vezes existem boas oportunidades à nossa volta, que simplesmente não conseguimos enxergar. E a melhor opção para conseguir melhorar de vida é constituir um bom ciclo de amigos, o famoso networking. Ele começa praticamente quando a gente diz a primeira palavra, que já é suficiente para nos conseguir alguns favores. Tem gente que escracha logo e diz que a vida é um banco de favores. E, sem pudores, é mesmo. Não quer dizer que você sempre vai ajudar alguém pensando no que vai receber em troca, mas você pode ter certeza: essa pessoa vai lembrar de você.

Além da rede de relacionamento, aliás, muito facilitada nessa época de web 2.0, é muito importante investir em você. Mas investir vai além do MBA, viu gente? Aliás, a Você/SA fez uma reportagem outro dia revelando que o MBA, quando feito sem um objetivo específico para ser aplicado no trabalho, não melhora efetivamente a vida de ninguém. O que eu estou querendo dizer é que existem diversas formas de trabalharmos nosso perfil profissional que vão um pouco além das salas de aula tradicionais. A timidez, por exemplo, pode ser um dos piores empecilhos para quem sonha em se tornar um gestor. Talvez o ideal então seja fazer um curso de teatro antes da pós em gestão empresarial.

O mais importante neste período da vida, em que somos novos e inexperientes, porém cheios de gás e vontade de crescer, é uma boa auto análise. Descobrir quais são nossos pontos fortes e o que precisamos melhorar, e investir nisso. Um bom curso de oratória pode ser mais importante para um comunicador do que muita teoria por aí. E devemos lembrar sempre de não esquecer os que passam pela nossa vida, para que não sejamos esquecidos também. Profissionalmente essa é uma verdade: uma indicação passa na frente de pilhas de currículos.

Resumindo: desenvolva suas habilidades, faça amigos, e coloque a cara. Com certeza você vai começar a se sair melhor desde dinâmicas de grupo e entrevistas até situações do dia a dia. E aí, quando você estiver super bem de vida, que que você faz? É só lembrar d’Ocappuccino aqui!

quarta-feira, 10 de março de 2010

7 Dicas para um Twitter Corporativo.

Por Massimino Delazeri, formado em Relações Públicas pela UFRGS

Nestes últimos dias, vários sites publicaram que o Twitter, com menos de 4 anos de idade, chegou a incrível marca de 10 bilhões de mensagens, e que deve chegar as 20 bilhões ainda este ano. Mais surpreendente que isso foi o estudo publicado pelo site especializado em mídia, Brand Republic, relatando que 20% destas mensagens contem referência a produtos, serviços e marcas, dado que afirma a importância da presença corporativa na plataforma.

Outra pesquisa interessante foi publicada em janeiro, pela empresa de análise em mídia social Sysomos, segundo ela os Estados Unidos representam 50% dos usuários do Twitter, e o Brasil em segundo lugar representa 8,8% dos usuários do serviço.

http://maquinaweb.files.wordpress.com/2010/01/tabela1.png
Na segunda coluna desta tabela estão listados os países com maior participação na plataforma, podemos notar que mesmo tendo mais usuários brasileiros o Reino Unido tem maior participação em números de tweets. Comparando com a mesma pesquisa publicada no meio do ano passado notamos um aumento de 2% da participação brasileira na plataforma e uma redução de quase 8% da hegemonia norte americana.

Depois de ver todos esses números e de ler os textos sobre Twitter corporativo publicado pela Internet Advertising Bureau do Reino Unido resolvi criar uma lista com 7 dicas:

1 - Não desperdice o espaço do seu background - O twitter permite que você use os espaços ao lado da sua timeline (o fundo da sua página no Twitter). Nela você pode acrescentar outras redes sociais que a empresa participa, um email de contato, telefone, esse espaço deve ser organizado com a identidade visual da empresa, facilitando a identificação. Embora muitas pessoas utilizem outras ferramentas para mandar e receber os tweets em algum momento elas vão acabar entrando na sua pagina no Twitter.

2 - Avatar - A marca e o nome da sua empresa são importantes, mas o twitter (e as mídias sociais) são sobre pessoas. As pessoas quando vão falar com uma marca gostam e precisam saber com quem estão falando, a dica é descreva na Bio quem é o responsável por aquela conta corporativa, assinar mensagens principalmente no primeiro contato com outros usuários. E nem pensar em deixar o avatar padrão O_o antes mesmo de começar a tweetar você deve definir a imagem que representará a sua marca.

3 - Faça conversação - Além de servir para espalhar informações e novidades o Twitter serve também para manter um diálogo entre os públicos e a sua marca. Escute o que seus seguidores têm a dizer e converse com eles. Responda as perguntas, a dúvida de um frequentemente será a dúvida de outros. Demonstre interesse no que seus seguidores falam e o mais importante, não demore mais de um dia para responder. Quando os usuários notarem que podem tirar suas dúvidas e entrar em contato direto com a empresa sem toda a formalidade de SAC... E-mail... estreitará a relação deles com a sua marca e ajuda a afirmar como canal de comunicação.

4- Ofereça conteúdo exclusivo - O que leva uma pessoa a seguir o perfil de um Twitter corporativo e a busca de informações, saber de novidades da empresa em primeira mão, a oferta de conteúdo exclusivo é uma boa fonte para se conseguir seguidores.

5 - Siga quem te segue - Se alguém está te seguindo é porque está interessado na sua marca, o mínimo que você pode fazer é seguí-lo de volta, pois além de servir como uma ferramenta de atendimento ao cliente, habilitando o envio de Direct Message, você estará se aproximando de seu cliente.

6 - Mensurar - Pense em uma forma de medir o seu sucesso, assim você pode saber se está andando pelo caminho certo ou se deve replanejar a sua estratégia dentro da plataforma. O número de seguidores já não é uma boa forma de medir o sucesso no Twitter. Os re-tweets podem ser uma boa forma. Sinal que as pessoas gostaram (ou não) do que leram.

7 - Monitoramento - Sem dúvida a dica mais importante, mesmo que a sua empresas não possua uma vida ativa dentro do Twitter. Você tem a obrigação de fazer o monitoramento. Existem varias ferramentas que facilitam esse serviço, a dica é monitore tudo o que for publicado sobra a sua marca, sobre seus concorrentes, positivo ou negativo, você encontrará informações preciosas.

Sei que existem outros pontos importantes que devemos dar atenção mas acredito que esses são os 7 mais importantes, aguardo os comentários.

Quem tiver interesse em acompanhar o fluxo de tweets produzidas em tempo real pode conferir o Gigatweet.

segunda-feira, 8 de março de 2010

A persuasão como habilidade para Relações Públicas.

Por Fernanda Fabian, estudante de Relações Públicas da Unisinos

"Eu sempre fiz assim,
não é agora que eu vou mudar.
Faz muitos anos que é assim,
sempre deu certo, pra que mudar?
As coisas são assim, acostumei a ser assim.
O mundo sempre foi assim,
e assim vai ser, até o fim.
Não gosto de estudar,
me dá preguiça reorganizar.
E agora vem você falar
num outro jeito de trabalhar!...
(Bossa da Inércia, da peça-treinamento Acertar é Humano de Alberto Centurião)
Esse poderia ser um discurso pronto de vários empresários diante de uma proposta de mudanças na comunicação de sua empresa, feita por um Relações Públicas.

Pense em uma situação como esta: um comércio de médio porte, localizado no centro de uma capital, 50 anos de atuação, o fundador continua no comando, seu filho vai ser o sucessor, as únicas pessoas que fazem compras por lá são as mesmas há uns 20 anos, não existem consumidores novos. A renda da empresa é a mesma ao longo dos anos, nada a mais, nada a menos, é suficiente apenas para pagar os funcionários e as contas. Eis que o filho resolve propor uma reestruturação de imagem, uma nova utilização de linguagem, um novo dinamismo, uma nova conduta de comunicação. Chama um amigo seu, um Relações Públicas, para explicar ao seu pai porque é necessária essa mudança. Adivinha a primeira resposta dele? Eu sempre fiz assim, não é agora que eu vou mudar...

Você é esse amigo Relações Públicas da história. O primeiro desafio é justamente convencer o dono que ele precisa mudar o ponto de vista, que ele pode criar uma nova forma de se comunicar com os clientes, e que isso pode trazer novos clientes para ele. Uma tarefa nada fácil, já que no pensamento dele é muito mais simples continuar na mesmice do que fazer tanta movimentação que pode dar em nada.

Um RP precisa saber lidar com as mais diferentes situações, precisa ter habilidades múltiplas e, necessariamente, tem que estar muito bem informado sobre assuntos diversos. Segundo o dicionário online Priberam, persuadir significa obrigar alguém a acreditar ou a executar alguma coisa, ou convencer, induzir, acreditar, convencer. A arte da persuasão entra justamente nesta situação, uma das habilidades que caracterizam este profissional.

Mais do que convencer aquele proprietário da importância de uma reestrutura de comunicação, a persuasão vai estar presente até no momento da execução do projeto. A convencer os públicos internos sobre os benefícios da mudança, e os demais de que é possível apostar naquela organização. E isto não é algo que se consegue durante uma ou duas semanas, ou apenas com alguns relatos e exemplos, é um trabalho árduo e complexo.

Para Aristóteles, existem três caminhos para a persuasão (capítulo II do livro Arte Retórica): devemos apelar para a vontade das pessoas, depois para a sensibilidade e, por último, para a sua inteligência. Ou seja, para você, de fato, estar sendo persuasivo deve envolver o emocional e o racional das pessoas. Mas não se engane: essa técnica não pode parecer ser agressiva, invasiva para quem ouve. A prática dela só vai acontecer quando existe confiança entre os envolvidos.

A persuasão pode ser vista como uma forma de integrar os públicos, e convencê-los do nosso ponto de vista, como uma negociação. Mas partindo, sempre, de um bom planejamento e de práticas simples e aliadas, como a própria gentileza. Deixo como sugestão o vídeo Pratique seu poder de persuasão que contém diversas dicas interessantes, como palavras que devem ser evitadas no momento que você está querendo convencer alguém de alguma coisa:



Obs.: Fica meu abraço para os aniversariantes de hoje, o Mano e o Max. Eles, junto com o Mateus, iniciaram o projeto deste blog e merecem o nosso carinho!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Convergência dos novos saberes de leitura para um novo modelo de relacionamento online/offline.

Por Danilo Marinho, estudante de Relações Públicas da Escola superior de Relações Públicas de Pernambuco, autor do blog Clube do RP de Pernambuco e colaborador do blog A bordo

Faz algum tempo que venho me perguntando se, com todo esse aparato tecnológico os livros ainda terão espaços nas prateleiras dos leitores. Estima-se que em 2018 os livros digitais desbancarão as versões impressas dos livros. Nada mais nada menos que a Feira Internacional do Livro de Frankfurt fez essa projeção.

Em países como o Brasil em que a cultura da leitura ainda parece ser um grande paradoxo, acompanhamos o surgimento de ferramentas que possibilitam o acesso de obras literárias completas com apenas um clique. O crescimento do consumo dessas ferramentas como e-books em 2009 aumentou substancialmente. Se no início do ano o consumo era de 13%, em maio esse número elevou para 35% e, no meio do ano, 48% foi o índice registrado. Dados apresentados na 1ª Feira de Arte e Tecnologia do Recife pela Google.

Isso pode ser considerado como reflexo da própria evolução dos acontecimentos, um grande Devir Tecnológico. Ao passo que o novo cenário aponta para um modelo print on demand, as oportunidades digitais potencializam os novos padrões de relacionamento entre mercado e consumidor. Se no modelo tradicional, a edição de um livro representa um alto custo para as editoras, como produção e um grande complexo de logística, na web esses custos são reduzidos a quase zero, ainda permitindo a edição em vários formatos. (pdf, jpg, entre outros).

A produção de conteúdo no formato tradicional, em canal de larga escala, tem um custo acima do que a crise econômica em que estamos passando nos permite. As mídias digitais já possibilitam a transmissão e consumo de dados simultaneamente. O papel passou a ser, a partir daí, uma mídia associada, ou seja, ele será apenas uma referência que fará link com os dados compartilhados na rede. Já está em testes uma fibra ótica capaz de processar 14mil horas de informação em 1 segundo e 2 mil horas de imagem (vídeo) por segundo. Isso representa com nitidez a dimensão do que estamos vivendo em termos de tecnologia.

Alguns eventos desenham bem esses novos modelos de relacionamento interativo entre o homem e a tecnologia. Pois, nos meios digitais, toda a transmissão é memorável, e isso pode ser um importante aliado, quando aplicado estrategicamente. Dessa forma, se torna relevante o acompanhamento e constante mutação no desenvolvimento de produtos e serviços.

E mpresas como a Livraria Cultura, já adotaram o relacionamento on-line, como postura e oferece em seu portal, obras exclusivamente para compra via rede. Algumas editoras como a Editora Singular, já se especializaram em lançar obras disponíveis apenas na web. E ainda, algumas dessas empresas também já possuem tecnologia em que, o comprador escolhendo a obra na versão digitalizada, poderá optar pela versão impressa feita na hora. (como caldo de cana!!).

quarta-feira, 3 de março de 2010

SEO para RP nas eleições 2010.

Por Joanna Romero, estudante de Relações Públicas da PUCRS

Hoje volto a falar de SEO – abordei este tema no último post. Ainda faltam alguns meses para as eleições deste ano, porém quero destacar alguns pontos importantes sobre ela e sobre os recursos para otimização de uma página nos mecanismos de busca.

Creio que muitos de vocês já estão informados sobre algumas mudanças em relação às eleições passadas, como a nova reforma eleitoral que agora permite o marketing político via web, ou seja, os candidatos poderão utilizar sites de relacionamento e redes sociais, como o Twitter, Orkut, Facebook, além de blogs pessoais para se promover. Também é permitido que a pessoa física faça doações através da internet.

Além dos tradicionais palanques, os candidatos que participarão das eleições neste ano se preparam para o embate no mundo virtual.

Essa frase é de Vera Chaia, coordenadora e pesquisadora do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP, em entrevista à IstoÉ, em agosto de 2009. Ela está certa. Depois da grande campanha on line feita pelo presidente dos EUA, Barack Obama, nas eleições de 2008, o objetivo dos políticos e de seus assessores é conseguir fazer algo semelhante ao americano, mas sabemos que isso não é nada fácil. Exige muito planejamento e esforço. E Vera faz outra ressalva: O hábito do americano é muito diferente do hábito do brasileiro. O uso da internet e a participação política dependem muito da cultura de cada país. Portanto, deve levar alguns anos para que nosso país chegue ao nível dos EUA em se tratando de campanhas políticas virtuais. Uma porque aqui o número de pessoas que acessam a internet é bem menor do que lá e podemos dizer o mesmo da quantidade de pessoas que acompanham a política via web.

Uma novidade nas eleições de 2010 que poderá ajudar significativamente no sucesso de um candidato na web são as estratégias de SEO – (Search Engine Optimization). Além de ajudar empresas, pode beneficiar também partidos políticos e candidatos. Ao contrário dos links patrocinados (pagos), SEO não é considerado publicidade e pode ser utilizado livremente.

O bom posicionamento do nome do candidato ou de sua página virtual nos sites de busca (Google, Yahoo!, Bing..) pode dar mais visibilidade a ele - e o melhor de tudo é que para isso não é necessário uma grande verba. Um candidato a deputado estadual ou até mesmo a vereador tem condições de obter bons resultados, se feito um bom trabalho, com a ajuda de um profissional qualificado, é claro. Se a página oficial do candidato possuir palavras prováveis de serem digitadas na hora da busca feita pelo eleitor, ponto! Já terá vantagem sobre os demais concorrentes.

Outros que poderão obter benefício das estratégias de SEO são aqueles candidatos menos conhecidos, que pouco aparecem na TV ou nas emissoras de rádio. Esses agora têm muitos recursos na web que poderão favorecê-los. Devem procurar profissionais que trabalhem para melhorar sua reputação, sua imagem e seu posicionamento na internet, principalmente no Google, principal fonte de busca dos internautas.

Sabemos da importância que a internet adquiriu nesses últimos anos. Não podemos ignorar o fato. Devemos usar isso a nosso favor. Para quem gosta dessa área, vale a pena se informar mais e, quem sabe, trabalhar com isso.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A Função Social da Propaganda.

Por Amanda Barrin, estudante de Publicidade e Propaganda da PUCRS

Muito se fala da função social do Jornalismo e das Relações Públicas, mas quase nunca é mencionada a Publicidade nesse meio. Alguns até quando questionados sobre o assunto dizem que ela não tem essa função, é o caso do jornalista gaúcho Juremir Machado, que ganhou meu ódio mortal, quando disse á um grupo de estudantes de comunicação social da Famecos, que a propaganda não contribuía em nada para o assunto. Estou aqui para discordar veementemente dessa afirmação, como o fiz ao vivo, mas com argumentos mais sólidos e demonstrar que mesmo que não percebamos a propaganda tem um conscientizador forte, pois mexe com emocional do público, pois mexe com emocional do público.

Por muitas vezes nos deixamos levar pela estereótipo do publicitário: um cara muito criativo, que faz campanhas do nada, come pizza enquanto trabalha e põe os pés em cima da mesa. Errado. Tudo o que fazemos deriva de muita pesquisa, feeling, estresse e desgaste físico/mental. Não somos o monstro capitalista que todos pregam, movimentamos o dinheiro como qualquer outro setor do mercado da comunicação, é um ciclo, nos completamos. Por muitas vezes agências são procuradas por instituições que não tem a mínima condição de pagar pelos serviços, mas que tem importante papel na sociedade. Sensibilizadas, começam um mutirão, entre agências, produtoras, gráficas e até mesmo mídias para que se gaste o mínimo possível na veiculação de campanha. Essas instituições têm forte apelo social, e a propaganda vem como forma de arrebanhar pessoas que adotem a causa. Propagandas que arrepiam, que emocionam e que vendem, ideias.

Como acredito que imagens falam mais que palavras, duas campanhas que tiveram forte impacto foram escolhidas para ilustrar o que digo.

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo | Doe Orgãos



Essa campanha da Y&R foi feita para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e particularmente me emocionou muito (até por ter uma cadela da mesma raça da utilizada do vídeo). Graças a ela, a doação de órgãos, segundo o hospital, bateu recorde em 3 meses. O aumento chegou a 30%, em 7 meses já haviam alcançado o resultado do ano anterior.

Greenpeace | Mudanças



A publicidade tem o dom da transformação, de abrir os olhos das pessoas e quando é bem explorada faz algo simples se tornar grandioso, como essa campanha do Greenpeace que mexeu com os sentimentos da geração X. Eles que diziam que queriam mudar o mundo mudar o mundo, paz, amor... Onde foi parar tudo isso?! No fundo essa propaganda nos diz: Cadê o espírito revolucionário de vocês? Já repararam que estão fazendo exatamente o contrário do que vocês diziam que queriam?

Não tem muito que se dizer, basta ver esses dois comerciais, apenas esses dois de milhares outros que existem com o mesmo papel, para nos convencer que a publicidade é sim fator de transformação na sociedade, que nos abre os olhos de forma sadia. Aqui fica minha crítica a quem, como o jornalista citado no início desse texto, não se deu conta que a comunicação é feita por pessoas, pessoas essas que tem seu ideais e que usam toda as ferramentas que tem a mão para divulgá-los, seja com projetos, com denúncias ou com lembretes, de que alguma forma, somos todos um. E nem precisa de muito para se provar, basta comparar índices, como esse da Santa casa.

E se não estivesse dando certo, porque vemos milhares de propagandas institucionais de ONGs, e instituições sem fins lucrativos no ar todos os dias. Como diz o poeta: cada um no seu quadrado. Todos temos importância na construção do social, afinal, como o nome já diz, somos comunicadores sociais e não comunicadores capitalistas. Geramos a informação que se consome, seja em forma de propaganda ou em forma de texto e desde que o façamos de maneira certa, conseguimos atingir o fim que desejamos.

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